segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Só para Recapitular...

31 de outubro... dia da "reforma" protestante, mas...

Muitos protestantes ainda não sabem que a 95 teses não foram para protestar contra a Igreja.

O protestantismo ainda não trouxe de volta as crenças apostólicas primitivas, a não ser boa parte das heresias primitivas.

Alguns sabendo que os Pais da Igreja ainda não apoiam suas heresias, os quais sem eles não teríamos a Bíblia, tentam até mesmo desqualificá-los.

Os protestantes ainda não conseguiram provar a Sola Scriptura.

Também não conseguiram refutar a veneração dos santos. Aliás, boa parte dos protestantes não tem outra coisa a criticar...

O protestantismo continua se dividindo.

Ainda não há uma única coisa que os protestantes concordem entre si, nem mesmo a existência de Deus ou sua natureza.

O número de ex protestantes (principalmente pastores e conhecidos anti-catolicismo) têm aumentado cada vez mais. Não por meio de emocionalismos, depois de ouvir alguma musica melosa e se sentir “tocado”, ou alguma pregação “ungida”, mas por meio da busca pela verdade. (Mais, e mais)

Isso não é diferente no Brasil.

Ao contrário da maioria de ex-“católicos”, os ex-protestantes eram protestantes de fato, enquanto a maioria dos que se diziam católicos, não conheciam e ainda não conhecem o que a Igreja ensina. ( Veja também)

Ainda tem gente que divulga mentiras como que a Igreja proibia traduções da Bíblia, além de sua leitura, sobre a Inquisição, entre outros tipos de mentira.

Enquanto você está lendo isso, provavelmente já abriram alguma outra igreja protestante dividindo ainda mais o que já nasceu em divisão.

A Igreja Católica continua Una, Católica, Apostólica e Romana.

E enquanto algum protestante tentar responder alguma coisa postada aqui, também estará surgindo alguma nova denominação com uma nova doutrina/revelação do que os apóstolos teriam ensinado. Alguém quer chutar algum nome de denominação que podem inventar?

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Missa Tridentina - Glória in Excelsis

Este é um hino muito antigo (Segundo século), e está em todos os missais do oriente, ou seja, faz parte da liturgia oriental de forma universal (principal evidência para apostolicidade, além da antiguidade).

A principio é dirigido a Deus, a natureza divina, o princípio criador ( o "quê"), sem distinguir ainda a personalidade (o "quem"), o louvando, bendizendo e glorificando, pois o louvor pertence a Ele.

Ele é Bendito e glorificado na criação e redenção e por nos ter criado e redimido.

Por isso LAUDAMUS TE, BENEDICIMUS TE e GLORIFICAMUS TE, meu Senhor!

Gratias agimus tibi propter magnam gloriam tuam. Damos graças por causa de sua grande glória. E qual é sua grande glória? A Encarnação, ou seja, Jesus Cristo se fazendo carne para os propósitos divinos é sua grande Glória. Por isso damos graças, pois foi por nós que o Logos se fez carne, que Deus adicionou a humanidade ao seu Logos.

A Igreja então continua a glorificar, e passa a ser mais específica.

Primeiro é dado glória ao Pai: Domine Deus Rex Caelestis, Deus Pater Omnipotens. O Senhor é Deus.

Depois é dada glória ao Senhor Jesus, Filho Unigênito, e acrescenta mais ainda, além de ser "único gerado": Domine Deus, Agnus Dei, Fillius Patris. Senhor Deus, Cordeiro de Deus e Filho do Pai, ou seja, não é apenas um "filho de Deus", mas do Pai.

Aqui é mais clara a diferenciação de Pessoa. Pai e Filho do Pai. Por ser Filho, Filho Único Gerado do Pai, possui a mesma natureza, portanto não há erro em chamá-lo de Domine Deus - Senhor Deus. Se o Pai é por Natureza (quê) Senhor, o Filho também o é.

Depois se pede misericórdia ao Esposo, o Verbo, que tira o pecado do mundo, além de pedir para que receba nossas preces. Declara que Ele está a direita do Pai, e afirma que só Ele é Santo, Senhor e Altíssimo. Ele quem? Jesu Christe.

