Traduzido por Jonadabe Rios
Após os recentes ataques terroristas no World Trade Center e no Pentágono nos EUA, houve um debate muito claro na mídia internacional a respeito da natureza do Islam. Observamos também uma mudança na mídia de um extremo anti-islamismo a outro extremo a favor do islã (para apresentar um equilíbrio político e humano).
O cristianismo nos ensina claramente o amor ao próximo, inclusive aos nossos inimigos, mas de modo algum fala para nos tornarmos cegos para a realidade e a verdade e sermos enganados por estarmos desinformados.
Para fazer uma avaliação justa em relação a qualquer questão, é preciso estar ciente de todos os lados do assunto em pauta, e, por esta razão, este estudo irá demonstrar um lado o islã que não foi precisamente retratado pela mídia popular.
Os fatos aqui mostrados são baseados nos textos de uma reconhecida interpretação do Corão [The meaning of the holy Quran, by Abdullah Yusuf Ali, 1992]*. Observe que se escreve “interpretação” e não “tradução”, pois o Islã proíbe a tradução literal de seu livro sagrado – por esta razão os textos árabes do Corão serão incluídos, de modo que a acusação de uma interpretação errada não seja possível.
As duas faces do Islam
Após os ataques de 11 de setembro, muitos muçulmanos (e não-muçulmanos com finalidades políticas) em todo o mundo têm tentado apresentar o Islam como uma religião de paz e amor, querendo assim desassociá-lo daqueles vergonhosos e brutais acontecimentos. Assim, segundo suas afirmações, não há violência no Islam.
Porém, é fato que os autores desses atos basearam sua violência em claros e indiscutíveis versos do Corão, demonstrado claramente na afirmação de Osama Bin Laden na CNN. Baseados nessa premissa, Bin Ladem, o Taleban, e o grupo muçulmano das Filipinas Abu Saiaf, entre outros, têm abertamente declarado guerra contra os EUA em nome do Islã usando citações do Corão como:
‘And those of the people of the Book (Jews & Christians) who aided them (the unbelievers), Allah (God) did take them down from their strongholds. And cast terror into their hearts, so that some ye slew, and some ye made prisoners. And He made you heirs of their lands, their houses, and their goods’ (Surah Al Ahzab 33:26 and 27)
“E (Deus) desalojou de suas fortalezas os adeptos do Livro, que o (inimigo) apoiaram, e infundiu o terror em seus corações. Matastes uma parte e capturastes outra. E (depois disso) vos fez herdeiros de sua cidade, de suas casas, seus bens e das terras que nunca havíeis pisado (antes); sabei que Deus é Onipotente.”
(سورة الأحزاب آيات 26و27)وأنزل الذين ظاهروهم (إي الذين كفروا) من أهل الكتاب من صياصيهم (حصونهم) وقذف في قلوبهم الرعب فريقا تقتلون وتأسرون فريقا. وأورثكم أرضهم وديارهم وأموالهم وأرضا لم تطأها وكان الله على كل شيء قديرا]
Muitos estão confusos.
É o Islam uma religião violenta ou é uma religião da paz?
Quando nós estudamos o livro do Islã, o Corão, descobrimos que ele possui duas faces e cada uma delas representa certo estágio do caráter de Maomé: um em Meca, outro em Medina.
A primeira face do Islam e o caráter de Maomé em Meca
Maomé ainda não tinha muito poder quando deu inicio, em 610 A.D. na cidade de Meca, a sua nova religião. Por isso, para ser aceito por todos, ele apresentou o lado pacífico do Islam, evitando, assim, qualquer menção à violência, como podemos vernessas citações corânicas:
1 - Foi dito a Maomé para ter paciência com seus opositores na Surah Al Muzzammil (73:10): "E tolera tudo quanto te digam, e afasta-te dignamente deles."
