Paulo Foi o Verdadeiro Fundador do Cristianismo?
Por Craig Bloomberg
Por Craig Bloomberg
Na metade do século XIX, o acadêmico alemão do Novo Testamento, Ferdinand Christian Baur propôs uma drástica revisão do entendimento tradicional das origens cristas. Empregando a filosofia de historia de G. W. F. Hegel, o mesmo homem que inspirou Karl Marx na arena política, Baur acreditou ver um processo de "tese-antitese-sintese" nas primeiras gerações da Historia da Igreja. Um ramo do cristianismo seguia a Pedro, que permanecia relativamente fiel ao ensinamento judaico de Jesus. Paulo, no entanto, representava uma abordagem contraria, influenciada mais pela cultura greco-romana. As gerações posteriores, então, criaram uma síntese das duas tendências. No final do século XIX, outro liberal alemão, William Wrede, expandiu a obra de Baur e chamou Paulo de o segundo fundador do cristianismo. Autores de outras disciplinas ficaram ainda menos discretos nas suas descrições. O famoso dramaturgo inglês George Bernard Shaw escreveu sobre "a monstruosa imposição a Jesus", ao passo que o filosofo niilista Friedrich Nietzsche chamou Paulo de "o primeiro cristão" e o "desevangelista judeu" (isto e, alguém que traz mas noticias, em lugar de um "evangelista", ou portador de boas novas).
Uma comparação superficial entre Jesus e Paulo certamente revela diferenças mais rápido do que similaridades. Paulo parece citar ou se referir aos ensinamentos de Jesus raramente, e dizer ainda menos sobre a vida de Cristo. Em vez disso/ Paulo se concentra no significado da morte e ressurreição de Jesus e emprega categorias cristológicas que fazem de Jesus um ser muito divino e exaltado. Particularmente para as pessoas que não julgam os Evangelhos terrivelmente dignos de confiança, que duvidam de que Jesus agisse como algo mais do que um profeta, ou declarasse sê-lo, Paulo parece trabalhar em um mundo completamente diferente.
Na primeira metade do século XX, Rudolf Bultmann se esforçou, como muitos, para conservar Jesus e Paulo afastados um do outro. Mas para Bultmann, a fé não dependia de evidencias históricas, mas do testemunho do Espírito de Deus a uma pessoa, por intermédio da sua Palavra. Uma pessoa poderia afirmar a doutrina crista tradicional como crente, pela fé, mesmo que os seus estudos como historiador conduzissem a retratos radicalmente diferentes das origens cristas. Bultmann também se fez famoso por apelar a 2 Coríntios 5.16 ("Assim que, daqui por diante, a ninguém conhecemos segundo a carne; e, ainda que também tenhamos conhecido Cristo segundo a carne, contudo, agora, já o não conhecemos desse modo") e reivindicar que isso queria dizer que, sendo incrédulos, os discípulos pensaram que era importante avaliar o Jesus histórico, mas que, sendo crentes, reconheciam que o Jesus terreno não tinha importância. O que importava era adorar o Senhor ressuscitado.
Na segunda metade do século XX, o pendulo começou a se afastar destas posições de extremo ceticismo. Os comentaristas concordam que 2 Coríntios 5.16 estava contrastando duas avaliações diferentes de Cristo, antes e depois da sua ressurreição — uma que não o considerava como o Messias divino, e outra que considerava. Acadêmicos conservadores, como F. E Bruce e J. W. Fraser escreveram livros importantes que destacam a continuidade entre as vidas e os ensinamentos de Jesus e Paulo, gerando uma crescente confiança na similaridade entre os dois homens, ate mesmo em círculos menos conservadores. Em anos recentes, ninguém fez mais para defender esta causa do que o evangélico inglês David Wenham, em dois importantes livros e em vários artigos sobre o tema.
