domingo, 1 de dezembro de 2013

O desejo de ver a Deus - Parte Final

I. Não temos naturalmente em nós o desejo de ver Deus em si mesmo; isto está provado. Este desejo, porém, nos é dado; assim, nós o temos de forma sobrenatural. É necessário, consequentemente, colocarmos na cabeça que, se o homem fosse deixado em seu estado puramente natural, ele não teria este desejo. Ora, visto o poder que teria o homem, neste estado, de conhecer a Deus pela razão remontando do efeito à causa, e visto sua tendência de desejar ver diretamente o que ele conhece indiretamente, nós achamos difícil concluir que o homem, no estado puramente natural, não pode desejar ver Deus imediatamente. Por outro lado, visto de forma intima, profunda, universal, que há em nós este desejo em nosso estado atual, temos dificuldade em nos persuadir que este desejo em nós não seja essencial, e não seja uma das tendências, um dos das necessidades naturais de nossa natureza. Assim como os autores pensavam que este desejo nos era natural e que há controvérsia neste tema entre os teólogos e filósofos.

Esta dificuldade que nós temos de nos persuadir que este desejo não nos é natural, e esta controvérsia entre os teólogos a respeito do assunto, são como evidencia da força que Deus colocou este desejo em nós, e de intima ligação que foi estabelecido entre o elemento natural e o sobrenatural, quando foi isto foi depositado em nós.

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II. Na antiguidade pagã, o ateísmo se cobriu às vezes, sobretudo nos últimos tempos, de um culto vago da natureza, de uma admiração estéril de suas maravilhas. É precisamente o mesmo erro que reapareceu no século XVIII. Sêneca e os mais sábios filósofos continuaram, como um ateísmo desigual, pelos mesmos argumentos dos modernos apologistas da fé. Isto voltou nos dois últimos séculos; o que aprendeu a humanidade sobre Deus?

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