+سورة المزمل
(73: 10) "واصبر على ما يقولون واهجرهم هجرا
جميلا"
2 - Foi dito a Maomé para não impôr o Islam a força na Surah Al baqarah (2: 256): "Não há imposição quanto à religião"
+سورة البقرة (2:
256) "لا إكراه في الدين"
3 - Foi dito para falar de forma agradável ao "povo do Livro" (Cristãos e Judeus) na Surah Al Ankabut (29:45): "E não disputeis com os adeptos do Livro, senão da melhor forma, exceto com os iníquos, dentre eles. Dizei-lhes: Cremos no que nos foi revelado, assim como no que vos foi revelado antes; nosso Deus e o vosso são Um e a Ele nos submetemos."
+ سورة العنكبوت
(29: 46) "ولا تجادلوا أهل الكتاب إلا بالتي هي أحسن ... وقولوا آمنا بالذي
أنزل إلينا وأنزل إليكم وإلهنا وإلهكم واحد ونحن له مسلمون"
A segunda face do Islam e o caráter de Maomé em Medina.
Após sua viagem para Medina, em 622 A.D., quando sua força e quantidade de seguidores cresceram (se tornando, assim, um grande guerreiro), ele desejou expandir sua religião a força, sendo esta a nova mensagem. Eis algumas evidências do Corão em relação a esta face:
1 - Ele afirmou que Deus mandou matar seus opositores na Surah Al baqarah (2:191): "Matai-os onde quer se os encontreis e expulsai-os de onde vos expulsaram, porque a perseguição é mais grave do que o homicídio. Não os combatais nas cercanias da Mesquita Sagrada, a menos que vos ataquem. Mas, se ali vos combaterem, matai-os. Tal será o castigo dos incrédulos."
+ سورة البقرة (2: 191) "واقتلوهم
حيث ثقفتموهم (وجدتموهم) ..."
Imam Ali Abdullah Yusuf comenta a respeito desse versículo dizendo: "Esta passagem é ilustrada pelos eventos que aconteceram em Hudaybiyyah [uma batalha], no sexto ano da Hégira [êxodo de Maomé de Meca para Medina]. Os muçulmanos, a essa altura, era uma comunidade forte e influente". (The Meaning of the Holy Quran P77)
+ سورة البقرة (2:
193) "وقاتلوهم حتى لا تكون فتنة ويكون الدين لله ..."
2 - Ele afirmou que Deus mandou matar todos que rejeitam o Islam na Surah Al Baqara (2:193): "E combatei-os até terminar a perseguição e prevalecer a religião de Deus. Porém, se desistirem, não haverá mais hostilidades, senão contra os iníquos."
Imam Ali Abdullah Yusuf comenta esse versículo dizendo: "O Islã não vai tolerar a atitude errada, e seus homens manterão suas vidas em defesa da honra e da religião que consideram sagrada. Eles acreditam na coragem, obediência... e um esforço constante por todos os meios que estão ao seu alcance... Eles não vão recuar da guerra se sua honra exige isso e um Imam justo os comanda. (The Meaning of the Holy Quran P77).
3 - Ele afirmou que Deus disse para lutarem com "povos do Livro" na in Surah Al Tawba (2:29): "Combatei aqueles que não crêem em Deus e no Dia do Juízo Final, nem abstêm do que Deus e Seu Mensageiro proibiram, e nem professam a verdadeira religião daqueles que receberam o Livro, até que, submissos, paguem o Jizya."
+ سورة التوبة (2:
29) “قاتلوا
الذين لا يؤمنون بالله واليوم الآخر ... ولا يدينون دين الحق من الذين أوتوا
الكتاب (أي النصارى واليهود) حتى يعطوا الجزية وهم صاغرون ...”
Imam Ali Abdullah Yusuf comenta dizendo: "A luta reta pela causa da verdade; sair corajosamente a lutar e lutar e provar-se digno de Alla" (The Meaning of the Holy Quran P. 446).
4 - (Surah Al Tawbah 9: 12): "Porém, se depois de haverem feito o tratado convosco, perjurarem e difamarem a vossa religião, combatei os chefes incrédulos, pois são perjuros; talvez se refreiem."