Mas o ceticismo e difícil de eliminar, e antigas teorias ressuscitam de roupa nova. No principio deste novo milênio, Michael Goulder, da Universidade de Birmingham, modificou e reapresentou a teoria de Baur, pelo menos no que diz respeito à tensão em Corinto, sugerindo que Paulo tinha que combater o cristianismo Petrino como uma parte daquilo que ele considerava como falsos ensinos. E Gerd Ludemarm, cujas opiniões sobre o assunto que discutimos no capitulo anterior, nos tópicos "Os Credos Cristãos Antigos" e "Milagres", vão ainda mais alem do que Wrede, chama Paulo de verdadeiro fundador do Cristianismo. A idéia de que a mudança do ensino de Jesus para a teologia de Paulo a respeito de Jesus possa ser resumida com o titulo "De profeta judeu a deus dos gentios", continua a vir a tona!
O Conhecimento de Paulo sobre os Ensinos de Jesus
O obvio ponto de partida para responder a essas acusações envolve os mesmos textos que apresentei rapidamente no capitulo anterior, textos que demonstram que Paulo estava ciente dos ensinamentos de Cristo. Ali, o meu propósito foi meramente argumentar que a presença de citações ou referencias às palavras de Jesus, em cartas escritas antes da composição de qualquer Evangelho escrito, demonstrava que os ensinamentos de Cristo estavam circulando de boca em boca e eram relativamente preservados com cuidado. Aqui, nos precisamos nos aprofundar nos detalhes, examinando estes e outros textos, para determinar o quanto Paulo conhecia sobre Jesus e quão cuidadosamente ele usava o que conhecia.
AS REFERENCIAS MAIS CLARAS
Um Texto Litúrgico
De longe, a mais abrangente citação direta de Jesus nas epistolas de Paulo aparece em 1 Coríntios 11.23-25:
Porque eu recebi do Senhor o que também vos ensinei: que o Senhor Jesus, na noite em que foi traído, tomou o pão; e tendo dado graças, o partiu e disse: Tomai, comei; isto e o meu corpo que e partido por vos; fazei isto em memória de mim. Semelhantemente também, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este cálice e o Novo Testamento no meu sangue; fazei isto, todas as vezes que beberdes/ em memória de mim.
Aqui, Paulo apela a terminologia técnica dos judeus para a transmissão da tradição oral com os verbos ''recebi" e "ensinei''. Essas são informações que lhe teriam sido ensinadas muito cedo, na sua vida cristã. A celebração da Ceia do Senhor, em memória da Ultima Ceia de Jesus, caracterizava a adoração da Igreja desde a sua origem (veja Atos 2.42). As palavras usadas por Paulo são particularmente próximas da versão que Lucas apresenta da Ultima Ceia (Lc 22.19,20), embora todos os três autores Sinóticos incluam relatos razoavelmente similares. Embora Lucas modifique regularmente o texto de Marcos, quando eles compartilham relatos de um episodio na vida de Cristo, muitos acadêmicos pensam que Lucas teve uma fonte especial, particularmente de materiais exclusivos relacionados a ultima semana de vida de Cristo, e que a versão compartilhada por Lucas e Paulo reflete o mais antigo relato existente sobre a Ultima Ceia. Seja este o caso ou não, Paulo claramente veio a crer na morte substitutiva e expiatória de Jesus muito cedo, com base nas mesmas declarações que o próprio Jesus fez sobre a sua morte vindoura. Paulo certamente explica de forma detalhada o tópico em suas epistolas, muito mais do que Jesus o fez, mas os dois estão em perfeito acordo quanto ao tema.
Ensinos Éticos
Uma referenda menos direta ou abrangente a um ensinamento de Jesus aparece em 1 Coríntios 9.14, em que Paulo escreve: "Assim ordenou também o Senhor aos que anunciam o evangelho, que vivam do evangelho". Aqui, Paulo se refere ao ensinamento de Jesus, apresentado em Lucas 10.7 e Mateus 10.10, de que os trabalhadores merecem seus salários. Em razão do contexto financeiro mais explicito, Paulo provavelmente esta, de novo, aproveitando a forma usada por Lucas de uma assim chamada expressão Q (material encontrado em Mateus e Lucas, mas não em Lucas), e a forma da expressão normalmente considerada como a mais antiga, e mais literal tradução das palavras de Jesus. Algumas vezes, se alega que Paulo se sente livre para desobedecer aos mandamentos de Cristo, uma vez que em Corinto ele se recusa a aceitar dinheiro pelo ministério. Mas as palavras de Jesus enunciavam um principio de que aqueles a quem chamaríamos "trabalhadores cristãos em período integral" merecem apoio financeiro dos companheiros cristãos. Ele jamais disse que as pessoas não poderiam voluntariamente abrir mão de seu direito de receber este sustento, por uma boa razão, como a que Paulo acreditava ter.