São afirmações sobre sua natureza co-eterna com o Pai.

Mas Tu solus Sanctus, Tu solus Dominus, Tu solus Altissimus, Jesus, cum Sancto Spiritu in glória Dei Patris. Assim, a Terceira pessoa da Trindade é mencionada. O Pai, Filho e Espírito Santo são igualmente o único (quê) Santo, Senhor, Altíssimo.

Essa é mais uma das várias evidências pré-nicenas da Divindade do Logos, e pré-constantinopolitana da Divindade e personalidade do Espírito Santo.

Esse hino, assim como vários trechos neotestamentários e outros textos primitivos não têm por objetivo explicar. São apenas expressões da fé revelada e repassada pela tradição apostólica de maneira universal (como as músicas e poemas são expressões), que posteriormente seriam explicadas, ligadas e reafirmadas num concílio.

O número de evidências pré-nicenas de várias localidades diferentes demonstram que essa era a fé universal, e as explicações dos concílios apenas reafirmaram essa fé, além de combaterem as inovações que contradiziam tudo que a Igreja sempre acreditou.

Ela sempre acreditou que Jesus era tanto Deus, como Cordeiro, Profeta, etc... O que se faz após isso é mostrar como as verdades de fé não são impossíveis de serem compreendidas ou explicadas até o limite em que verdades Divinas possam ser explicadas pela limitada razão humana.

ps.: Quando se fala da Natureza divina, se fala do quê Deus é. Quando se trata da personalidade, a referência é a quem possui esse quê. Então há separação entre quê e quem, impossibilitando qualquer contradição lógica. Não há um [quê] e três [quês] ao mesmo tempo, nem um [quem] e três [quem] ao mesmo tempo. E sim um [quê] e três [quem], assim como num triângulo (quê) há três pontas ("quem", como analogia). Exigir que entendamos completamente isso? Não conseguimos compreender completamente o mundo material e temporal, portanto é pura soberba e vontade de criticar exigir que se entenda completamente o que é Eterno e além da matéria. Este blog possui alguns textos sobre o assunto, mas por agora basta citar um que trato de algumas afirmações de muçulmanos.

terça-feira, 25 de outubro de 2011

Missa Tridentina - Kyrie


 "Em seguida, vem o Kyrie, que o padre, nas missas cantadas, deve dizer no lado do altar onde leu o Intróito. Os seus ministros o acompanham quando ele vai para o meio do altar, e colocam-se atrás do padre em diferentes degraus. Nas missas privadas o Kyrie é dito no meio do altar.

Esta prece é um grito pela qual a Santa Igreja implora às três Pessoas da Santíssima Trindade. As três primeiras invocações se dirigem ao Pai, que é o Senhor: Kyrie, eleison; as três seguintes dirigem-se ao Filho encarnado, ao Cristo, e dizemos: Christe, eleison; enfim, as três últimas dirigem-se ao Espírito Santo, Senhor com o Pai e o Filho, e por isso repetimos: Kyrie, eleison – Senhor, tende piedade de nós. Para o Filho dizemos igualmente Senhor com o Pai e o Espírito Santo, mas a Santa Igreja emprega Ele a palavra Cristo, Christe, por causa da relação desta palavra com a encarnação.

Enquanto isso, o coro canta este Kyrie que o padre recita. Antigamente punham-se muitas palavras nessas invocações como no Missal do Mans, de 1705.

O Missão de São Pio V retirou o uso desses Kyries, chamados “enfeitados”. Na missa Papal cantam-se diversos Kyries; mas isto hoje é uma exceção. Os três gritos diferentes repetidos por três vezes, como quer atualmente na liturgia, nos mostra a relação que existe aqui em baixo com os nove coros que cantam no céu a glória do Altíssimo. Esta união com os anjos prepara para o Glória que vai seguir: cântico angélico trazido para a Terra pelos Espíritos bem-aventurados."