(سورة التوبة 9:
12) "... فقاتلوا أئمة الكفر إنهم لا أيمان لهم لعلهم ينتهون"
Imam Abdullah Yusuf Ali comenta esse versículo dizendo: "A lista dos seus pecados a ser estabelecidos, é claro que eram agressores da pior forma, e por isso a guerra tornou-se inevitável." (The Meaning of the Holy Quran P.440)
5- (Surah Al Tawbah 9: 14): "Combatei-os! Deus os castigará, por intermédio das vossas mãos, aviltá-los-á e vos fará prevalecer sobre eles, e curará os corações de alguns fiéis"
(سورة التوبة 9:
14) "قاتلوهم يعذبهم الله بأيديكم ويخزهم وينصركم عليهم ويشف صدور قوم
مؤمنين"
Imam Abdullah Yusuf Ali comenta esse versículo dizendo: "Quando o direito de Alá está firmado, o fogo da indinação é sufocado e a verdadeira Paz do Islã é atingida" (The Meaning of the Holy Quran P.441).
6 - (Surah Al Tawbah 9: 123): "Ó fiéis, combatei os vossos vizinhos incrédulos para que sintam severidade em vós; e sabei que Deus está com os tementes."
(سورة التوبة 9: 123) "يا أيها الذين آمنوا قاتلوا
الذين يلونكم من الكفار وليجدوا فيكم غلظة واعلموا أن الله مع المتقين"
Imam Abdullah Yusuf Ali comenta esse versículo dizendo: "Quando o conflito se torna inevitável, a primeira coisa é limpar nosso ambiente de todo mal... Devemos resistir ao mal" (The Meaning of the Holy Quran P.475).
7 - (Sura Al Anfal 8: 65): "Ó Profeta, estimula os fiéis ao combate. Se entre vós houvesse vinte perseverantes, venceriam duzentos, e se houvessem cem, venceriam mil do incrédulos, porque estes são insensatos."
(سورة الأنفال 8: 65) "يا أيها النبي حرض المؤمنين على
القتال إن يكن منكم عشرون صابرون يغلبوا مائتين وإن يكن منكم مائة يغلبوا ألفا
من الذين كفروا بأنهم قوم لا يفقهون"
Imam Abdullah Yusuf Ali comenta esse versiculo dizendo: "Em uma luta... os homens de fé não se assustam. Se eles vencerem ou morrerem, a causa prevalece. Eles estão certos da vitória: porque (1) eles têm ajuda divina e (2) mesmo humanamente falando, aqueles que lutam contra a verdade são tolos, seu poder aparente é apenas uma cana quebrada" (The Meaning of the Holy Quran P.431).
Ele acrescenta: "A Jihad (guerra santa) é travada sob condições estritas e estabelecidas pelo Islã, e glória para a causa de Alá" (The Meaning of the Holy Quran P.431).
8- (Surah Al Baqara 2: 216): "Está-vos prescrita a luta (pela causa de Deus), embora o repudieis. É possível que repudieis algo que seja um bem para vós e, quiçá, gosteis de algo que vos seja prejudicial; todavia, Deus sabe todo o bem que fizerdes, Deus dele tomará consciência.".
Imam Abdullah Yusuf Ali comenta sobre esse versículo dizendo: "Lutar pela causa da verdade é uma das mais altas formas de caridade". (The Meaning of the Holy Quran P.86)
Ou seja: No Islã, a luta é uma forma de caridade!
9- (Surah Al Anfal 8:60): "Mobilizai tudo quando dispuserdes, em armas e cavalaria, para intimidar, com isso, o inimigo de Deus e vosso, e se intimidarem ainda outros que não conheceis, mas que Deus bem conhece. Tudo quanto investirdes na causa de Deus, ser-vos á retribuído e não sereis defraudados."
(سورة الأنفال 8: 60) "وأعدوا لهم
ما استطعتم من قوة ومن رباط الخيل ترهبون به عدو الله وعدوكم ..."
