Os observadores do domingo, em uma tentativa desesperada de defender o indefensável, apelam aos pais da igreja e ao texto de Apocalipse 1:10 para “provar” que o “dia do Senhor” não é o sábado.
1) Em usar a autoridade dos pais da igreja no lugar da autoridade da Bíblia (Jo 17:17);
2) Em dizer que a expressão grega Kuriakê heméra (Dia do Senhor), utilizada em Apocalipse 1:10, se refere ao primeiro dia da semana.
E depois de citar alguns pais da igreja, foi feito o seguinte comentário:
Tais homens são as autoridades doutrinárias dos observadores do domingo, caro leitor! Pasmem! Não foi por acaso que Adam Clarck, comentarista evangélico, disse sobre eles: “Em ponto de doutrina a autoridade deles é, a meu ver, nula” – Clarkes’s Commentary, on Proverbs 8.
Essa não é uma tentativa desesperada de defender o indefensável, mas uma forma de expor uma conclusão clara quando se estuda a história da igreja. Verão que até mesmo o texto de vocês serve como mais um argumento pra guarda do domingo.
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Então, pra começar, tenho que agradecer por me fazer perceber algo que não tinha notado antes.
Primeiro é bom deixar algo claro: A bíblia é sim autoridade para o cristão, mas é a única? Se é a única, o que dizer dos primeiros cristãos que não possuíam a bíblia como fonte pra doutrina cristã? Deixem-me explicar, assim verão que a tradição primitiva é sim também autoridade para o cristão.
Antes também gostaria de comentar o que afirmaram sobre os pais da igreja. Em que sentido a pessoa se torna assassino? Seria bom mostrar a passagem onde ele afirma isso pra avaliarmos, não?
Espero que não tenha feito como alguns que não chegaram a ler seus textos. Dá pra encontrar até na internet, e são muito bons pra leitura (tiveram forte influencia para que eu deixasse o protestantismo)
Ele está certo em dizer que a santa ceia não é apenas um simbolismo, foi isso o que aprendeu e o que a Igreja tinha como ensino apostólico, não é razoável desprezar o testemunho dele nesses casos por não concordar com ele. Isso sobre Inácio, mas depois volto a falar sobre ele.
Sobre os outros a questão é parecida. Seria bom citar os trechos pra avaliarmos o que eles tinham a dizer, e não é porque acreditavam em coisas cientificamente erradas (como o caso de Barnabé) que deveríamos ignorar seu testemunho.
Mas uma coisa é importante notar, e foi o que notei ao ler seu artigo: todos eles acreditam de forma universal que o domingo era guardado entre os Cristãos. É bom lembrar que a universalidade foi um dos fatores de aceitação do Canon.
Então, pra resumir, mesmo não concordando como heresias o que foi tachado como (purgatório, primazia de Roma e que a ceia não é apenas um simbolismo), não dá pra dizer que a autoridade deles é nula. Chega a ser engraçado, pois é através dessas mesmas autoridades que o Canon bíblico foi apoiado e estudado.
Duvido que quando forem defender o Canon vão chamar essas autoridades de nulas. Vamos ser honestos, e lembrem-se disso quando forem tratar do Canon Bíblico, seja sobre o Antigo Testamento ou no Novo.
Primeiro a Igreja observava a universalidade dos livros, se eram aceitos em todas as igrejas de origem claramente apostólica, então eram considerados canônicos. Os que não eram aceitos por todos, mas tinham certa confiabilidade, chamados deuterocanonicos (não estou falando dos deuterocanonicos do AT), utilizavam alguns outros meios, mas todos concordavam que a universalidade deve ser usada como fator.
Então é isso que quero dizer, também, na questão do sábado: a guarda do domingo era algo universal que, ao contrário do que dizem, pode ser observado até mesmo no Novo Testamento, mas essa não é a questão a ser tratada.
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A importância da tradição primitiva e da crença universal (Católica) não para por aí. Continuemos com o exemplo do Canon.
Os cristãos primitivos não tinham o Novo Testamento. Eles tinham um livro aqui, outro ali recebido. Aos poucos eles foram aceitos e aos poucos o Canon foi determinado. Então, qual era a base de fé deles? O Antigo Testamento, as cartas que possuíam (e não eram completas como nós temos hoje graças a essa tradição) e a tradição oral recebida pelos apóstolos. As várias alusões às escrituras, na maioria das vezes, são sobre o AT.
Isso pode ser visto em todos os pais da igreja que escreveram muito antes da formação do Canon. Era o registro da tradição oral que eles haviam recebido, um registro das crenças primitivas antes da formação do Canon e que ajudaram a formar o mesmo. Eles são unânimes quanto a isso.
Não dá pra ignorar isso, nem a tradição oral preservada no primeiro século como explicação de passagens difíceis, e dizer que a importância deles é nula. Os livros do NT são inspirados? Sim. Sabemos isso de que forma? A Bíblia caiu do céu e veio se reproduzindo de forma assexuada? Não.