Missa Tridentina - Incensação


"O altar representa Jesus Cristo. As relíquias dos Santos que se encontram sobre o altar nos lembram que os santos são membros de Jesus Cristo. Porque, depois de ter tomado nossa natureza humana, não somente Nosso Senhor sofreu sua paixão, triunfou na Ressurreição e entrou na glória pela Ascensão, mas também fundou sua Igreja, sendo a cabeça do Corpo Místico, e todos os santos são seus membros. Neste ponto de vista, Nosso Senhor só está completo se for acompanhado pelos seus santos, e é por esta razão que os santos que estão com Ele na Glória, devem estar unidos a Ele no altar que o representa.

Quando o padre termina a oração que disse inclinado e com as mãos sobre o altar, prepara-se para a incensação. Duas incensações terão lugar durante o Santo Sacrifício, ambas com grande pompa, por respeito a Nosso Senhor, representado pelo altar, como acabamos de dizer. No entanto, o padre fará a primeira incensação sem o acompanhamento de uma oração; contenta-se em incensar todo o altar para perfumá-lo por inteiro. Vemos pelo Levítico, que desde cedo o incenso serviu ao culto do Senhor. A bênção que o incenso recebe do padre, na missa, eleva esse produto da natureza À ordem sobrenatural.

A Santa Igreja toma essa cerimônia do próprio céu, onde São João a contemplou. Em seu Apocalipse, ele vê o anjo com um turíbulo de ouro junto do altar do Cordeiro, cercado pelos 24 anciãos: Ângelus venit, ET stetit ante altare habens thuribulum aureum – E veio outro anjo e parou diante do altar, tendo um turíbulo de ouro (Ap 8, 3). Mostra-nos este anjo oferecendo a Deus as preces dos santos representadas pelo incenso. Assim, a Santa Igreja, fiel esposa do Cristo, procura imitar o céu e, aproveitando que o véu de seus mistérios foi um pouco levantado pelo Apóstolo amado, toma para a terra aquilo que se faz lá no alto para a glória do seu Esposo.

Neste momento da missa, só o altar e o padre são incensados: a incensação dos fiéis é reservada para a segunda vez. É costume da Santa Igreja expor sobre o altar imagens de santos e relíquias que também recebem o incenso."

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Missa Tridentina - Confiteor


É um tipo de confissão criada pela Igreja onde os pecados veniais são perdoados, caso exista o devido arrependimento. Assim, na missa, isso serve também para que nos lembremos de pedir perdão, caso tenhamos esquecido.

O padre começa a se acusar, e confessa-se não apenas a Deus, mas a tudo que é santo.

Não porque se deve pedir perdão aos santos, como se os tivessem ofendido, mas para que possam pedir por ele e com ele. Isso porque, dada a crença na comunhão dos santos, não se peca apenas diante de Deus, mas também diante de uma nuvem de testemunhas.

"Certas ordens religiosas podem acrescentar o nome de seu fundador. Assim, os beneditinos, acrescentam São Bento; os dominicanos, São Domingos; e os franciscanos, São Francisco, etc."

Depois se acusa também diante dos presentes, especificando as formas em que alguém pode pecar: pensamentos, palavras e obras.

Batendo a mão no peito, como o publicano, afirma que pecou por vontade própria: Mea culpa, mea maxima culpa.

Isso também serve para nos lembrarmos desse fato. Ou seja, o tempo todo somos ensinados e relembrados de certas verdades importantes.

Segundo o autor, essa confissão pode ser suficiente "para uma pessoa em perigo de morte e impossibilitada de fazer uma confissão mais explícita."

Os ministros também fazem essa confissão. Não aos irmãos (et vobis fratres(, mas ao padre (et tibi Pater).

"Terminada a confissão, o padre se inclina novamente, menos profundamente para que o Confiteor, e diz: Deus, tu conversus vivificabis nos - Ó Deus, com um só olhar nos dareis a vida; e os ministros: Et plebs tua laetabitur inte -e nosso povo se alegrará em vós. Em seguita: Ostende nobis, Domine, Misericordiam tuam - Mostrai-nos, Senhor, vossa misericórdia, com a resposta: Et salutare tuum da nobis - dai-nos o Salvador que vós preparastes."

