segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Deus - Atributos e perfeições (Parte II)

Retirado do livro "Etudes sur Dieu, l'Eglise, le Pape e sur le surnature" do Padre Jean-Baptiste Aubry.

I. Quando nós dizemos que Deus não pode ser, nem ter o poder de produzir uma criatura igual a si, que não é livre de fazer o mal, etc.; estas negações são uma maneira imperfeita e incompleta de falar, pois a imperfeição e o defeito são inerentes à nossa linguagem humana empregada para designar as coisas infinitas, com expressões feitas para exprimir coisas finitas. Estritamente falando (forma literal), se acredita que falta em Deus um poder, uma perfeição, uma liberdade, ou qualquer coisa que de fato Deus não tem; pelo contrário, estas expressões insuficientes têm o objetivo de exprimir ou, por meio da palavra, de fazer entender por signos que nada de bom e de real falta à Deus e a impossibilidade de ser, de produzir uma criatura igual a si, de fazer o mal, é precisamente a perfeição de seu poder e de sua liberdade!

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II. A doutrina da eternidade simultânea, que de Deus, ato puro e essência de todos os atos, que da identidade real dos atributos e operações divinas com sua essência, dá a solução fora das questões teológicas insolúveis nela. Esta solução é misteriosa e incompreensível, é verdade; mas ao menos sabemos onde ela está, e não buscaremos em outro lugar, como quando se conhece que um objeto está em tal lugar, embora não possamos encontrar este lugar em si, ao menos se conduzirá suas buscas sobre um outro ponto.

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III. Esta reflexão de Tertuliano: Accipe... Deum... de suo optimum, de nostro justum. Nisi enim homo deliquisset, optimum solummodo Deum nosset ex proprietate nature; at nunc etiam justum eum patitur ex cause necessitate, não me parece justa de fato; ela parece reduzir a idéia de justiça à aceitação de um justiça vingativa. Deus, quando jamais teve que punir, teria ainda 1º possuído em si essencialmente este admirável atributo que nós chamamos de justiça; 2º exerceu sobre suas criaturas os atos que ela, em si, carrega de bom.

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IV. A consideração do Ser absoluto e infinito de Deus, de seu domínio absoluto sobre toda criatura, e de seus atributos, eternidade, todo-poder, justiça, misericórdia, é a base necessária da moral e de toda lei, é o apoio, a força e a formação da consciência.

Há profundas noções espirituais e belas considerações místicas a se traçar no estudo da vida íntima de Deus. Com efeito, Deus é a fonte de toda vida, de todo sobrenatural.

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Para ver a primeira parte, clique aqui.

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