segunda-feira, 11 de maio de 2015

Nova publicação patrística imperdível!

Como sabem, me interesso muito pelos estudos dos Pais da Igreja. Sem os estudar é impossível saber qual era a crença dos cristãos primitivos nos mais variados aspectos. Todos os seus livros estão repletos de alusões implícitas e explícitas sobre o conjunto de doutrina dos primeiros cristãos. Até mesmo ao tratar de assuntos que aparentemente não são controversos nos deparamos com dicas e referências importantes. Assim, por exemplo, nas cartas que Santo Inácio de Antioquia escreveu para consolar algumas igrejas católicas, encontramos alusões claras de muitos ensinos católicos que vão desde a hierarquia eclesiástica até a intercessão dos santos.

Não será diferente com este maravilho trabalho realizado pela Editora Concreta. Além de aprender sobre o que os primeiros cristãos ensinavam sobre a paciência, trazendo para os dias de hoje um tesouro imenso que às vezes ou é esquecido ou fica disponível somente para quem sabe latim, o leitor irá mergulhar mais a fundo neste tesouro da fé.

Seja você católico ou, infelizmente, protestante, se não tem paciência para estudar os textos dos primeiros cristãos, não poderá fazer qualquer afirmação sobre esta época da vida da Igreja, exceto por meio de terceiros que poderão ser confiáveis ou não.

Saiba mais neste vídeo:

 


Ou diretamente na página da editora: https://editoraconcreta.com.br/crowdpublish/campaigns/sobre-a-paciencia-tertuliano-s-cipriano-e-s-agostinho-edicao-bilingue/

Eu já fiz o meu pedido! Contribua também e aumente o acesso aos textos patrísticos em nosso país que, comparado com outros, ainda é pequeno.

sábado, 9 de maio de 2015

Alexandre VI e César Bórgia: Mitos e verdades.

Por Mons. E. Cauly. Curso de Instrução Religiosa, Tomo IV.




Nenhuma reputação foi mais vilipendiada do que a de Alexandre VI e dos Bórgias. Depois das ignomínias infligidas a este personagem e à sua família, vieram as indagações históricas e críticas, guiadas pela sinceridade e pela boa fé. Projetaram-se algumas luzes sobre a questão que nos ocupa; contudo, não podemos afirmar que a última palavra foi dita sobre o caso.

Limitemo-nos: 1º a expor com toda franqueza e lealdade o problema histórico com as conclusões que hoje parecem fato averiguado; 2ª acrescentemos alguns reparos que talvez facilitem uma justa apreciação dos personagens e dos fatos.

1 - Quem foi ao certo Alexandre VI? Terá sido, não só na juventude, mas sendo cardeal e papa, um monstro de crueldade e de luxúria, o Nero da Roma cristã, como falam Henrique Martin (Histoire de France, t. VII) e outros depois dele?

Observemos primeiro que não se deve julgá-lo segundo o romance, o panfleto ou o teatro. Ora, vamos ver a que fontes se foram documentar os historiadores de Alexandre VI e dos Bórgias. O primeiro autor consultado é Burchard, inimigo figadal da Itália e do papa, mestre de cerimônia da corte de Roma desde 1483, morto bispo de Cittá di Castello: é autor de um Diarium, jornal escrito tanto sem boa fé quanto sem crítica, que interpolações protestantes ainda alteraram, tornando-o mais parcial e odioso. O segundo é Guichardin. Sua má fé é tamanha que o incrédulo Bayle dizia dele: "Guichardin merece o ódio; torna-se culpado das mentiras dos noveleiros." O próprio Voltaire o acusa de impostura e mentira. Eis contudo as fontes onde os historiadores e os romancistas foram procurar informações.

A darmos crédito no que dizem esses autores, a juventude de Rodrigo Bórgia, nascido em Valência, na Espanha, em 1431, se passa nos prazeres. Criado cardeal em 1456, por seu tio Calixto III, continua a ter costumes mais do que livres. Papa, desonra o trono pontifical, prodigaliza honras e benefícios a seu indigno filho César Bórgia, admite a uma intimidade escandalosa sua filha Lucrécia, semeia o veneno e a morte nas fileiras do Sacro Colégio para se apoderar das riquezas de suas vítimas, e morre ele próprio de uma bebedeira mortífera que mandara preparar para cardeais que, a seu parecer, não morriam bastante depressa.

