quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Ressurreição de Jesus - Sepulcro vazio - Parte 3


"E, chegada a tarde, porquanto era o Dia da Preparação, isto é, a véspera do sábado, chegou José de Arimatéia, senador honrado, que também esperava o Reino de Deus, e ousadamente foi a Pilatos, e pediu o corpo de Jesus. E Pilatos se admirou de que já estivesse morto. E, chamando o centurião, perguntou-lhe se já havia muito que tinha morrido. E, tendo-se certificado pelo centurião, deu o corpo a José, o qual com­prara um lençol fino, e, tirando-o da cruz, o envolveu nele, e o deposi­tou num sepulcro lavrado numa rocha, e revolveu uma pedra para a porta do sepulcro. E Maria Madalena e Maria, mãe de José, observavam onde o punham.

E, passado o sábado, Maria Madalena, Salomé e Maria, mãe de Tiago, compraram aromas para irem ungi-lo. E, no primeiro dia da semana, foram ao sepulcro, de manhã cedo, ao nascer do sol, e diziam umas às outras: Quem nos revolverá a pedra da porta do sepulcro?

E, olhando, viram que já a pedra estava revolvida; e era ela muito grande. E, entrando no sepulcro, viram um jovem assentado à direita, vestido de uma roupa comprida e branca; e ficaram espantadas.

Porém ele disse-lhes: Não vos assusteis; buscais a Jesus, o Nazareno, que foi crucificado; já ressuscitou, não está aqui; eis aqui o lugar onde o puseram. Mas ide, dizei a seus discípulos e a Pedro que ele vai adiante de vós para a Galiléia; ali o vereis, como ele vos disse.

E, saindo elas apressadamente, fugiram do sepulcro, porque esta­vam possuídas de temor e assombro; e nada diziam a ninguém, porque temiam."

Marcos 15.42—16.8

O ano de 1985 marcou o início de uma das guerras mais ampla­mente divulgada da história. Esta não era uma guerra de armas; era uma guerra de palavras. Começou com uma coalizão de "eruditos" que se alcunharam O Seminário Jesus. Estes estudiosos estavam deter­minados a desmantelar o Jesus bíblico na arena pública e não somente na academia particular. Sua determinação era "libertar as pessoas da igreja da 'idade média da tirania teológica'".1

Os Estudiosos do Seminário Jesus

O fundador do Seminário Jesus, Robert Funk, está disposto a con­vencer o mundo de que o Jesus histórico não é digno de adoração. Disse Funk: "O próprio Jesus não deve ser — não tem de ser — o objeto de fé. Isso seria repetir a idolatria dos primeiros crentes".2 Seu objetivo declarado é "libertar Jesus. O único Jesus que a maioria das pessoas conhece é o Jesus mítico. Elas não querem o verdadeiro Jesus, elas querem o que podem adorar. O Jesus cultuai".3 O co-fundador, John Dominic Crossan, tentou implodir a ressurreição de Jesus Cristo. A revista Time relata a pontificação de Crossan: "As narrativas do sepultamento e ressurreição foram recente criação ilusória de fatos que se desejaria fossem realidade. O cadáver de Jesus seguiu o caminho dos corpos de todos os criminosos abandonados: provavelmente coberto apenas com refugo, vulnerável aos cães selvagens que vagavam a terra devoluta das áreas de execução".4

Os fundadores do Seminário Jesus fazem pouco esforço em esconder o desdém pelo Jesus bíblico. Crossan o denigre como "um camponês cínico judeu", e Funk o menospreza como "talvez o primeiro comediante judeu".5 Às vezes, as afirmações dos participantes do Seminário Jesus são tão ultrajantes, que o eminente estudioso judeu, Jacob Neusner, chamou o Seminário Jesus "o maior embuste da erudição desde o Homem de Piltdown ou a absoluta bancarrota dos estudos do Novo Testamento — espero que seja a última opção".6