Imam Abdullah Yusuf Ali comenta: "Em cada braço luta-se com as melhores armas contra seu inimigo, de modo a incutir respeito a você à causa que defendemos" (The Meaning of the Holy Quran P.429).
A mesma ideologia e estratégia
O problema com a avaliação do Islã no ocidente, que é predominantemente cristão, é que o mesmo é encarado como outra fé (como o cristianismo) e, portanto, é do direito de cada indivíduo aceitar o culto que o agrada. Isso está certo, mas o problema é que o Islã não é como o cristianismo.
O cristianismo é um sistema de fé e moral que pode existir em qualquer sistema estatal, mas o Islã, todavia, tem uma política particular baseada na Sharia (sua constituição) que governa todos os muçulmanos. Por este motivo, os muçulmanos fundamentalistas que vivem de forma equilibrada em um estado muçulmano moderado, com um sistema político secular, querem conseguir a derrota desse sistema, pois ele não abrange de forma suficiente o sistema islâmico de “Religião e Estado”.
Esse estudo não foi feito para tentar apresentar a imagem de todos muçulmanos como pessoas más, pois isso não é verdade, pois existem muitos muçulmanos moderados que são boas pessoas e membros construtivos na sociedade, mas estes são considerados como kaffara (apostatas) pelos fundamentalistas por não seguir o Corão fielmente, de forma que são merecedores do mesmo fim de todos não-muçulmanos: a morte.
Dessa modo, o problema é do Islã, não dos muçulmanos. Sabemos que em qualquer religião ou fé esse é o papel de cada um que acredita nas normas ensinadas pela sua fé, e, assim, os ensinos dele tornam-se as regras pelas quais eles vivem (qualquer muçulmano "fiel" deve seguir o Corão).
O Islã segue a mesma estratégia em qualquer lugar do mundo que estiver, especialmente no ocidente. Eles começam com o primeiro estágio de fraqueza para aparentarem ser pacíficos e aproveitam a democracia e os direitos humanos no ocidente para propagar sua fé.
Após seu crescimento, eles não hesitam em matar pessoas e destruir o ocidente, que, de acordo com sua fé, contraria as doutrinas islâmicas. Isto é o que vimos nos ataques ao WTC em Nova York e no Pentágono, em Washington.
Muçulmanos famosos
"O elemento da Jihad (guerra santa) surgiu na ideologia de Abul Alaa Almaudoody (um fanático muçulmano do Egito). Ele passou a diferenciar duas diferentes fases. Uma comunidade muçulmana passa pela:
Fase de fraqueza - Momento em que a comunidade é incapaz de assumir seu próprio destino. Neste caso - de acordo com seu pensamento - devem isolar-se com a finalidade de se prepararem para serem capaz de executar a segunda fase.
A segunda etapa, que é o Jihad (guerra santa) - Ela virá quando a comunidade islâmica estiver preparada e pronta para sair de seu isolamento.
Neste livro, Abul Alaa Almaudoody fez uma comparação entre as duas fases, com a luta de Maomé em Meca e em Medina: de um lado, a primeira fase (na qual estão fracos), do outro o Jihad" (Seguindo a mesma estratégia de Maomé).
2 - Assan Abdulla Al Torabi, o mais fanático lider muçulmano do sudão dizia abertamente: "Nós pretendemos ser fracos, até sermos fortes".
3 – Conforme foi exposto anteriormente, Imam Ali Abdullah Yusuf, ao comentar a Surah Al Baqarah (2:191), disse que: "Esta passagem é ilustrada pelos eventos que aconteceram em Hudaybiyyah [uma batalha], no sexto ano da Hégira [êxodo de Maomé de Meca para Medina]. Os muçulmanos, a essa altura, era uma comunidade forte e influente". (The Meaning of the Holy Quran P77).
Esta é a realidade do Islã e suas duas faces.
Devemos estar muito atentos com o que está acontecendo ao nosso redor.
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Nota do tradutor: A tradução do Corão em português usada nesse texto é uma feita pro Samir El-Hayek, e foi copiada de um site muçulmano.
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