domingo, 24 de junho de 2012

A Origem do Alcorão (6) - Argumento das vidas transformadas


Os artigos anteriores sobre o assunto podem ser vistos aqui: Primeira parte / Segunda parte / Terceira parte / Quarta parte / Quinta parte

Apologistas indicam a transformação das vidas e da cultura pelo Alcorão como prova da sua origem divina. Tais transformações são esperadas. Quando alguém acredita em algo fervorosamente, vive segundo essa crença. Mas isso ainda não responde à questão se essa é a Palavra de Deus.

Qualquer grupo de idéias cridas e aplicadas fervorosamente transformará os seguidores e sua cultura. Isso é verdadeiro sejam eles budistas (v. BUDISMO), cristãos, muçulmanos ou judeus. Que muçulmano aceitaria o argumento de que O capital de Karl MARX, é inspirado porque transformou milhões de vidas e muitas culturas?

Os críticos não se surpreendem pelo fato de tantos terem se convertido ao islamismo quando lembram o que foi prometido como recompensa para os que se convertessem e a ameaça de castigo para os que não se convertessem. Os que se "submetessem" receberiam a promessa do paraíso com belas mulheres (2.25; 4.57).

O castigo para aqueles que lutam contra Allah e contra o Seu Mensageiro, e semeiam a corrupção na terra, é que sejam mortos, ou crucificados, ou lhes seja decepada a mão e o pé de lados apostos, ou banidos (5.33).

A tradição islâmica relata que Maomé deu a seguinte exortação para seus seguidores:
A espada é a chave do paraíso e do inferno; uma gota de sangue derramado pela causa de Deus, uma noite na luta, vale mais que dois meses de jejum e oração. Quem cai na batalha terá seus pecados perdoados no dia do julgamento" (Gibbon,p. 3).
A ganância humana teve influência: "Guerreiros árabes tinham direito a 4/5 de todo saque que juntavam na forma de bens móveis e escravos" (Noss, p. 711). Era muito vantajoso submeter-se ao inimigo. Os politeístas tinham duas escolhas: submeter-se ou morrer. Os cristãos e judeus tinham outra alternativa: pagar altos impostos (9.5,29). E as conquistas islâmicas foram bem-sucedidas porque, em algumas das terras conquistadas, o povo estava cansado dos maus tratos dos governantes romanos e aceitaram voluntariamente a ênfase do islamismo à igualdade e fraternidade.

Além disso, o cristão ou judeu poderia argumentar a favor da verdade das suas religiões pelo mesmo fundamento. Não seria surpreendente se a crença sincera em Deus, em sua lei moral e no dia final do juízo mudasse a vida de uma pessoa — coisas em que todos os monoteístas morais acreditam. Mas não se pode concluir com isso que Maomé seja o último profeta de Deus.

Se é possível provar que vidas mudadas numa religião são evidência de sua origem divina singular, à luz do poder transformador do evangelho (Rm 1.16), o cristianismo é igual, se não superior, ao islamismo. No livro Evidences of christianity [Evidências do cristianismo], William PALEY observa:
Pois o que estamos comparando? Um camponês Galileu acompanhado por alguns pescadores com um conquistador à frente de um exército. Comparamos Jesus, sem força, sem poder, sem apoio, sem nenhum atrativo ou influência externa, prevalecendo contra os preconceitos, a erudição, a hierarquia de seu país, contra as antigas opiniões religiosas, os ritos religiosos pomposos, a filosofia, a sabedoria, a autoridade do império Romano no período mais civilizado e iluminado de sua existência — com Maomé fazendo suas jornadas entre os árabes; captando seguidores em meio a conquistas e triunfes, na era e nos países mais em trevas do mundo, e quando o sucesso militar não só operava por esse controle das vontades dos homens e pessoas que buscam feitos prósperos, como também era considerado o testemunho certo da aprovação divina. 0 fato de multidões, persuadidas por esse argumento, se ajuntarem ao séquito do líder vitorioso; o fato de multidões ainda maiores se prostrarem, sem protesto, perante poder irresistível — é uma conduta em que não podemos ver nada surpreendente; em que não podemos ver nada que se assemelhe às causas pelas quais o estabelecimento do cristianismo foi efetuado (Paley, p. 257).

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