terça-feira, 16 de setembro de 2008

Deus existe?


A questão da existência ou não de Deus é de grande importância, pois se existe um Deus que criou todo o universo, pode existir a hipótese de uma revelação desse Deus. Por outro lado, se não existe nenhum Deus, não existem regras reais a serem seguidas.

Quando falo em Deus, estou me referindo a uma causa inteligente para o universo e a vida. Não estou querendo dar uma prova definitiva de que Deus existe, mas mostrar a razão do porque que eu e muitas outras pessoas acreditamos numa causa inteligente para o universo. Vou expor os argumentos que considero de maior importância e colocá-los numa ordem em que um complemente o outro, como se fosse um único argumento dividido em diversas partes.

Espero ajudar ao cético que busca sinceramente a verdade e segue o argumento a onde ele levar, deixando de lado qualquer preconceito. Observe que não há nada retirado dos livros religiosos como a Bíblia, para querer provar a existência de Deus. Está tudo baseado em argumentos filosóficos e nas descobertas científicas.



Deus e o Big Bang

Certa vez eu perguntei para um amigo “Se não existe Deus, porque existe alguma coisa diferente do nada?”, ele respondeu que “não existe o nada absoluto, pois o “nada” já é algo, pois para ser “nada” tem que haver a ausência de tudo, inclusive de leis, e ao existir a lei da ausência de tudo já não é mais “nada””. O nada que me refiro é a ausência da matéria, espaço, tempo, vácuo e leis que regem o universo. Esta pergunta poderia ser reformulada dessa maneira para melhor entendimento: Se não existe Deus, porque existe a matéria, espaço e o tempo com suas leis definidas?

Ele estava certo, e é esta a questão. Se não existe Deus, qual é a causa do universo? Existem várias teorias para isso, como universos múltiplos, Big Crunch e até mesmo que o universo sempre existiu. Mas todos concordam em uma coisa: o “nada” não pode gerar nada. Venho tentar mostrar que é mais racional acreditar que a causa do universo é uma Mente infinitamente inteligente. Dizer somente que o universo precisa de uma causa não prova nada, mas esta afirmação junta com outros argumentos dizem muita coisa.

A segunda Lei da termodinâmica.

Esta lei diz que a energia utilizável do universo está acabando, e com isso a entropia está cada vez maior. O que nos leva a fazer outra pergunta importante:

Se a entropia aumenta cada vez mais com o tempo, como o universo pode ter se organizado e formado as leis físicas que conhecemos numa ordem incrível, se o universo tende a desordem e não a ordem?

(Enquanto continua a ler os argumentos tenha sempre em mente esta pergunta)

Qual a explicação mais plausível, uma ação inteligente, ou puro “golpe de sorte”? Antony Flew, um ex ateu considera esta questão muito importante, e coloca outras perguntas no seu livro “Um ateu garante: Deus existe”.

De onde vieram as leis da física?

Porque temos estas determinadas leis em vez de um conjunto de outras?

Como explicamos o fato de que temos um conjunto de leis que dão vida a gases sem traços característicos, consciência ou inteligência?

Flew continua dizendo que “John Barrow, em seu discurso na fundação Templenton, observa que a complexidade infinita e a perfeita estrutura do universo são governadas por algumas leis simples, simétricas e inteligíveis. ‘Existem equações matemáticas, que parecem meros rabiscos num papel, que nos dizem como universos inteiros se comportam’”. [1]



Um projeto?

