quinta-feira, 20 de maio de 2010

Quem é cristão?




Hoje em dia várias religiões se intitulam cristãs, duvido que fariam isso no tempo primitivo da era cristã. Um bom exemplo de religião que se diz cristã é o espiritismo, mas os principais pontos de diferenças são grandes: a ressurreição final dos mortos, a condição humana, justificação pela fé e o objetivo da morte de Jesus são alguns exemplos. Quero fazer alguns comentários sobre esse tema.


Quem acha que ser cristão é somente amar ao próximo está muito enganado.

Os cristãos antigos consideravam muito importante o credo da pessoa, pois o que cremos influencia nas nossas atitudes em relação a Deus e aos homens.

Mas pode se chamar cristão quem quiser, inclusive os espíritas, o problema é que as crenças do espiritismo não são as mesmas daqueles a quem se deram esse nome de cristãos e que morreram na boca dos leões.

Quem morria nas bocas dos leões é quem chamava Jesus de o Senhor e acreditava que mesmo morrendo eles ressuscitariam, tinham a certeza de que estavam salvos e não precisavam de evolução, não os que acreditavam que pagariam seus próprios erros em outra vida e que Jesus era apenas um bom mestre, não o SENHOR da sua vida.

Inacio, por exemplo, achava o seguinte:

Estou condenado com bestas selvagens por terra e mar, dia e noite, sendo atado a dez leopardos, o numero da companhia de soldados que, mesmo quando tratados com gentileza só agem com grande ferocidade. Mas em meio a esses iniquidades, estou aprendendo. Mas não sou por isso justificado. Que eu seja beneficiado por aquelas feras que estão prontas para mim, e também oro para que me encontrem rapidamente e que eu possa também atraí-los e agradá-los para que me devorem logo e não tenham medo de mim como têm alguns a quem não tocam. Mas, caso não se disponham, vou força-los. Perdoai-me: sei qual a vantagem que isso dará. Agora começo a ser discipulo. Nada, nem as coisas visíveis, nem invisiveis, instigam minha ambição, contanto que eu possa ganhar a Cristo. Seja fogo, a cruz, o assalto de feras selvagem, o rasgar de meus ossos, o quebrar de meus membros, os ferimentos em todo corpo, que as torturas do Diabo me assaltem, que eu ganhe somente a Cristo Jesus."


Ele não tinha medo da morte não porque ele teria outra vida em outra encarnação, ou porque aquilo serviria de pagar algo que ele merecia, mas pra mostrar que Jesus era realmente seu SENHOR.

Olhe a crença desse chamado cristão que tinha Jesus como SENHOR:

Mas sei e creio que ele foi visto após a ressurreição e que disse aos que chegaram a Pedro: "Tomai, apalpai-me e vede que não sou um espírito sem corpo", e imediatamente tocaram nele e creram.

Estas citações foram feitas por Eusébio, na edição da CPAD estão nas paginas 113 e 114.

Se alguém quer se considerar cristão e não acredita na tradição apostólica e no que esses apóstolos ensinaram, pode se considerar, fique a vontade, mas não pode se considerar seguidor dos ensinos de Jesus.

O ensino de Jesus não era apenas "amar ao proximo", foi muito mais do que isso. Foi sobre o homem e sua condição, as consequencias de sua morte e ressurreição.

Eu não me considero muçulmano só porque acredito em alguns ensinos de Maomé, como de que Deus é um, nem espírita porque acredito que Deus é amor.

Esses discípulos de Jesus que foram chamados de cristãos acreditavam que Jesus cumpria as profecias e os ensinos do Antigo Testamento, e que Jesus veio nos dar novos mandamentos e nos ajudar nesta interpretação dos textos antigos. Eles ensinavam que a sua morte foi pra nos salvar, e que o próprio Jesus disse isso.

Eles afirmavam que a partir da ressurreição física e corpórea de Jesus a nova criação de Deus e restauração do mundo começou. Eles agora tinham a certeza de que Deus não tinha abandonado o homem em seus próprios pecados nem o mundo por causa do pecado. Deus prometeu, por isso vai cumprir, alias, segundo eles, Deus já está cumprindo.

E nós podemos fazer parte dessa restauração transformando o presente à luz do futuro, não esperando uma evolução espiritual.


Outra diferença é que não há evolução do homem em relação a Deus, por um simples motivo: um morto não evolui, um morto não faz nada.

O ser humano, segundo esses cristãos primitivos, é morto espiritualmente, e se não for a graça de Deus para regenera-lo ele continuaria morto em seus próprios enganos e atitudes contra Deus.

Por isso a evolução espiritual só é lei universal para quem acredita nisso. Para a tradição apostólica o homem está preso na lei do pecado e só pode ser livre pela graça. Então não é lei da evolução, é a regeneração.

O homem morto se torna vivo, ele renasce. Quem antes era escravo do pecado agora é livre em Cristo Jesus.

O conjunto de crenças do espiritismo tem lógica em si mesmo, mas a partir do momento em que se dizem seguir Jesus caem em contradição, porque além de Jesus não ensinar somente o que vivem destacando (como amar ao proximo), nos mostrou coisas diferentes da doutrina espírita.

Se quiserem dizer que os escritos foram adulterados e que os espíritos revelaram o que Jesus realmente ensinou, fiquem a vontade também.

Mas não são afirmações baseadas em evidencias. A tradição cristã nesse sentido é sólida, e as novas descobertas sobre a bíblia contrariam isso. Nesse caso, então, os espíritas estariam fazendo um salto de fé cega.

Se ser cristão é só amar ao proximo, ok, considere-se cristão quem quiser. Mas para aqueles que tiveram seus ossos despedaçados nas bocas das feras, e que foram chamados de cristãos pela primeira vez, ser um discipulo de Jesus nao era somente dizer que se deve amar ao proximo.

Isso serve também para os que se dizem cristãos e participam de reuniões evangélicas e católicas, por exemplo. No que você acredita? O que você acredita faz parte dos ensinos de Jesus passados pela tradição apostólica? Sua vida é um reflexo de seu credo?

Autor: Jonadabe Rios

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