quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Não falou Jesus Cristo com severidade à Virgem, nas “Bodas de Cana”, quando lhes disse: “Mulher, que tenho eu contigo?”

A versão católica é mais exata: “Mulher, que me vai a mim e a ti nisso?”

O P. Lagrange diz que os árabes da Palestina usam desta mesma expressão “que a Ti?” com duas significações diferentes.

Algumas vezes significa: “Cuida de ti; atende aos teus negócios”. Em outras, se é acompanhada de um sorriso, significa: “Não te aflijas, que tudo terminará bem”>

Certamente com esta segunda significação a empregaria então Jesus Cristo, como o indica o milagre que pouco depois operou, convertendo a água em delicioso vinho.

O emprego da palavra “Mulher”, em vez de “Mãe”, também não significa desrespeito ou aspereza, como que para indicar a infinita distância que mediava entre Ela , simples criatura, e Ele, Filho de Deus. Semelhante interpretação não é admissível, porque não é verdadeira.

Era simplesmente um modo solene de alguém se dirigir às senhoras, por isso vemos que Jesus Cristo usou novamente dele na hora mais solene de sua vida: moribundo na cruz (Jô 19, 26).

Alguns comentadores protestantes, como: Westcott, Bloomfield, Ellicott, Alford, Trench, admitem que o Senhor não falou com aspereza sua Mãe nesta passagem.

Trench escreve: “É verdade que não há severidade nem aspereza alguma na palavra “Mulher”, com que Jesus Cristo se dirigiu a sua Mãe, por mais que soe assim a muitos ouvidos ingleses. Atenda-se que foi esta precisamente a palavra que o Senhor escolheu nos momentos mais ternos e mais solenes de sua vida, os últimos momentos: ‘Mulher, eis aí teu filho’. Não há nesse vocábulo severidade alguma; há, sim, ao contrário, certa solenidade; e deve havê-la, quando se sente em verdade a dignidade da mulher. O mesmo se diga da expressão ‘Mulher, que tenho eu contigo?’ ... Estas palavras parecem-nos revestidas de certa severidade. Se de fato houve, Jesus Cristo envolveu-a certamente em um tom de voz, que mitigou toda a dureza exterior da frase, pois vemos que logo a seguir acedeu de bom grado ao pedido de sua Mãe, a que aparentemente se recusara” (On Miracles, Ser. 1)

Fonte: Caixa de perguntas, p. 197, 198, Rev. Bertrand L. Conway.

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