Se o universo foi projetado, com certeza deve haver muitas características de um projeto nele. É isso o que vai ser mostrado nesta parte, que o universo contém muitos traços de um projeto complexo que apontam para uma Mente Inteligente como causa. Dentre estas características posso citar:

  • O princípio da relatividade especial – ou restrita – assegura que forças como o eletromagnetismo tenham efeito invariável, não importando se agem em ângulos retos na direção do sistema, ou se viajam. Isso permite que códigos genéticos funcionem e que planetas se mantenham unidos enquanto giram.
  • Leis quânticas impedem que os elétrons girem para dentro do núcleo atômico.
  • O eletromagnetismo tem uma única força que permite que aconteçam múltiplos processos essenciais: permite que estrelas brilhem de modo constante por bilhões de anos; que o carbono se sintetize em estrelas; assegura que léptons não substituam quarks, o que tornaria os átomos impossíveis; é responsável por não deixar que os prótons se desintegrem depressa demais ou que se repilam mutuamente com força exagerada, o que tornaria a química impossível. Como é possível que essa mesma força única satisfaça tantos requisitos diferentes, quando parece que seria necessária uma força diferente para cada um destes processos.
  • Se a força gravitacional fosse alterada em 0,0000000000000000000000000000001 por cento, o nosso sol não existiria e, portanto, nos também não (Correspondência pessoal com Jeffrey A. Zweerink, físico pesquisador da UCLA, October 23, 2003)
  • Se a força centrifuga do movimento planetário não equilibrasse precisamente as forças gravitacionais, nada poderia ser mantido numa órbita ao redor do sol.
  • Se o universo tivesse se expandido numa taxa um milionésimo mais lento do que aconteceu, a expansão teria parado, e o universo desabaria sobre si mesmo antes de qualquer estrela pudesse ser transformada. Se tivesse expandido mais rapidamente, então as galáxias não teriam sido formadas.
  • Qualquer uma das leis da física pode ser descrita como uma função da velocidade da luz (agora definida em 299.792.458 m por segundo). Até mesmo uma pequena variação na velocidade da luz alteraria as outras constantes e impediria a possibilidade de vida no planeta.
  • Se os níveis de vapor d'água na atmosfera fossem maiores do que são agora, um efeito estufa descontrolado faria as temperaturas subirem níveis muito altos para a vida humana; se fossem menores, um efeito estufa insuficiente faria a terra ficar fria demais para a existência de vida humana.
  • Se júpiter não estivesse em sua rota atual, a terra seria bombardeada com material espacial. O campo gravitacional de júpiter age como um aspirador de pó cósmico, atraindo asteróides e cometas que, de outra maneira atingiriam a terra.
  • Se a espessura da crista terrestre fosse maior, seria necessário transferir muito mais oxigênio para a crista para permitir a existência de vida. Se fosse mais fina, as atividades vulcânica e tectônica tornariam a vida impossível.
  • Se a rotação da terra durasse mais que 24 horas, as diferenças de temperatura seriam grandes demais entre a noite e o dia. Se o período de rotação fosse menos, a velocidade dos ventos atmosféricos seria grande demais.
  • Se a taxa de descarga de 23 graus do eixo da terra é exata. Se essa inclinação se alterasse levemente, a variação da temperatura da terra seria muito extrema.
  • Se a taxa de descarga atmosférica (raios_ fosse maior, haveria muita destruição pelo fogo, se fosse menor, haveria pouco nitrogênio se fixando no solo.
  • Se houvesse mais atividade sísmica, muito mais vidas seriam perdidas; se houvesse menos, os nutrientes do piso do oceano e do leito dos rios não seriam reciclados de volta para os continentes por meio da sublevação tectônica (sim, ate mesmo os terremotos são necessários para sustentar a vida como a conhecemos!)
  • Se a interação gravitacional entre a lua e a terra fosse maior do que é atualmente, os efeitos sobre as marés dos oceanos, sobre a atmosfera e sobre o tempo de rotação seriam bastante severos. Se fosse menos, as mudanças orbitais provocariam instabilidades no clima. Em qualquer das situações, a vida na terra seria impossível.
  • O físico inglês P. C. W. Davies concluiu que as chances das condições iniciais serem inadequadas para a formação das estrelas – necessário para os planetas, e portanto, para a vida – é o número um seguido de pelo menos mil bilhões de bilhões de zeros. [2]
  • Existem cerca de cinqüenta constantes e quantidades – por exemplo, a quantidade de energia utilizável no universo, a diferença de massa entre prótons e neutrons, as proporções das forcas fundamentais da natureza e a proporção da matéria em relação a antimateria – que devem ser balanceadas em um grau matematicamente infinitesimal para que qualquer vida seja possível. [3]
  • O tamanho da terra é muito importante. Se ela fosse apenas 10% maior ou 10% menor, a vida como conhecemos não poderia existir. [4]