O texto de 1 Coríntios 7 envolve urna interessante interação entre palavras que Paulo atribui diretamente ao ''Senhor'' e aquelas cujo veredicto é seu. No versículo 10, ele declara: "Aos casados, mando, não eu, mas o Senhor: Que a mulher se não aparte do marido". No versículo 12, no entanto, ele escreve: "Mas, aos outros, digo eu, não o Senhor..”, quando continua a lidar com a situação de uma pessoa crista com um cônjuge incrédulo que deseja abandonar o casamento. Embora, a primeira vista, possa parecer que Paulo esteja reivindicando inspiração para a sua primeira declaração, e então meramente de a sua opinião no segundo caso, e mais provável que ele queira dizer que sabe que o Jesus histórico ensinava, de modo geral, contra o divorcio (veja Mc 10.2-12), mas que Jesus não fez nenhum pronunciamento especifico a respeito de casamentos mistos. Paulo faz uma distinção similar no versículo 25: "Ora, quanto as virgens, não tenho mandamento do Senhor; dou, porém, o meu parecer, como quem tem alcançado misericórdia do Senhor para ser fiel". Paulo realmente ere que o Senhor o guiou ao dar-lhe uma convicção sobre o tema, mas reconhece que não pode citar o Jesus terreno no processo. Finalmente, o versículo 40 conclui o capitulo com outra das "chamadas a dedsao"— sobre a felicidade pessoal de uma viúva que continua sem se casar — e acrescenta a sua convicção de que ele também tem o "Espírito de Deus", provavelmente um gentil empurrão nos professores elitistas de Corinto que pensavam que somente eles estivessem em contato com o Espírito de Deus. Novamente, a forma do ensinamento de Jesus a que Paulo se refere, no principio dos seus comentários, reflete a mais antiga versão entre os relatos dos Evangelhos. E interessante, também, que a preferência de Paulo pela vida de solteiro, por todo este capitulo, provavelmente reflete o ensinamento contracultural de Jesus, de que Deus da a dádiva do celibato a alguns crentes (Mt 19.10-12). Como Jesus em Marcos 10.7 e passagens paralelas, Paulo também apela ao relato do Genesis sobre o casamento (como deixar pai e mãe, apegar-se ao cônjuge e tornar-se uma única carne) em um contexto próximo (1 Co 6.16) que sugere que ele conhecia, com detalhes, os ensinamentos de Jesus sobre o tema.
Um grupo de alusões aos ensinamentos de Jesus aparece em Romanos 12 -15.15 Romanos 12.14 claramente se refere ao ensinamento de Jesus no Sermão da Montanha com os seus mandamentos de abençoar aqueles que perseguem os crentes, com a conclusão "abençoai e não amaldiçoeis". A ocorrência dos verbos para abençoar e amaldiçoar na forma deste ensinamento, segundo Lucas (Lc 6.28), mostra que, novamente, Paulo está mais próximo, nas suas palavras, da versão das palavras de Jesus consideradas como sendo a tradução mais antiga e mais literal (compare com Mt 5.44). Romanos 12.17 ("A ninguém tomeis mal por mal") pode ser uma alusão a uma parte do sermão encontrado apenas em Mateus (5.39 — "não resistais ao mal")* Os versículos 18-19 parecem fazer alusão ao mandamento de Jesus, de amar aos próprios inimigos/ especialmente da maneira como vemos em Lucas 6.27 e 36, que são, novamente, as formas mais antigas da tradição.