Depois dos exageros da panfletagem e do romance, veio uma reação história. Procurou-se, valendo-se de outras fontes, reabilitar completamente Alexandre VI. Os desmandos de Rodrigo Bórgia não foram mais do que um erro e faltas de mocidade, cometidas em uma época em que era brilhante oficial da Espanha. Seus filhos César, Lucrécia e mais três outros, teriam nascido de uma esposa ilegítma, Julia Farnese, mulher de uma origem ilustre, irmã do cardeal deste nome, que veio a ser Paulo III. A celebre Vannoza, em lugar de ser a cortesã desavergonhada, mãe de cinco filhos adulterinos, não seria senão Joana Gaetani, avó dos jovens Bórgias, inteiramente dedicada à educação deles. Feito cardeal e eleito papa sob o nome de Alexandre VI, Rodrigo Bórgia, seria um modelo de zelo e de atividade; seus costumes, impolutos sobre o trono pontifical, o defenderiam contra qualquer ataque. Além disso, certos escritores, acompanhando a Revista de Dublin, pretenderam que Cesar e Lucrécia Bórgia, assim como seus irmãos, pediam muito be
m não ser mais do que sobrinhos de Alexandre VI, filhos de seu irmão Pedro Luiz Bórgia.

Não é mais possível ser partidário desse sistema histórico. Alexandre VI teve fraquezas e faltas que qualidades reais não podem fazer esquecer. Se Burchard foi parcial e exagerado, se Guichardin se mostrou muitas vezes de má fé, outros escritores e analistas, mais sinceros e insuspeitos, Pavini, Raynaldi, Muratori e os Bollandistas, gemeram sobre as irregularidades de Rodrigo Bórgia; não desculparam nem o cardeal nem o papa. A sua pretensa carreira militar não é mais do que um romance, pois foi nomeado cardeal por seu tio aos vinte e cinco anos; não contratou casamento regular; Rinaldi, continuador de Baronio, escreve relativamente à eleição de Alexandre VI em 1492: "Os cardeais, comprados pelo ouro, elegeram um papa de costumes corruptos". A julgar pelas cartas e testemunhos de vários embaixadores, essa escolha foi manchada de simonia, e um escandaloso nepotismo assinalou a elevação do novo papa. Enfim, sua corte pontifical ofereceu o espetáculo de um grande luxo e de festas brilhantes que os cronistas conta
ram com malignidade. Tal parece ser o verdadeiro Alexandre VI, no dizer da história imparcial.

O sábio cardeal Hergenroether, na sua História da Igreja (1888), não hesita em dar de Alexandre VI a seguinte apreciação: "Ele tinha as qualidades de um brilhante soberano; era um espírito culto, protetor das artes e das ciências, benigno e benévolo para com o povo, duro e severo para com os grandes, corajoso e resoluto nos perigos, sagaz e hábil nas negociações, não recuando perante meio algum, familiarizado com a política de interesse, que dominava então na maior parte das cortes. Mas tinha um passado absolutamente manchado e ficavam-lhe vários filhos de uma união adúltera: não viveu senão no mundo para satisfazer sua paixão, enriquecer e engrandecer sua família e, por muito tempo ainda continuou sobre o trono pontifical o seu primeiro gênero de vida. Se muitos dos crimes que lhe foram imputados por seus inimigos são imaginários, ficam ainda bastantes para votar sua memória à execração moral, e é já um grande motivo de censura que se possa ter dado fé à narração escandalosa de tantas aventuras. Parecia que o espírito mundano, a sede de prazeres tivessem abafado nele o senso moral; e é assim que seu pontificado serviu para desacreditar a cadeira de São Pedro aos olhos do mundo inteiro, tanto mais que sua política, sempre aplicada em arranjar  principados para seus filhos, era muitas vezes equívoca e desonesta".

Dessas afirmações, os testemunhos são irrecusáveis. Cesar Bórgia, duque de Valência; João, duque de Candia; Lucrécia, duquesa de Ferrara e Godofredo são perfeitamente os filhos de Rodrigo e de Vannoza, como atestam inscrições tumulares na igreja de Santa Maria del Pollo, em Roma, e a data de seu nascimento revela claramente a desordem de uma vida escandalosa sob a púrpura.

O ilustre doutor L. Pastor, em sua notável História dos Papas, tão documentada, não conclui de outro modo o seu estudo sobre o célebre pontífice: "Qualquer tentativa de salvar a memória de Alexandre VI, diz ele, seria doravante a defesa de uma causa desesperada". É, contudo, permitido fazer algumas reservas e acrescentar com o cardeal Hergeroether: "Em compensação, deve-se desterrar para o domínio das fábulas as relações incestuosas de Alexandre com Lucrécia e o que se diz da vida constantemente imoral dela. Muitas das acusações dirigidas contra Alexandre e tiradas de Burchard, Joves, Pontanus, Sannazar e Guichardin, foram combatidas com sucesso por Raynal, Roscoe, Capefigue e Chantrel." Por seu lado, L. Pastor acrescenta: "Nem tão pouco César Bórgia é o autor de todos os assassinatos que lhe foram imputados".

2 - Na impossibilidade em que estamos de discutir detalhadamente e tratar longamente todos os pontos agitados em ardentes polêmicas contra Alexandre VI, contentar-nos-emos com algumas observações.