Por esses motivos (e existem outros, mas pretendo escrever de forma resumida) não seria honesto negar que a Igreja é mãe do Canon. Alguns dizem que ela é serva do Canon, mas, se fosse serva o mesmo teria surgido antes da fundação da Igreja. Mas não foi assim que aconteceu. E o Antigo Testamento? Bom, só ele não serve como manual para o Cristão, e através dele não podemos determinar quais deveriam ser os livros inspirados e escritos pelos apóstolos.
Apesar de termos uma lista dos livros canônicos pelos pais da Igreja, eles não mostram alusões conclusivas, pois às vezes são citados os apócrifos. A decisão foi tomada pela Igreja, através do Magistério, observando somente os livros de acordo com a tradição, e não o contrário.
Mas por não ser algo conclusivo, deveríamos ignorar os textos patrísticos? De maneira nenhuma, eles serviram como base para essas discussões. Mas o que dá pra ser observado é que a Tradição Católica (Universal) da Igreja foi um dos fatores pra o reconhecimento do Canon, o que já exclui a possibilidade da Igreja ser serva do Canon.
E o Canon não foi reconhecido pra servir de regra para os cristãos somente, mas como forma de listar os livros autorizados para serem lidos nas Igrejas pelos cristãos e lutar contra os livros que começavam a surgir, os apócrifos.
Só isso acaba com a suficiência da bíblia para todos os assuntos importantes do cristianismo, pois se fosse suficiente, seria suficiente até mesmo para determinar quais são os livros inspirados, mas se não foi suficiente pra isso, então não é suficiente pra todo assunto importante para o cristianismo.
Assim, não deve ser a única regra de fé. Mas qual seria? Bom, é outra questão, e não quero sair mais do assunto principal (embora esse seja relacionado).
Tratei isso aqui apenas pra mostrar a importância da tradição primitiva, pois se negá-la (principalmente dizendo que sua importância é nula), a conseqüência vai ser negar a própria bíblia.
Mas a principal evidencia para que o Dia do Senhor seja o Domingo não é o texto do evangelho de Pedro, e sim de Inácio. Veja:
"Aqueles que viviam na antiga ordem de coisas chegaram à nova esperança, e não observam mais o sábado, mas o dia do Senhor, em que a nossa vida se levantou por meio dele e da sua morte. Alguns negam isso, mas é por meio desse mistério que recebemos a fé e no qual perseveramos para ser discípulos de Jesus Cristo, nosso único Mestre" - Magnésios 9,1
Ele cita alguns que negam, os judaizantes, mas não os que estavam de acordo com a sucessão e tradição apostólica.
Inácio de Antióquia que viveu entre 30 e 106/110 d.C (bem antes da formação do Novo Testamento, e logo no nascimento da igreja, que veio de tradição e sucessão apostólica), foi discipulo de João e conheceu Paulo. Fala claramente que os cristãos deixaram de guardar o Sábado para guardar o dia do Senhor (se não fosse o sábado, seria que dia que estaria se referindo?).
Essa data é muito próxima a escrita do livro de Apocalipse o que mostra que não é nula a evidencia de que o Dia do Senhor que se fala no Apocalipse é o domingo, já que isso fazia parte da linguagem cristã e Inácio viveu no tempo em que o Apocalipse foi escrito, além de ter sido discípulo de João.
Então, mesmo que no AT o sábado seja considerado o Dia do Senhor, isso não muda o fato de que todos os cristãos primitivos de origem apostólica consideravam o Domingo este dia. Por isso eles não servem pra serem usados como argumento para um cristão, no máximo isso pode servir pra um judeu.
Também, no segundo artigo, citaram algumas palavras de Jesus. Isso também em nada influencia no que os cristãos acreditavam, afinal, as falas foram ditas por Jesus antes de sua morte e ressurreição. É óbvio que como um judeu, ele guardaria o sábado, e como Deus, é Senhor do Sábado. Mas o cristianismo tem vários elementos diferentes do judaísmo, e, repito, isso não muda o fato da universalidade da guarda dos domingos pelos cristãos.
O que dá a entender que quando alguns cristãos (como os apóstolos) iam aos sábados às sinagogas, não significava que eles estavam guardando como forma de salvação ou algum tipo de aliança, mas aproveitando a oportunidade para pregar a Palavra de Deus, como Paulo afirmou que fazia.
Bom, escrevi isso pra mostrar que a Tradição é sim importante e decisiva (e foi até mesmo para o Canon). Apesar de que podemos ver biblicamente que o sábado não precisa ser guardado pelos cristãos, não pretendi escrever sobre isso aqui. Apenas mostrar que a unanimidade dos cristãos sobre esse assunto não é uma tentativa desesperada, mas sim uma prova histórica da crença cristã primitiva, e que, se ignorar isso (ou tentar tirar o credito deles), vão ter que ignorar a própria formação do Canon.
Autor: Jonadabe Rios
Um site para você ver mais obras patrísticas? Taí!
ResponderExcluirhttp://cocp.50webs.com/
o SABADO É DO SENHOR
ResponderExcluirlembra-te do dia de sabado para o santificar.
Deus sabia que haveriam de esquecer.
então Ele diz ainda resta alguns entrar no meu descanso hebreus 4: 1 ao 13.
Jesus é nosso Repouso querida =)
ResponderExcluirhttp://www.veritatis.com.br/apologetica/protestantismo/631-dia-do-senhor-sabado-ou-domingo