Essas entre outras evidências mostram que o universo é muito complexo, com características de um projeto. É bom lembrar que isto é pouco diante das inúmeras descobertas científicas sobre a complexidade do universo. Qual a explicação mais plausível para qual seja a causa do universo? Estas evidências ficam mais poderosas juntas com a Segunda Lei da Termodinâmica, se a entropia aumenta, porque tanta ordem? Parece que o universo sabia que a vida ia chegar! São tão incríveis que a probabilidade de algumas destas constantes acontecerem por puro acidente é praticamente impossível, isto se não for impossível!

Mas estas informações somente se dizem a respeito das condições para a existência da vida, é bom lembrar que a vida, por mais simples que pareça, é tão complexa quanto o universo. E é isto que veremos agora. O que a ciência tem a dizer a respeito da origem da vida?



VIDA E INFORMAÇÃO

Antes de avaliar algumas teorias sobre a origem da vida, temos que compreender como a vida é formada. Norman Geisler e Peter Bocchino citam Michael Denton na sua ilustração da complexidade de uma célula, no livro Fundamentos Inabaláveis mostra algo muito interessante sobre o assunto:

“Para entender a realidade da vida revelada pela biologia molecular, devemos ampliar uma célula um bilhão de vezes até que fique com vinte quilômetros de diâmetro e lembre uma nave espacial gigante [...] O que veríamos seria um objeto com projeto adaptativo e complexidade ímpares. Na superfície da célula, veríamos milhões de aberturas, com portinholas de uma enorme nave espacial, abrindo e fechando-se para permitir o fluxo contínuo de materiais para dentro e para fora.Se entrássemos por uma dessas aberturas, nós nos veríamos num mundo de tecnologia suprema e complexidade desconcertante. Veríamos intermináveis tubos e corredores altamente organizados, que se ramificam do perímetro da célula para todas as direções, alguns que levam ao banco de memória central do núcleo, e outro que montam fábricas e unidades de processamento. O núcleo seria uma vasta câmara esférica de mais de um quilômetro de diâmetro, semelhante a um domo geodésico, em cujo interior observaríamos milhares de cadeias espiraladas de moléculas de DNA, todas muito bem empilhadas, formando uma cadeia organizada. Uma enorme extensão de produtos e de matérias primas que seria transportada pelos múltiplos tubos de maneira muito ordenada para as várias fábricas montadas nas regiões externas da célula e dessas fábricas [...] É de fato crível que um processo casual tenha construído uma realidade, cujo menor elemento - uma proteína funcional ou um gene - tenha complexidade além de nossa capacidade criativa uma realidade que é a própria antítese do acaso, que excede em todos os sentidos qualquer coisa produzida pela inteligência humana? (Evolution, p. 328, 342)”

No mesmo livro, eles prosseguem:

“Atualmente acredita-se que a célula é a menor unidade da matéria condensada viva – uma construção minúscula, cujo diâmetro pode medir menos que 0,025 milímetros. Primeiramente vamos identificar as várias partes fundamentais da célula e depois vamos falar de suas respectivas funções.