Multidões aceitam sem questionar as afirmações do Seminário Jesus, não reconhecendo que elas se esquivam diante de fatos bem estabele­cidos. Diferentemente de um consenso de erudição acreditável, os eru­ditos do Seminário Jesus são famosos por fazer afirmações dogmáticas, sem fornecer argumentos defensáveis. Por exemplo, asseveram dogmaticamente que Jesus não disse mais que oitenta por cento do que lhe é atribuído por Mateus, Marcos, Lucas e João. Esta asseveração indefensável está baseada no que o teólogo Dr. Gregory Boyd descre­veu como a inconfundível marca de fundamentalismo que eles têm.7

O suposto Jesus histórico que emergiu é: 1) não apocalíptico, 2) social­mente subversivo, 3) um comediante, 4) um mero humano, 5) concen­trado no presente, 6) alguém que não pretendia organizar adeptos, 7) e alguém cuja morte foi apenas um acidente insignificante na história. De acordo com o Seminário Jesus, crer na ressurreição era meramente um mito cristão moderno.8

Em suma, os integrantes do Seminário Jesus começam com um pre­conceito anti-sobrenatural e, assim, rejeitam a ressurreição apriori. Em lugar de razão e substância comprobatória, eles oferecem retórica e estereótipos emocionais. Os que discordam de suas pressuposições são estereotipicamente considerados retardados a nível intelectual e reduzi­dos a viver na Idade Média. Se os integrantes do Seminário Jesus são algo, são o entendimento da mídia. Eles atraem enormes manchetes retratando os protestantes como fundamentalistas ingênuos, que sem questionar engolem a narrativa bíblica do sepulcro vazio. Usando contas coloridas em uma urna eleitoral, eles rejeitam a autenticidade das decla­rações atribuídas a Cristo pelos escritores dos evangelhos. Na opinião deles, contas vermelhas, contas pretas e contas rosas significam "sim", "nãò" e "talvez", respectivamente. Como categoria intermediária, eles usam contas cinzas para designar palavras que "não se originaram com Jesus, embora possam refletir suas idéias".9 Na perspectiva deles, menos de vinte por cento das declarações de Cristo são acreditáveis.

O Falso Evangelho de Tomé

Os participantes do Seminário Jesus detestam abertamente o evan­gelho de João e amam o evangelho de Tome — apesar do fato de Tome incluir passagens evidentemente incultas e politicamente incorretas, como a seguinte conversa entre Pedro e Jesus: "Simão Pedro lhes disse: 'Fazei com que Maria nos deixe, pois mulheres não merecem viver'. Disse Jesus: 'Olha, eu a orientarei para se fazer homem, de forma que ela também se torne um espírito vivo que se assemelha a vós, homens. Pois toda mulher que se faz homem entrará no domínio dos céus'".10

O Christian Research Journal observa que quando em 1993 o Semi­nário Jesus lançou mediante código de cores a "versão erudita" de The Five Gospels (Os Cinco Evangelhos), o evangelho de Tome do século II foi empurrado para posição nobre: "Para todas as intenções e propósi­tos, o Seminário Jesus 'canonizou' este 'evangelho', conhecido princi­palmente por uma tradução cóptica achada no Egito, em Nag Hammadi, em 1945 último. [...] Na realidade, está bastante claro que os estudiosos do Seminário consideram o evangelho de Tome muito mais fidedigno e importante que o Evangelho de João, e provavelmente mais que os Evangelhos de Mateus e Lucas também, sendo até útil na 'reconstrução' das palavras do Jesus histórico".11

Até uma leitura superficial do evangelho de Tome basta para perceber como foi profundamente influenciado por conceitos gnósticos do século II, que entraram em voga muito tempo depois do período do Novo Tes­tamento.12 Contudo, o Seminário Jesus especula que o evangelho de Tome é mais antigo e mais autêntico que as narrativas bíblicas.13 O filósofo cristão e teólogo William Lane Craig lamentou: "Está ficando serio e sen­sato pensar que é neste tipo de especulação idiossincrática que milhares de leitores leigos de revistas como Time vieram a acreditar que representa o melhor da erudição contemporânea do Novo Testamento".14

Os Fatos, Só os Fatos!