Romanos 13.7, com suas palavras sobre dar a todos os que lhes e devido, incluindo taxas e impostos, claramente relembra a resposta de Jesus a pergunta sobre o pagamento de tributes: "Dai, pois, a Cesar o que e de Cesar e a Deus, o que e de Deus". Ate mesmo o extremamente cético Seminário Jesus marca em vermelho este texto no Evangelho de Marcos (12.17), identificando-o como uma rara frase de Jesus preservada intacta na sua forma original. O apelo de Paulo aos romanos, para que deixem de julgar os outros com respeito a questões moralmente neutras (Rm 14.13) talvez seja uma alusão a outro ensinamento essencial do Sermão da Montanha sobre não julgar, para não ser julgado (Mt 7.1; Lc 6.37). O versículo seguinte (Rm 14.14) reitera ainda mais claramente a declaração de Jesus de que todos os alimentos agora são inerentemente limpos (Mc 7.18,19 par.), uma declaração que esta mais clara na sua forma mais antiga, a de Marcos. A declaração de Cristo também pode estar por trás da ordem de Paulo em 1 Coríntios 10.27: "Comei de tudo o que se puser diante de vos". Alternativamente, esse texto pode aludir a Lucas 10.7, sobre comer o que quer que as pessoas fornecessem aos discípulos, quando eles prosseguiam em suas viagens missionárias. Neste ultimo caso, e interessante que versículos consecutivos do mesmo sermão tenham sido citados em diferentes textos de Paulo (lembre-se de 1 Co 9.14 sobre Lc 10.8), sugerindo que Paulo conhecia blocos de ensinamento maiores do que simples frases individuais de Jesus.18 Finalmente, Romanos 15.1-3 se refere explicitamente ao modelo de Cristo, em não agradar a si mesmo, usando linguagem que também pode fazer eco as suas palavras sobre a servidão (cf. Mc 10.45).
Com a exceção da citação muito explicita e extensa do ensinamento de Jesus na Ceia do Senhor, todas essas referencias consideradas ate aqui caem em um claro padrão. Paulo faz alusão as palavras de Jesus, em lugar de citá-las diretamente. Todos os textos envolvem a instrução ética de Jesus. E as referencias repetidas aos sermões extensos de Jesus sugerem que Paulo conhecia mais do que ensinamentos individuais que circulavam isoladamente uns dos outros. Ele estava, pelo menos, ciente de grupos de ensinamentos sobre temas similares, se não da totalidade das próprias mensagens.19 Escatologia
O principal ponto teológico que aparece nas alusões de Paulo aos ensinamentos de Jesus e a escatologia. 1 Tessalonicenses 2.15,16 compara a perseguição que os tessalonicenses estão vivenciando aquela dos lideres judeus em Israel, "os quais também mataram o Senhor Jesus e os seus próprios profetas, e nos tem perseguido, e não agradam a Deus, e são contraries a todos os homens. E nos impedem de pregar aos gentios as palavras da salvação, a fim de encherem sempre a medida de seus pecados; mas a ira de Deus caiu sobre eles ate ao fim". Essas duras palavras nos lembram das palavras de Jesus a certos lideres hipócritas entre os fariseus e escribas, em Mateus 23, especialmente os versículos 32-36. Ali, Cristo declara: "Enchei-vos, pois, a medida de vossos pais" (v. 32); Ele descreve como eles tinham condenado profetas nas eras passadas, e como agora iriam crucificá-lo (v. 34,35), e conclui dizendo que "esta geração" será responsável por todo este pecado (v. 36). Novamente, todas essas alusões também tem paralelos em Lucas (11.48-51), de modo que estamos olhando para tradições com raízes muito antigas.20 Ainda que os comentaristas discutam se as palavras de Jesus e de Paulo foram cumpridas na passagem do antigo concerto para o novo, iniciado com a crucificação de Cristo (30 d.C.) ou na destruição de Jerusalém em 70 d.C. pelos romanos (ou em ambos os episódios), ainda ha paralelos surpreendentes entre as declarações dos dois oradores.
