sábado, 16 de novembro de 2013

Deus - Deus e a Criação (Parte III)

Retirado do livro "Etudes sur Dieu, l'Eglise, le Pape e sur le surnature" do Padre Jean-Baptiste Aubry.


I. Quando se considera atentamente, à luz da Escritura e da teologia, a grande e completa economia das obras de Deus no mundo, observamos se dividir, ou se agrupar em três belas e vastas frases, que cada uma porta visivelmente a presença e as características próprias de uma das três pessoas da Trindade.

Se vê Deus, o Pai, presidindo à criação e o Antigo Testamento, operando todo este majestoso trabalho, reivindicando a glória, como as outras pessoas da Trindade, a ele atribuem também a Escritura e a tradição. Em todo Antigo Testamento, é o Pai que aparece sobretudo; as duas outras pessoas agem com Ele, sem dúvida, mas são mais escondidos; o mistério da Santíssima Trindade é anunciado com menos clareza no Antigo Testamento. Quando o Pai, no fim de seu trabalho, entra em seu repouso, deixou, sobretudo, agir o Filho. O Filho agiu, mas menos diretamente e apenas por concomitância: Cume o eram cunta componens(I)

O Filho chega à sua torre, no meio ou na plenitude dos tempos, para fazer a ligação entre o trabalho do Pai e do Espírito Santo. Seu trabalho é a Redenção; isso é feito o mais rápido possível. É ele sobretudo que age, é necessário que ele esqueça as duas outras pessoas. Ele previne seus apóstolos em breve vem a noite onde não agirá mais, que ele não pode dizer tudo aos seus apóstolos, mas que um outro virá lhes dizer o resto; e, por afirmar a unidade, ele diz que ele mesmo irá pedir a seu Pai para enviar este outro; seu trabalho termina, ele entra na sua glória ou seu repouso, para deixar agir o Espírito Santo.

Jesus Cristo sobre ao Céu, o Espírito Santo desce e começa seu trabalho imenso que vai até o fim dos tempos, que é a Igreja, e a aplicação do fruto da Redenção pela Igreja. O Pai e o Filho continuam a agir com ele. O Pai, anunciou várias vezes antes de cessar seu trabalho! Trabalho do Filho; O Filho, tendo concluído seu ato, ainda tem duas coisas ao coração, que é lembrar que Ele age com seu Pai e anuncia o trabalho do Espírito Santo; o Espírito Santo, por sua vez, cuidou em fazer conhecer na Igreja o mistério da Santíssima Trindade, que é a promulgação do trabalho simultâneo das três pessoas.

Ao buscar imagens naturais ou sobrenaturais para compreensão, na medida do possível, para a Santíssima Trindade, dir-se-á a unidade de substância na pluralidade de pessoas. Mas, isto não é mais belo e expressivo por consistir em buscar a imagem da Trindade em seus trabalhos? Porque nós sabemos que Deus não fez nada além de sua imagem, e, como dizem os escolásticos, o vestígio da Trindade está em todos os trabalhos de Deus. E, a partir dos trabalhos de Deus, sendo este último o mais alto, por portar a imagem de Deus mais perfeita; uma única humanidade deificada em três grandes trabalhos igualmente divinos.

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II. Qui continet omnia scientiam habet vocis (i).

Curiosa e profunda reflexão! Como o Espírito Santo contém tudo? (1º) Sendo o tipo primordial de todos os seres, Ele tem em si todos os seus protótipos; (2º) tudo que ele deu aos seres criados não é mais que uma participação do que ele tem essencialmente e de forma perfeita; (3º) seu poder envolve, sustenta e conserva tudo o que existe; (4º) é Ele que comunica interiormente às almas pela sua graça.

Como Ele tem a ciência da voz? Nos três títulos precedentes. Pois ele porta em si a ideia primeira de todas as coisas, é nele que se realizam, ao pronunciar seu nome com uma vontade criadora. Pois ele tem em si de forma excelente e superior o que as criaturas em si por participação, sua palavra é precisamente a emissão para fora de si desta participação de seu ser. Por sustentar e conter todas as coisas pelo seu poder, sua palavra é precisamente o exercício deste poder conservador dos seres. Sendo espírito, é Ele quem, em Deus, tem por função de falar às almas.

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