domingo, 29 de março de 2015

Vida e obra de Dom Anscar Vonier – Parte 1

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Por muitos anos South Devon tornou-se um centro turístico ao atrair inúmeros turistas de todas as partes das Ilhas Britânicas, da Europa, principalmente da Holanda e Alemanha e, cada vez mais, dos EUA e Canadá. Buckfast fica ao redor de Torbay e está à margem de Dartmoor, de modo que, mesmo sem a saga da reconstrução da abadia de Buckfast, o distrito teria sido uma atração, uma espécie de porta de entrada para a Riviera Inglesa e um passe para Hound of the Baskervilles. Entretanto, a abadia de Buckfast recebe cerca de meio milhão de visitantes por ano, principalmente por conta do interesse despertado pela reconstrução nos tempos modernos de um mosteiro medieval, trabalho de quatro monges que eram pedreiros. Essa conquista foi o objetivo de vida de um homem que inspirou o trabalho que, pela força de sua personalidade, viu a sua realização, apesar das enormes dificuldades. Este abade foi Anscar Vonier, o tema deste artigo.

No corredor sul da igreja da abadia há uma placa em memória a Dom Anscar Vonier, feita por Benno Elkan. Nessa placa, o abade, uma figura de pequena estatura, é retratado como que oferecendo o trabalho de sua vida a Nossa Senhora, a quem a abadia é dedicada. Há uma característica épica a respeito da história na contida placa. O jovem monge é salvo de um naufrágio no qual seu abade pereceu; sua própria eleição como abade; a decisão de reconstruir a igreja da abadia; a primeira carga de pedra da pedreira entregue em um cavalo emprestado e um carrinho; a mão-de-obra sem nenhum equipamento moderno e, finalmente, a aclamação da obra concluída com a morte chamando-o para sua recompensa.

No meio da placa está o abade trabalhando em seus escritos teológicos. Isso foi um golpe de mestre por parte do artista, uma vez que destaca a força motriz por trás dos sucessos de Dom Vonier. Ele se considerava um entre o número de monges beneditinos que foram os missionários da fé cristã nessas ilhas. Dom Vonier quis levar Deus para as pessoas comuns e, por isso, apesar da oposição, insistiu que a igreja tivesse quatro pináculos apontando para cima, levando o olhar das pessoas de baixo para cima, da terra para os céus. Do mesmo modo, ele pretendia que seus escritos fossem um meio de levar a teologia para o leitor em geral. Ele considerava a pregação como outra forma de esforço missionário e, ao mesmo tempo em que tinha o longo sermão como uma questão disciplinar, dava “aulas” regulares nas noites de domingo, no púlpito, para seus monges e o povo local. Suas realizações, portanto, só podem ser completamente apreciadas diante do pano de fundo histórico da abadia de Buckfast e da reconstrução que ele inspirou e serviu de tunal para seu ensino e púlpito para sua pregação.

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Esta é uma tradução de uma palestra feita por Dom Leo Smith, no English Benedictine Congregation History Commission – Symposium 1996.