Estas citações baseadas nas Escrituras (Sl 84, 1), demonstram que pedimos a Deus a Jesus, que é a própria Misericórdia, assim como os judeus pediam e esperavam o Messias. Assim, nas missas pedimos que Jesus continuamente venha a nós.

Logo após o "Dominus vobiscum" o padre sobe para o Altar e vai orar, pedindo que seus pecados sejam apagados, por menores que sejam ao se aproximarmos de Deus "mais nos pesa a menor mancha".

Após isso vem a incensação, que será comentada depois.

Mas o que se pode perceber é um culto, com a comunhão de todos os santos (e nisso entenda-se todos os cristãos vivos e mortos mas que estão na presença de Cristo), onde eles oram por nós e conosco, porém o culto é totalmente voltado para nosso Senhor Jesus.

E isso vai ficar mais claro com o passar do tempo.

Estamos apenas ansiosos, vamos assim dizer, pela chegada do Rei, e por isso nos preparamos para sua chegada. Esse Rei que vem a nós todos os dias nas Missas, e que virá também no futuro claramente para todos como Rei Eterno.

sábado, 15 de outubro de 2011

Erros ateus comuns...

Um ótimo texto escrito por um ateu, e traduzido por Charles Gomes. Existem vários outros erros, assim como os teístas também cometem muitos erros, mas achei interessante esse texto.

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Todo homem, onde quer que vá, é cercado por uma nuvem de convicções confortantes, que se movem com ele como moscas em um dia de verão.

Bertrand Russell

Ateístas são humanos como todo mundo. Eles encontram conforto em “saber” que estão certos. Absoluta certeza é gostoso. Ateístas podem escorregar em falsos pensamentos assim como crentes podem. De fato, é natural para nossos cérebros manter idéias contraditórias ao mesmo tempo, e todos nós precisamos lutar contra isso. Anteriormente escrevi sobre Quatro Erros Cristãos Comuns. Nesse post, eu quero trazer à luz alguns erros comuns no pensamento ateísta.

Culpar a Religião por Tudo

Religião não é a raiz de todo o mal, mas alguns ateus gostam de achar que é. Richard Dawkins fez um documentário na TV sobre religião chamado “A Raiz de Todo o Mal”, e o subtítulo do último livro de Christopher Hitchens é “Como Religião Envenena Tudo”.

Obviamente, muitos males – incluindo os genocídios ateístas mencionados acima – não vieram da religião. O Mal pode vir de ganância, pobreza, vergonha, desejo, boas intenções, amor, raiva, drogas, e muitas outras fontes.

E eu acho difícil acreditar que religião envenena tudo. Religião envenena a matemática? Arte Renascentista? Navegação? Chapéus?

Mitos Pró-Ateístas

Todo grupo de pessoas recontam a história de uma maneira que lhes favorece. Liberais e conservadores, socialistas e anarquistas, cristãos e budistas, fãs de hockey e loucos por NASCAR – todos nós temos alguns mitos que nos fazem parecer bem. Ateístas não são exceção.

Para mostrar que ateus são moralmente melhores que Cristãos, alguns ateus afirmam que menos de um por cento da população carcerária americana são de ateus, mesmo que ateístas representam 10% da população. Essas estatísticas são fabricadas ou baseadas num questionável estudo de 1925. Em verdade, “o segmento da população carcerária que se identifica como não-religioso é aproximadamente duas vezes mais que a encontrada na população em geral”.

Alguns ateus afirmam que muçulmanos destruíram a livraria de Alexandria, o maior tesouro de conhecimento do mundo antigo. Supostamente, o cruzado islâmico Umar proclamou que “os livros ou irão contradizer o Corão, nesse caso eles são heréticos, ou eles irão concordar com ele, neste caso eles são supérfluos,” e então queimou a livraria. Isso aparenta ser uma boa história, mas a história mostra que provavelmente não aconteceu dessa forma.

Outros ateus dizem que a idéia de Jesus como Deus não surgiu até 300 anos após a morte de Cristo, no Concílio de Nicéia. Mas ambas fontes cristãs e seculares mostram que algumas pessoas cultuavam Jesus como Deus muito antes.