Interiormente às paredes da célula há proteínas, que são os componentes fundamentais de todas as células vivas. Entre as proteínas estão muitas substâncias, como as enzimas, os hormônios e os anticorpos. As proteínas são necessárias para o funcionamento adequado de qualquer organismo. Agora, observe que o núcleo da célula contém o nucléolo e uma molécula essencial chamada acido desoxirribonucléico (DNA). O nucléolo é um pequeno corpo granular, tipicamente redondo, composto de proteína e ácido ribonucléico (RNA). O DNA, combinado com proteína, se organiza em unidades estruturais chamadas cromossomos, que normalmente ocorrem em pares idênticos. A molécula de DNA constitui a infra-estrutura de cada cromossomo e é uma molécula simples, muito longa e altamente espiralada, subdividida em subunidades funcionais chamadas genes. O gene ocupa um lugar determinado no cromossomo e incorpora as instruções codificadas que determinam a herança de uma característica especifica ou um grupo de características que são transmitidas de uma geração a outra. Ao mesmo tempo, os cromossomos contem toda a informação necessária para formar uma cópia da célula com funcionamento idêntico.

As células têm duas funções básicas: proporcionar uma estrutura para sustentar a vida e produzir cópias exatas de si mesmas de modo que um organismo possa continuar a viver mesmo depois das células originais terem morrido. Um modo de entender a estrutura e o funcionamento de uma célula é imaginar uma indústria química numa grande cidade (organismo). Essa indústria funciona de tal modo que peca a matéria-prima do ambiente, processa-a e fabrica um produto que pode ser usado em seu ambiente particular (o interior da célula) quanto pode ser enviado para uso qualquer em outro lugar da cidade (o organismo). Essa industria química é plenamente equipada com uma biblioteca biológica localizada no centro de computação (núcleo da célula), onde estão guardadas as plantas da cidade toda. Essas plantas também contêm um conjunto completo de manuais de instrução, que explicam os passos necessários para a formação e réplica da vida. As plantas e os manuais de instrução são guardados em forma de códigos em CDS (DNA) no centro de computação (núcleo da célula).

Para ajudar a visualizar como os vários componentes de uma célula funcionam em conjunto, imagine que a parede (parede celular) circunda a indústria química seja danificada. Um mensageiro (mRNA) é enviado ao centro de computação (biblioteca genética), localizado no núcleo da célula, onde se acham os mapas e as instruções (DNA) necessárias para consertar o dano da parede. Em seguida, o mRNA faz uma cópia exata da informação que ele requer do computador e armazena no CD. Quando o processo de cópia se completa, o mRNA dirige-se ao local onde ocorreu o dano e começa a manufaturar pequenos robôs(moléculas de proteína específica), com base nas informações que copiou, para realizarem o trabalho de reparação da parede. Essa explicação é bem básica, mas nos auxilia a ter um conhecimento fundamental da estrutura e do funcionamento de uma célula.

O próximo passo é investigar um pouco mais a fundo o funcionamento da célula para descobrir mais a respeito do conteúdo de informação armazenado no centro de computação (localizado no núcleo da célula). Um modo de pensar no conteúdo de informação do interior da célula é compará-lo a um manual de instrução do tio que acompanha um artigo para montar.

Muito provavelmente, todos nós tivemos a experiência de ficar frustrados após a compra de algum artigo. Algumas vezes, as instruções que acompanham esses objetos são vagas, o que só aumenta o nível de aborrecimento. A perseverança normalmente é o fator chave da vitória sobre a irritação quando se quer obter a consecução de um projeto. Agora imagine o que você faria se comprasse algo complexo como um computador e descobrisse que tinha de montá-lo? Imagine-se abrindo as caixas com todos os componentes de um computador ainda por montar. Além disso, pense na dor de cabeça que seria entender todas as instruções de montagem desse objeto tão técnico. Mas – o que aconteceria se todas as peças chegassem sem plantas ou os manuais de instrução? Como você começaria a montá-las? Sem nenhuma informação especifica que lhe ensine a técnica de montagem do computados, os componentes em si são inúteis.

Essa analogia é um jeito muito rudimentar de mostrar como as matérias primas sozinhas não produzem um sistema específico e complexo. De modo semelhante, todos os componentes para a vida seriam inúteis sem os projetos e os manuais de instrução para a montagem e o funcionamento correto de uma célula viva. Energia, matéria e tempo não são os únicos ingredientes necessários para compor coisas vivas. A informação também deve estar presente para que a tarefa se realize. Com isso em mente, vamos observar mais de perto o tipo de informação codificada que existe no centro de computação de uma célula.


