quinta-feira, 11 de agosto de 2011

Não foi o dogma católico da Virgindade de Maria importado do paganismo? Não nasceram todos os deuses de mães virgens: Mitra da Pérsia, Adônis, Osíris e Chrisna?


Não. Ainda que algumas vezes haja traços de semelhança entre o Cristianismo e as várias religiões pagãs, não se dá isso com a Virgindade de Maria.

O racionalista Harnack escreve:

“A conjectura de Usener de que a idéia da virgindade de Maria é um mito pagão, recebido pelos cristãos, é inteiramente contradito pelo desenvolvimento da tradição cristã” (History of Dogma, I, 100).

Antes de mais nada. Mitra nem sequer teve mãe humana: era invariavelmente considerado “filho de uma rocha”, representada por uma pedra cônica que figurava a abóbada celeste, onde apareceu a primeira vez o deus da luz.

Adônis, ou Tamuz (Ez. 8, 14), era um semideus que representava a luz do sol.

Vários mitos o fazem o filho de Ciniras, de Fênix, e do Rei Teias da Assíria e de sua filha Mirra.

Osíris era filho, ou de “Seb”, Terra, e de “ Nuit”, Firmamento, ou do coração do “Atum”, que foi o primeiro dos deuses e o primeiro dos homens.

Chrisna, o mais popular entre os avatares ou encarnações de Vishnu, não nasceu de mãe virgem, pois a mãe deste deus preto, antes dele nascer, já tinha dado muitos filhos a seu marido Vasudeva.

As lendas que o fazem semelhante a Jesus Cristo foram extraídas de documentos posteriores muitos séculos ao Cristianismo e aos Evangelhos (Trisdall: Mystic Christs, 27)

Os antigos mitos pagãos foram tomados da natureza e representam a sucessão do dia e da noite, das várias estações do ano, o mistério da vida e sua transmissão de criatura a criatura.

Não são datados, nem localizados, e pertencem geralmente a períodos vagos e imaginados, anteriores a aparição do homem sobre a terra.

Mas o que se conta de Jesus Cristo – desde o seu nascimento até a sua Ascensão ao Céu – tem todas as características não de um mito, mas de história.

Lugares, datas, pessoas, contemporâneos, sucessos, tudo especificado, tudo não entretecido com a textura de história universal, que ela não pode prescindir dos fatos da vida de Jesus Cristo, contados pelo Evangelho.

Fonte: Caixa de Perguntas, p. 203, 204, Rev. Bertrand L. Conway.

4 comentários:

  1. Interessante. Pretendo em breve lançar um artigo mais geral no meu blog refutando as comparações de Jesus aos mitos pagãos. Se quiser, acompanhe.

    Abraços, Paz de Cristo.

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  2. Será ótimo.

    Quando lançar, gostaria de publicar aqui também.

    Vou tentar te seguir, já que nas ultimas vezes apareceu um perfil diferente.

    Se não conseguir, vou tentar entrar em contato com o blogspot.

    Abraços!

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  3. No livro o poder do mito de Joseph Campbell cita semelhanças no mundo antigo sobre o nascimento milagroso de Jesus.
    Qual o mal de ter Jesus nascido por vias normais?

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  4. A questão que deve ser feita não é essa. Algo pode não ter nenhum mal em si e não ser verdadeiro. Temos que perguntar: o que é verdade nesse assunto?

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