E finalmente, para exagerar o conflito histórico entre religião e ciência, ateístas dizem que Galileu foi torturado pela igreja por afirmar que a terra girava em torno do sol. De fato, Galileu ofereceu falsas provas do Heliocentrismo, mentiu descaradamente na corte, e foi sentenciado a uma honrosa detenção onde ele continuou trabalhando em outros assuntos.

Esses e outros mitos ateístas emperram a busca pela verdade e a conversação entre crentes e descrentes.

Maus Estudos

Há muitos estudos desonestos tanto de ateus quanto de cristãos. Por agora, vou apontar duas instâncias de maus estudos ateístas.

Ateístas apontam que a palavra para Deus em Genesis 1:1 é elohim, o plural de el. Portanto, eles dizem, deve ser traduzido como “No princípio, os deuses criaram os céus e a terra,” revelando as raízes pagãs do Judaísmo. Agora, é provavelmente verdade que elohim foi emprestado das antigas religiões Canaanitas, onde o termo era usado para denotar um panteão de deuses. Mas nesse verso e centenas de outros, elohim é usado com um verbo singular, bara. Aqui, elohim pode ser um substantivo coletivo para um Deus singular de várias pessoas, assim como dizemos “Os Estados Unidos é cheio de pessoas gordas” em vez de “Os Estados Unidos estão…” Também, é provável uma instância de pluralidade majestática, um jeito hebreu de demonstrar grandeza por pluralizar substantivos, como em Jó 40:15 onde se refere ao Behemoth, significando a maior de todas as bestas (o singular de besta é behemah). Seria bom para ateus se o primeiro verso da bíblia traísse as origens politeístas do judaísmo, mas uma leitura cuidadosa do Hebreu não demonstra isso.

Outro exemplo. O Documentário conspiracionista Zeitgeist argumenta que Jesus foi fabricado de uma mistura de deuses antigos. Por exemplo, afirma que o deus egípcio Horus foi nascido de uma virgem, adorado por três reis, batizado na idade de 30, teve 12 discípulos, caminhou sobre as águas, foi crucificado e enterrado por três dias, e então foi ressurecto. De fato, se você ler qualquer  fonte sobre Horus que não está tentando traçar paralelos com Jesus, você encontrará que aproximadamente todas essas afirmações são simplesmente falsas. Assim como maior parte das afirmações feitas nessa parte do filme. Ainda, essas afirmações sao repetidas amplamente por muitos ateus, incluindo Bill Maher no seu filme Religulous.

Materialismo Dogmático

Alguns ateus começam com o pressuposto de Carl Sagan de que “o cosmos é tudo já foi, o que é e o que será”. Tudo é matéria. Nada é sobrenatural.

Eles podem estar corretos. Eu não espero encontrar evidência do sobrenatural. Mas todos precisamos estar abertos à descoberta. O Universo é um lugar surpreendente.

De fato, cientistas recentemente descobriram que apenas 4% do universo é matéria e energia – ao menos, matéria e energia como nós sempre compreendemos. Os outros 96% do universo consiste de coisas que nós não sabemos quase nada sobre – “matéria negra” e “energia negra”. Essas coisas podem não ser sobrenaturais, mas certamente é antinatural!

Lewis Thomas escreve, “A maior de todas as conquistas da ciência do século vinte foi a descoberta da ignorância humana”. Quase tudo que nós antes pensávamos que sabíamos virou falso, e nós muitas vezes descobrimos verdades que nossas intuições menosprezam. Dogmatismo e certeza absoluta não pertencem à mentes humanas limitadas.

Ateus devem olhar para a religião e ateísmo com o mesmo senso comum.

sexta-feira, 14 de outubro de 2011

Missa Tridentina - O Salmo Judica me


Como a Igreja geralmente escolhe algo que deseja exprimir, o Salmo 42 foi escolhido por causa do versículo "Introibo ad altare Dei - me aproximo do altar de Deus".

Não esteve sempre no missal, sendo fixado por São Pio V.