Que tipo de informação codificada a célula utiliza?

A molécula de DNA é a pedra fundamental de todas as coisas vivas. Ela determina a forma e a função da célula e passa essa informação genética de uma geração a outra fazendo cópias exatas de si mesma. Os sistemas complexos de todo organismo conhecido são reproduzidos e montados com base nas informações armazenadas no sistema molecular do DNA. Uma vez que todo o metabolismo químico é programado pelo código genético, é essencial conhecer o nível de complexidade associado a essa informação genética. Isso significa que a molécula de DNA precisa ser desespiralada para encontrarmos o tipo de informação que existe na célula.

Quando olhamos para o interior do núcleo da célula, vemos que toda a informação genética está armazenada na molécula de DNA. Uma investigação mais aprofundada da molécula de DNA mostra que as cadeias de DNA estão armazenadas em discos compactos (como CDs). Essas cadeias de informação foi comprimida e guardada em forma de código (como ilustra a figura abaixo). O código genético consiste de uma seqüência de letras (A,T,C e G). Se essas letras estiverem ligadas numa determinada seqüência codificada, poderão ser usadas para formar uma mensagem (conjunto de instruções) que comunica uma ação.


Como funciona o sistema de informação molecular do DNA?

A molécula de DNA é uma molécula simples, bastante longa e altamente espiralada que pode ser subdividida em subunidades funcionais chamadas genes. Os genes que contêm a informação codificada que vimos discutindo consistem de unidades ainda mais minúsculas como nucleotídeos. Nucleotídeo é o nome técnico da menor unidade (letra) do código genético. Sozinho, um nucleotídeo não transmite nenhuma informação. Mas se alguns nucleotídeos são enfileirados em uma seqüência precisa ou cadeia, semelhante ao exemplo da linguagem de computador, as letras passam a construir mensagens especificas em forma de código. Em 1952, dois geneticistas, James D. Watson e Francis H. Crick, descobriram que as partes da molécula de DNA se encaixam de maneira especifica. Essa configuração precisa da molécula do DNA ficou conhecida como código genético. Dez anos depois dessa descoberta, o código genético foi decifrado e provou ser correto de acordo com os princípios da biologia. Em outras palavras, verificou-se empiricamente que as partes do código genético, representadas pelas letras A, T, C e G, somente se encaixam em seqüências determinadas que especificam os projetos e o manual de instruções para todas as coisas vivas.

Watson e Crick descobriram que a estrutura de uma molécula de DNA tem a forma de uma hélice dupla que lembra uma longa escada de corda espiralada. Se fossemos capazes de desenrolá-la veríamos as laterais e os degraus dessa escada. As laterais da escada de corda são compostas de seções alternadas e moléculas de açúcar e moléculas de fosfato. Os degraus da escada carregam a informação genética (código genético) e são feitos de quatro bases que contem nitrogênio: adenina (A), timina (T), citosina (C) e guanina (G). As travessas dos degraus da escada são feitas de um nucleotídeo que se liga com uma base complementar do lado oposto da travessa.

Adenina (A), por exemplo, sempre se liga com a timina (T), e citosina (C) sempre se liga com a guanina (G). Conseqüentemente, cada degrau da escada de corda consiste de duas bases e há somente duas combinações possíveis para cada degrau: A/T e C/G, o que equivale a dois nucleotídeos por degrau. Cada nucleotídeo é uma subunidade de molécula do DNA e contem fosfato, açúcar e qualquer uma das quatro bases nitrogenadas. A ordem específica dos nucleotídeos determina o código genético para cada um de nós. Esse código pode parecer bem insignificante, mas é o meio pelo qual tudo que é vivo funciona no nível molecular.


Que tipo de informação se armazena na molécula de DNA?