Primeiro, poderíamos, com L. Pastor, o historiador mais informado e o melhor dos guias no meio das questões complexas e delicadas suscitadas pelos feitos dos papas naquela época, deter-nos um instante para contemplar a pintura dos costumes italianos no fim do século XV. Ao mesmo tempo que um sopro de indiferença e incredulidade e uma sede ardente de gozo material solapavam a sociedade, a literatura, as artes, abriam de par em par as portas da corrupção. Disso resultou um obscurecimento geral do senso moral, ao qual não escaparam de modo suficiente pontífices às vezes tão pouco preparados à sua sublime missão. Alexandre VI e César Bórgia, tais como nos representam os documentos contemporâneos, não são mais, desde então, exceções monstruosas como nos aparecem estudados à luz que ilumina hoje o trono pontificial.

Lembremos ainda que Alexandre VI, ao lado de faltas indesculpáveis, teve qualidades apreciáveis. Eleito papa, ocupa-se em restabelecer a ordem em Roma e consagra-se com ardor ao governo da Igreja. - Como rei, organiza uma polícia severa, publica regulamentos para a administração da justiça, dá à cidade de Roma um governo superior às facções, confia a César Bórgia, a quem revestiu da púrpura cardinalícia, o cuidado de defender os domínios pontificais, pela força das armas, contra os príncipes italianos. Este último ato foi imputado como crime ao papa e seu delegado. É esquecer então que essas funções militares estavam admitidas pelos costumes da época. O próprio Júlio II embainhou a espada e revestiu a couraça para defender a Itália. Esse César Bórgia, de quem não pretendemos defender a memória, era contudo amado pelos povos e, depois da morte de Alexandre VI, as cidades da Romanha não quiseram obedecer senão a ele somente. "Devia essa vantagem, dis Guichardin, ao cuidado que tivera em fazer administrar exatam
ente a justiça e em livrar a paz dos bandidos que o pilhavam". A Lucrécia Bórgia atribuem-se todos os crimes, mesmo o assassinato. Historiadores da Itália, Giraldi, Sardi, Libanori, a chamam de uma mulher perfeita e sem repreensão; dizem que possuía a beleza, a virtude, todos os dotes do espírito. Roscoe a justifica de todas as calúnias atribuídas contra ela. Quem merece mais confiança?Seus tardios detratores ou seus contemporâneos?

Como pontífice, Alexandre VI não foi inativo. Dá provas de uma solicitude universal, convida os cristãos para uma cruzada contra os Turcos, trabalha em fazer voltar para o grêmio da Igreja os hussitas da Bohêmia, continua com Ximenes a reforma das ordens religiosas, funda as universidades de Pisa, de Toledo, de Salamanca e de Lisboa, combate os abusos das indulgências e empreende reformar sua corte pontifical. Estes fatos advogam muito a favor dele.

O Bullario de Alexandre VI tem um notável valor, a lista de suas cartas e de seus outros escritos atesta juntamente sua atividade, sua habilidade e sua energia. "De noite, segundo Roscoe, Alexandre dormia apenas duas horas; passava à mesa como uma sombra, sem parar; nunca recusava ouvir as solicitações dos pobres; pagava as dívidas dos infelizes e mostrava-se sem dó para a prevaricação".

Entre outras censuras feitas a Alexandre VI, alguns não deixaram de lhe atribuir uma grande parte de responsabilidade na morte, em Florença, do Dominicano Jerônimo Savonarola. Questão delicada e também muito complexa. Certamente o papa Alexandre VI interveio neste processo. As pregações violentas do monge, as denúncias de que foi o objeto, davam ao papa o direito de chamá-lo para Roma. A recusa de Savonarola em responder a esta convocação, sua obstinação em não querer ligar o convento de Florença à província toscana, posta sob a regra conventual, provocaram, da parte do papa, uma breve ameaça; em seguida, com a data de 12 de maio de 1947, um novo breve de excomunhão formal. Tinha Alexandre VI o direito de dar a Savonarola ordem para entrar numa ordem menos severa? Era legítima a excomunhão? Obedecia a um rancor pessoal contra o frade audacioso que falava de Roma e da corte romana como de uma Babilônia de confusão e de crimes, que atacava o pontífice romano, sua eleição, seus vícios manifestos, e não receara e
screver: "Aquele homem não é cristão; sequer acredita em Deus; ultrapassou o limite da infidelidade de da incredulidade"? Eis outras tantas questões difíceis de resolver.

Em todo o caso, Alexandre VI pediu para que o monge fosse julgado em Roma: a corte de Florença recusou, e só concedeu a admissão de dois delegados do papa entre os juízes florentinos. É esse tribunal que, em 22 de maio de 1498, condenou à morte o Dominicano Savonarola, cuja execução teve lugar no dia seguinte. O frade confessara nos tormentos: protestou na fogueira.