Desde o primeiro versículo se demonstra que o padre está in Persona Christi: Ab homine iniquo et doloso erue me - livra-me do homem fraudulento e perverso.

Dessa forma o Salmo abre bem a Missa, porque se refere a vinda de Jesus.

Como é um salmo cheio de alegria, não se faz uso na missa dos defuntos "porque estamos suplicando o sufrágio de uma alma, cuja partida nos deixa com saudades e luto. Também no tempo da Paixão, durante o qual a Santa Igreja está toda ocupada com os sofrimentos de seu Esposo, e não pensa em se alegrar".

Essas duas exceções mostram um tipo de didática na própria vida do povo. As pessoas são ensinadas das verdades cristãs pelo costume. Assim, elas são constantemente relembradas do sofrimento de Jesus no tempo da Paixão, e como simbolismo e demonstração litúrgica, não se faz o uso desse salmo.

Terminando o salmo, com o uso do Gloria Patri (Gloria Patri, et Filio, et Spiritui Sancto.
Sicut erat in principio, et nunc, et semper et in saecula saeculorum, Amen), o padre pede ajuda a Deus dizendo: Adjutorium nostrum in nomine Domini - nosso auxílio está no nome do Senhor", onde é respondido: Qui fecit caelum et terram - que fez o céu e a terra.

Pedindo, assim, auxilio a Deus para dar continuidade, pois mesmo sendo pecador e não merecendo, esse sacrifício foi algo que Deus quis, instituído pelo próprio Cristo.

quinta-feira, 13 de outubro de 2011

Missa Tridentina - Orações e cerimônias.






Preparação
-> O Salmo Judica me - Século XII.
-> Confiteor - Século XII.
-> Incensação - Costume grego do século, III introduzido no século XII.

Ante-missa
-> Introito - Século V.
-> Kyrie - Século V.
-> Gloria in Excelsis - Composto no século II, introduzido no século V.
-> Coleta - Composto entre os séculos III e V.
-> Epístola - Costume judaico herdado pela Igreja.
-> Gradual - Século V.
-> Aleluia - Trato - Século V.
-> Sequência - IX.
-> Evangelho - Costume judaico herdado pela Igreja.
-> Credo - Século V.

Sacrifício
-> Ofertório - Século V.
-> Incensação - Século IX.
-> Lavabo - Entre os séculos VII e VIII.
-> Suscipe, Sancta Trinitas - Século X.
-> Orate Fratres - Século X.
-> Prefácio - II.
-> Sanctus - II.
-> Te Igitur - Século V.
-> Memento dos Vivos - Século V.
-> Communicates - Século V.
-> Hanc Igitur - Século V.
-> Quam Oblationem - Século IV.
-> Consagração da Hóstia - Século I.
-> Consagração do Vinho - Século I.
-> Unde et Memores - Século IV.
-> Supra Quae Propitio - Século IV.
-> Supplices te Rogamus - Século IV.
-> Memento dos Mortos - Costume do século III, introduzido no século V.
-> Nobis Quoque Peccatoribus - Século V.
-> Per Quem Haec Omnia - Século III.

Comunhão
-> A Oração Dominical - Século III.
-> Libera Nos, Quesumus V - Século V.
-> Agnus Deu - Século VIII.
-> Orações antes da Comunhão - Século X.
-> Comunhão - Século IX.

Conclusão
-> Póscomunhão
-> Ite, Missa Est - Século V.
-> Bênção - Composto entre os séculos VII e VIII.
-> Último Evangelho - Século XIII.


O autor não deixou muito claro se todas as cerimônias passaram a existir nessa época, ou só começaram a fazer parte da liturgia nas datas citadas. Isso porque o Ultimo Evangelho, por exemplo, se não me falha a memória, é o prólogo de João, e esse prólogo é do primeiro século.

As orações mais antigas penso que são as melhores para sabermos o que os cristãos primitivos pensavam. Nesse caso, faço referência especial ao "Gloria in Excelsis", comentarei mais adiante.

Como será notado, a Missa irá relembrar, inclusive nos gestos, a Paixão de Jesus Cristo. Cada detalhe possui um significado (e provavelmente irei deixar passar em branco vários detalhes)

Tentarei colocar algumas fotos como exemplo.