Já sabemos que o código genético consiste de quatro letras, A, T, C e G. Agora precisamos entender o grau de complexidade do código genético a fim de determinarmos se ele é um subproduto de forças puramente naturais. Energia, matéria e tempo simplesmente, nada mais, podem produzir o tipo de organização encontrado no código genético? Vejamos o que os biólogos moleculares encontraram quando decifraram o código genético.

O tipo de informação que compõe o código genético, segundo se descobriu, é classificado pelos biólogos moleculares como equivalente ao de uma língua escrita. O cientista da informação Hubert P. Yockei explica:

A estrutura estatística de qualquer linguagem impressa apresenta-se num leque de freqüências de letras, digramas, trigramas, freqüências de palavras etc., regras de ortografia, gramática e assim por diante. Portanto pode ser representada por um processo de Markov dado os estados do sistema [...] É importante entender que não estamos raciocinando por analogia. A hipótese de seqüência aplica-se diretamente a proteína e ao texto genético tanto quanto a linguagem escrita e, portanto, o tratamento matematicamente é idêntico. (Self-organization, origin-of-life scenarios and information theory, p. 16. – Processo Markov é uma expressão usada em estatística. Preocupa-se em analisar uma sucessão de eventos dentro de certos parâmetros, cada um dos quais determinando pelo evento imediatamente precedente. O processo tem esse nome por causa do matemático russo Andrei Markov.)

Yockey está dizendo que falar a respeito do código genético como sendo a linguagem da vida não é mera analogia. A importância dessa descoberta é que a célula tem uma linguagem própria, plenamente equipada com regras – equivalente a uma língua escrita – que controlam seu modo de comunicar-se. Numa obra mais recente, Yockey explica que a teoria da informação demonstrou que há uma correspondência biunívoca (um a um), isomorfismo, entre o sistema lógico do texto genético, de um lado, e os sistemas de comunicação, computadores e sistemas lógico-matematicos de outro lado.”

Com estas informações sobre as células deu pra perceber a complexidade da vida. E devemos levar em conta que falamos apenas das células, imagine um ser vivo pluricelular!

Mas quem sabe se com bilhões de anos com várias tentativas a vida teria se formado por acaso? Não teriam as partículas afinidades químicas ou tendências de se auto ordenar? É isto que vamos tratar agora.



Bilhões, bilhões e bilhões...

Quando muitos ateus são confrontados com a complexidade de uma “simples” célula, respondem que se dado muito tempo, com certeza a vida poderia surgir sem uma causa inteligente, afinal, o universo é imenso e muito velho. O problema é este, de acordo com as descobertas científicas, não houve tanto tempo assim.

Antes do Big Bang, achava-se que o universo era eterno, e, portanto houve muito tempo para a formação da vida. Hoje se sabe que o universo tem cerca de 14 bilhões de anos, e recentes pesquisas mostram que a terra tem menos de 5 bilhões de anos. Parece muito tempo, mas não é bem assim. A terra passou muito tempo se formando, e esfriando-se, e isto já diminui o tempo. Se baseando nas descobertas de micro-fósseis, os cientistas descobriram que o período em que a terra começou a esfriar e atingir a temperatura adequada até o surgimento da primeira vida foi de apenas 400 milhões de anos [5]. Um período muito curto, o que fez muitos admitirem que o acaso não é capaz de fazer. Walter L. Bradley, PHD, no livro Em defesa da Fé conta que a probabilidade da vida surgir por acaso são tão astronômicas que ninguém ainda acredita que o acaso explique a origem da vida. Ele prossegue:

Mesmo se as condições fossem ideais, isso não iria funcionar. Se você tomasse todo o carbono que existe no universo e o colocasse na face da terra, permitisse que ele reagisse quimicamente no ritmo mais rápido possível e o deixasse ficar por um bilhão de anos, a probabilidade de se criar uma só molécula funcional de proteína seria de uma em 10 seguido de 60 zeros. [6]