Estranho século, diremos nós, e muito triste o estado da Igreja, numa época em que fatos e cenas semelhantes se podiam realizar, de modo a deixar a Savonarola a reputação, entre alguns de herege e excomungado impenitente; entre outros, de mártir e santo. Segundo L. Pastor, a reforma tentada por Savonarola não parece sem excesso, e o fim trágico de sua carreira tormentosa não aparece isento de censura. Sua resistência ao papa e seus ataques contra Alexandre VI podem ser desculpados, mas não justificados.

Finalmente, contra a opinião de Guichardin e de Tomasi sobre a morte de Alexandre VI, que representam como vítima de um veneno preparado para alguns cardeais, oporemos esta simples narrativa do próprio Burchard: "No sábado, 12 de agosto de 1503, de manhã, o papa sentiu-se indisposto, depois das vésperas, às três ou quatro horas da tarde. Declarou-se uma febre que não o largou mais. Em 16 de agosto fizeram-lhe sangrias; em 17 tomou remédios; na sexta-feira, 18 de agosto, às seis ou sete horas da manhã, confessou-se a D. Pedro, bispo de Culm que, em seguida, celebrou a Missa diante dele e, depois de ter comungado, administrou o sacramento da Eucaristia ao papa sentado na cama. Cinco cardeais estavam presentes. Na hora das vésperas Alexandre VI recebeu a extrema-unção das mãos do bispo de Culm e, na presença ele e do datário, expirou."

A respeito da morte de Alexandre VI, Voltaire escreveu: "Atrevo-me a dizer a Guichardin: a Europa foi enganada por vós, e vós fostes pela vossa paixão. Éreis o inimigo do papa, e demais acreditastes no vosso ódio."

Concluímos com o senhor de l'Êpinois: "Alexandre VI foi culpado, não há dúvidas, mas principalmente culpado por ter vivido ele, sacerdote, cardeal e papa, como viviam no seu tempo a maior parte dos príncipes e, como muitas vezes antes e depois dele, viveram os homens do mundo que, miseráveis na sua vida privada, puderam todavia, graças à sua inteligência e às suas vistas políticas, apresentar-se com certo brilho na vida pública.

Mas essas faltas não podem perturbar a vida do cristão... A Igreja vive no tempo e é servida por homens sujeitos a todas as fraquezas do tempo; porém, nela o elemento divino subsiste inatacável, indefectível. Os piores papas nunca lavraram contra a fé um só decreto que a possa alterar. Eles restam sempre, neste ponto de vista, assim como foi sempre Alexandre VI, os vigários infalíveis de Jesus Cristo... A personalidade humana deste papa desaparece, o caráter divino é posto em evidência, pois a fé no Vigário de Jesus Cristo não faliu. Esta prova da infalibilidade pontifical é assaz eloquente para consolar-nos das fraquezas de um papa como Alexandre VI" [1].

A impressão que se desprende deste estudo rápido de uma das épocas mais tristes da história da Igreja, é que o pontificado de Alexandre VI tornou quase inevitável o grande movimento de reforma que, no século seguinte, ia tão cruelmente abalar a Igreja e a Europa.

"Só se poderiam admirar dessa conclusão severa aqueles que se teriam esquecido da célebre máxima de Cícero dada por Leão XIII como divisa aos pesquisadores desinteressados perante os quais se abrem hoje de par em par as portas dos arquivos do Vaticano: 'Ne quid falsi audeat; ne quid veri non audeat'. Nada dizer que seja falso, nada omitir que seja verdadeiro"[2]

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Notas:
1 - Conclusão de H. de l'Êpinois.
2 - Conclusão do visconde de Meaux, Alexandre VI e Savonarola (1898).

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Já ouviu falar em Dom Anscar Vonier? Ainda não? Então acesse: http://anscarvonier.wordpress.com/

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sábado, 2 de maio de 2015

Vida e obra de Dom Anscar Vonier – Parte 4

Isso sim é catolicidade! Além de ser realmente engraçado! Acrescento outra coisa: um grande monge católico, alemão, que refuta demonstra muito bem a incoerência dos protestantismo, com o nome de Martinho. Mas não é Lutero, é Martinho Vonier!

"[...] É por conta disso que temos a curiosa anomalia de uma comunidade na Inglaterra, pertencente a uma congregação italiana, numa casa dependente de um mosteiro francês, composta por alemães!" E mais! "[...] Apesar do nome aparentemente francês, Anscar Vonier era alemão puro. Sua família migrou para a Alemanha do Tirol que, naquela época, fazia parte do Império Austriaco."

Leia o restante aqui: https://anscarvonier.wordpress.com/2015/05/02/vida-e-obra-de-dom-anscar-vonier-parte-4/