Missa Tridentina - Introdução.


Já faz algum tempo que não posto nada, principalmente porque não tenho lido muita coisa sobre as controvérsias em relação a Igreja, e me dedicado mais a entender melhor a riqueza de fé que há nela. Dentre os tesouros, posso citar a Missa.

Estou lendo um livro sobre o assunto que se chama “Missa Tridentina – Explicações das orações e das cerimônias da Santa Missa”, de Dom Prosper Guéranger. Ao contrário do que muitos pensam, a Missa Tridentina não foi abolida. Por lei eclesiástica, ela nunca poderá ser.

O objetivo inicial do livro não foi ser uma defesa da Missa Tridentina em relação à Missa Nova, embora a Editora Permanência tenha editado o livro com esse objetivo. Isso porque, dentre outros motivos, muitos fiéis passam a desejar o Rito Tridentino quando o conhece.

O livro em si é um conjunto de comentários sobre as orações e outras formas litúrgicas encontradas no rito, e o liturgista, Dom Prosper Guérange, comenta em ordem, além de informar as datas em que as orações ou cerimônias foram compostas e passaram a ser usadas.

O interessante é que ele foi escrito antes do Vaticano II, o que significa que havia algum interesse de demonstrar o significado da Missa ao povo (que é uma obrigação da Igreja, mas infelizmente nem mesmo hoje há interesse em certos lugares). Certamente antes do livro foram desenvolvidos outros meios de explicar as cerimônias.

Hoje muitos dizem que a Missa Tradicional não era algo bom, principalmente porque o povão não entendia nada, e muitas vezes ficava a tratar de outros assuntos dentro da Igreja (embora mesmo em português muita gente não dá o devido valor, muito menos sabe o que ocorre, e têm a Missa como um passatempo, uma diversão, um meio de "sentir" a presença de Deus, como fazem os protestantes, ao cantar hinos). Há também muitas outras objeções, mas não irei tratar dela aqui.

Para quem deseja conhecer a Missa Tridentina e seus significados, o livro é ótimo. Estes comentários serão feitos com o objetivo de aumentar o interesse pelo assunto para quem ainda não possui o livro.

Cada postagem será sobre uma oração ou cerimônia. Quando o texto do autor for pequeno, colocarei na integra.

Antes de tudo, para quem não sabe, o que é a Missa?


Ela é O Sacrifício de Jesus, que por ter sido imolado antes da fundação do mundo, é apenas renovado, sem ser repetido.

Por isso é O Sacrifício, e não os sacrifícios. Jesus morreu apenas uma vez.

Com ele nós realmente morremos com Cristo, participamos de sua morte, ficamos literalmente presentes diante do calvário. É como se estivéssemos ao pé da cruz junto com a Virgem, João, os que zombavam, etc...

A única diferença é que "Ele tomou as nossas dores" (Isaías 53, 4), e por isso, para nós, é um sacrifício incruento, enquanto para Ele, ainda hoje é mastigado. No entanto é com isso que temos vida.

Se Deus pôde, por sua Majestade, adicionar a natureza humana a si, constantemente Ele também se faz pão. Não deixa de ser Deus. Isso deve ser entendido de uma forma parecida com a Encarnação.

Por esse motivo, a hóstia é dada na boca, não na mão. E por isso também a pessoa deve examinar a si mesma (1Co 11, 28), tendo pecado mortal, deve se confessar.

Ou seja, a Missa está longe de ser um culto como os cultos protestantes, que na sua maioria são antropocêntricos onde as pessoas vão buscar alguma "benção" ou apenas "sentir" e se emocionar com músicas e pregações que apelam mais a emoção do que ensinam a verdade, enquanto a Missa é voltada para Deus. É o Santo Sacrifício que Jesus fez a Deus em favor da humanidade.


"Porque não basta as rubricas bem celebradas - não basta o direito reconhecer sua legitimidade imortal - é preciso ainda conhecê-la por dentro, nos detalhes de vida espiritual que brilham em cada oração, em cada gesto."