Ele continua a falar quando Behe disse “que a probabilidade de encadear somente cem aminoácidos para criar uma molécula de proteína por acaso seria o mesmo que um homem de olhos vendados encontrar um grão de areia especifico em algum lugar da vastidão do deserto do Saara - e faze-lo não uma só vez, mas em três ocasiões diferentes.” [7]

Não se esqueça que uma molécula de proteína não é nada em comparação com uma célula viva e suas informações. E essas informações são completamente fascinantes, e normalmente as ignoramos quando tratamos sobre a origem da vida. Mesmo com o tempo pequeno, não teriam as moléculas a capacidade de se ordenar? Seria uma boa teoria se não houvesse falhas nela. Até mesmo um dos defensores desta teoria passou a rejeitá-la.

Bradley diz que foi formulado um programa para analisar duzentas e cinqüenta proteínas, e como resultado, observaram que não havia nenhuma seqüência química.

O que originou a primeira célula viva? Foi um ser inteligente, ou puro acidente da natureza? Somos apenas um bando de poeiras de átomos formadas randomicamente? Muita gente acredita que sim.

O problema é que informações irredutivelmente complexas, como as que encontramos nos seres vivos, não surgem por processos aleatórios. É mais crível que este texto tenha surgido por erros (mutações) aleatórios em um sistema operacional do que uma complexa célula viva, que a informação contida é maior do que a Enciclopédia Britânica. Até mesmo ateus admitem esta complexidade, alguns admitem a aparência do projeto, mas não o projetista.

Acreditar que as condições necessárias para a vida, e a própria vida tenha surgido por acidente não é algo razoável. A complexidade do universo e da vida fez com que muitos cientistas e filósofos ateus deixassem o seu ateísmo, pois a explicação mais plausível para a origem disso tudo é uma Mente infinitamente Inteligente como causa.


Não vou me estender falando Big Crunch, quem estiver interessado pode o que diz nesta pagina:

"O universo vai se expandir para sempre. Ele não voltara sobre si mesmo nem entrara em colapso numa espécie de grande desabamento"
http://www.cnn.com/2003/TECH/space/02/11/cosmic.portrait/


Não me esquecendo dos universos múltiplos. Eles não anulam a possibilidade de existir um Deus, mas aumentam a necessidade de um, pois eles precisariam de um ajuste fino para começar. Como exemplo, lembro do acelerador de partículas que foi projetado por anos e pode simular os acontecimentos após o Big Bang. Se ele é muito complexo e necessitou de um ajuste fino, imagine inúmeros universos?

"Alguém pode achar fácil acreditar numa matriz infinita de universos do que numa divindade infinita, mas tal crença deve basear-se na fé em vez da razão"..(Apud Freed Heeren, Show Me God, vol. 1. Wheeling, III.: Daystar, 2000, p. 239), Paul Davies, fisico.



Tá, mas quem criou Deus?


Bom, se o universo precisa de uma causa, então Deus tambem precisa de uma causa! Alguem pode argumentar. Esta é uma pergunta comum devido a uma má compreensão sobre as causas e efeito. A ciência não diz que tudo tem uma causa, mas sim que tudo que tem um inicio tem uma causa. O universo teve um inicio, portanto houve uma causa para ele. Se o universo não é eterno (e é isto o que os ateus acreditavam antes da descoberta do seu inicio) então algo fora do universo é eterno.


É esta causa eterna que chamamos de Deus. Uma causa pessoal, pois teve escolha de criar ou não o universo. Onipotente, Onisciente para criar-lo com tanta precisão.



Por fim, deixo citações do que alguns cientistas e filósofos acham a respeito da complexidade do nosso universo.


James Tour, Nano cientista.

Somente um principiante que não sabe nada sobre ciência diria que a ciência descarta a fé. Se você realmente estudar a ciência, ela certamente o levara para mais perto de Deus.