Em 1 Tessalonicenses 4.15, Paulo anuncia: "Dizemos-vos, pois, isto pela palavra do Senhor: que nos, os que ficarmos vivos para a vinda do Senhor, não precederemos os que dormem". Nos versículos 16 e 17, ele prossegue, explicando que o próprio Senhor ira retornar do céu com alarido, e com voz de arcanjo, e com a trombeta de Deus; e os que morreram em Cristo ressuscitarão primeiro, e então os crentes que ainda estão vivos irão encontrar o Senhor "nos ares". Embora alguns comentaristas pensem que esta e uma informação que Paulo recebera diretamente do Cristo ressuscitado, parece mais provável que ele este] a, novamente, aludindo a ensinamentos do Jesus terreno, E difícil saber quanto do que ele acrescenta depois do versículo 15 faz parte desta "palavra do Senhor", mas e interessante observar vários paralelos ao ensinamento de Jesus no Sermão das Oliveiras (em Mc 13; Mt 24 - 25 e . Lc 21). Especificamente, Marcos 13.26 e paralelos descrevem o retorno de Cristo do céu (como em 1 Ts 4.16a), quando envia os seus anjos (cf. v. 16b). O paralelo em Mateus acrescenta uma referenda a um clamor de trombeta (Mt 24.31; cf. 1 Ts 4.16c), ao passo que Mateus e Marcos continuam falando de tuna congregação de todo o povo de Deus (Mt 24,31; Mc 13.27; cf.lTs 4.15,17).
O fato de que a "palavra do Senhor" se refere aos ensinamentos de Jesus no Apocalipse Sinótico, como Marcos 13 e passagens paralelas são freqüentemente chamadas, e reforçado por alusões ainda mais claras em 1 Tessalonicenses 5. Nos versículos 2 e 4, a vinda de Cristo e comparada a chegada surpresa de um ladrão durante a noite. Essa e urna metáfora tão incomum e assombrosa (especialmente uma vez que Cristo era reverenciado, mas os ladrões são considerados maus)/ que Paulo provavelmente não a teria inventado, Quando vemos Jesus na sua parábola do pai de família, empregando a metáfora idêntica para uma realidade idêntica (Mt 24.43,44; Lc 12.39,40), temos praticamente certeza de que Paulo esta fazendo alusão a esta passagem em particular. A repentina chegada do fim, quando as pessoas pensam que o mundo continuara normalmente (1 Ts 5.3), combina com o ensinamento de Jesus na seção imediatamente anterior do Sermão das Oliveiras (Mt 24.37-42). A metáfora das dores do parto, no mesmo versículo, corres-ponde a Marcos 13.8 e passagens paralelas. Estar sóbrios e vigilantes, como filhos do dia (1 Ts 5.4-6) repete o chamado a vigilância, em Marcos 13.33, e toda a parábola das virgens, em Mateus 25.1-13 (cf. também os servos vigilantes em Lucas 12.35-38, que pode, originalmente, ter feito parte do mesmo sermão). 2 Tessalonicenses 2.3-6 oferece vários equivalentes a descricjlo da abominação da desolação em Marcos 13.14-20 e passagens paralelas. Uma vez mais, Paulo parece ter conhecido todo o sermão de Jesus e se refere a ele em varias ocasiões diferentes. E as parábolas e metáforas citadas estão entre as passagens, nos Sinóticos, mais amplamente consideradas como autenticas, ate mesmo por acadêmicos céticos de grandes porções da tradição do Evangelho. As linhas de continuidade entre Paulo e o Jesus histórico novamente superam as diferenças.
Penso que o erro dos que dizem que Paulo ensinou coisas que Jesus não disse é esquecer de alguns detalhes:
ResponderExcluir- Nem tudo que os apostolos escreveram e o seu ensinamento oral está registrado no NT.
- Uma coisa é o tempo em que Jesus estava ensinando sobre o Reino de Deus antes de sua morte, outro é o cumprimento desse reino que começa depois da suposta ressurreição. A enfase doutrinária é diferente
*por esse motivo.
- Paulo e os outros apóstolos se comunicavam, e o mesmo passou um bom tempo aprendendo com eles.
- Ignorar que Paulo já teria pregado o evangelho com detalhes pra essas pessoas e só estaria escrevendo, como se dá pra perceber, pra resolver alguns problemas e dar algumas exortações.