Arno Penzias

A astronomia nos leva a um acontecimento único, um universo que foi criado do nada e cuidadosamente equilibrado para prover com exatidão as condições requeridas para a existência da vida. Na ausência de um acidente absurdamente improvável, as observações da ciência moderna parecem sugerir um plano por trás de tudo ou, como alguém poderia dizer, algo sobrenatural. (Apud Walter Bradley, "The 'Just-so' Universe: The Fine- Tuning of Constants and Conditions in the Cosmos", in William Dembski & James Kushiner, eds. Signs of Intelligence. Grand Rapids, Mich.: Backer, 2001,p. 168.)

Ed Harrison, cosmologista.

"Aqui está a prova cosmológica da existência de Deus - o argumento do projeto de Paley - atualizado e reformado. O ajuste fino do universo nos dá evidencias do projeto deístico". (Apud Geisler & Hoffman, eds. Why I am a Christian, p. 142)

Robert Jastrow

Para o cientista que tem vivido pela fé no poder da razão, a historia termina como um sonho ruim. Ele escalou as montanhas da ignorância; está prestes a conquistar o pico mais elevado e, quando se lança sobre a ultima rocha, é saudado por um grupo de teólogos que estão sentando ali há vários séculos. (God and the Astronomers,. p. 116)

Fred Hoyle, astro físico.

Uma interpretação de bom senso dos fatos leva a concluir que um superintelecto brincou com a física, a química e a biologia, e não existem forças cegas que valham a pena ser discutidas na natureza. Os números que se calculam com base nos fatos me parecem tão assombrosos que se deve aceitar esta conclusão acima de qualquer duvida. (7 razões para confiar na Bíblia, 136)

Antony Flew

Volto a dizer que minha jornada para a descoberta do Divino tem sido, até aqui, uma peregrinação da razão. Segui o argumento até onde ele me levou, e ele me levou a aceitar a existência de um Ser auto-existente, imutável, imaterial, onipotente e onisciente. (Um ateu garante: Deus existe, p. 144)

Patrick Glynn

A 'morte de Deus'tem sido baseada numa interpretação errônea fundamental da natureza do Universo,num quadro muito parcial e defeituoso que a ciência pintou lá no final do século 19. Agora aquele quadro esta sendo substituído por um novo, muito vastamente complexo e decisivamente mais compatível com a noção de que o Universo foi planejado intencionalmente por um Criador inteligente. (God: The Evidence.)

C. S. Lewis

Se o sistema solar passou a existir por meio de uma colisão acidental, então o aparecimento de vida orgânica nesse planeta também seria um acidente, e a evolução completa do homem também teria sido um acidente. Assim sendo, então todos os nossos processos de pensamento são meros acidentes- o produto acidental do movimento (aleatório) dos átomos. E isso também seria valido para os 'materialistas'e 'astrônomos', como para qualquer outra pessoa. Mas se os pensamentos deles - sobre o materialismo e a astronomia - são meramente produtos acidentais, por que deveríamos acreditar que eles são verdadeiros? Eu não vejo razão para acreditar que um acidente fosse capaz de fazer um relato correto de todos os outros acidentes.

God in the Dock, p. 52 e 53

Todas estas evidências mostram que acreditar em Deus não é fé cega. Como disseram Norman Geisler e Frank Turek, é por isso que “Não tenho fé suficiente para ser ateu”.


Vou colocar um versículo bíblico, não para querer provar nada, mas tem tudo a ver com o assunto:

“Porque os atributos invisíveis de Deus, assim o seu eterno poder, como também a sua própria divindade, claramente se reconhecem, desde o princípio do mundo, sendo percebidos por meio das coisas que foram criadas. Tais homens são, por isso, indesculpáveis;” Rm 11:20



[1] Um ateu garante: Deus existe, pág. 109.

[2] Em defesa da fé, p. 103.

[3] Em defesa da fé, p., 104.

[4] 7 Razões para confiar na Bíblia 129.

[5] Em defesa da fé, p. 137.

[6] Em defesa da fé, p.138.

[7] Em defesa da fé, p. 138.

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