Visto que a fidedignidade da ressurreição é solapada na mídia, é crucial que os cristãos estejam preparados para demonstrar que Jesus foi enterrado e que, uns dois mil anos atrás, em manhã de páscoa, o sepulcro ficou realmente vazio. Ao contrário de Crossan, o finado eru­dito liberal John A. T. Robinson, de Cambridge, admitiu que o sepultamento de Cristo "é um dos fatos mais antigos e mais bem atestados acerca de Jesus".15 Esta declaração não é meramente afirmação dogmática, mas assenta-se firmemente em argumentação sólida.

A Falácia Farisaica Fictícia

Os eruditos liberais e conservadores do Novo Testamento concor­dam que o corpo de Jesus foi enterrado no sepulcro particular de José de Arimatéia. Craig destaca este fato comentando que, como membro do tribunal judaico que condenou Jesus, é improvável que José de Arimatéia seja ficção cristã. O destacado estudioso do Novo Testamento Raymond Brown explica que "o fato de José ser responsável pelo enterro de Jesus é 'muito provável', visto que uma criação fictícia cristã de um sinedrista judaico fazer o que é certo para Jesus é 'quase inexplicável', dada a hostilidade para com os líderes judeus responsáveis pela morte de Jesus nos primitivos escritos cristãos. Em particular, Marcos não teria inventado José em vista de suas declarações de que o Sinédrio em massa votou pela condenação de Jesus (Mc 14.55,64; 15.1)".16

Não existe história de sepultamento concorrente. Craig ressalta que "se o sepultamento de Jesus no sepulcro por José de Arimatéia é lendário, então é estranho que tradições contraditórias não apareçam em nenhum lugar, mesmo na polêmica judaica. Que nenhum resquício da verdadeira história ou mesmo uma falsa narração conflitante restasse é difícil de explicar, a menos que a narrativa dos evangelhos seja substancialmente a narrativa verdadeira".17 Deve-se notar que "durante os dias de Jesus havia interesse extraordinário nas sepulturas de mártires judeus e homens san­tos, e estas eram escrupulosamente cuidadas e honradas. [...] Este era o procedimento, porque os ossos do profeta repousam na tumba e comu­nicam ao local seu valor religioso. Se os restos mortais não estivessem lá, então a sepultura perderia sua significação como santuário". E no caso de Cristo, não há evidência de que o sepulcro foi venerado.18

O relato do sepultamento de Jesus no sepulcro de José de Arimatéia é substanciado pelo Evangelho de Marcos e é, portanto, muito cedo para ter sido assunto de corrupção lendária.19 Paulo substancia o sepultamento de Cristo em carta aos cristãos coríntios, na qual recita um antigo credo cristão que data de poucos anos depois da crucificação (vide 1 Co 15.3-7).20

O Fator Feminino

Como comenta Lee Strobel em The Case for Christ (Em Defesa de Cristo), "quando você entende o papel das mulheres na sociedade ju­daica do século I, o que é realmente extraordinário é que esta história do sepulcro vazio representasse mulheres como as descobridoras do sepulcro vazio".21 Na realidade, "qualquer relato lendário posterior certamente teria retratado os discípulos a descobrir o sepulcro — Pedro ou João, por exemplo. O fato de que sejam mulheres as primeiras teste­munhas do sepulcro vazio é plausivelmente explicado pela realidade de que — gostem ou não —foram elas as descobridoras do sepulcro vazio! Isto mostra que os escritores do evangelho registraram fielmente o que aconteceu, mesmo que sentissem vergonha".22

Para início de conversa, deve-se observar que as mulheres não tinham permissão sequer de servir como testemunhas legais. Diz Craig, o testemunho delas "era reputado tão sem importância que elas nem mesmo testemunhavam em um tribunal de justiça. Se um homem cometesse um crime e fosse observado no próprio ato por algumas mulheres, ele não seria condenado com base no testemunho delas, visto que o testemunho delas era considerado tão destituído de valor que nem mesmo era admitido em tribunal".23

Craig comenta que "as mulheres ocupavam posição baixa na escada social judaica. Comparado a homens, as mulheres eram cidadãs de se­gunda classe. Atente a estes textos judaicos: 'É melhor que as palavras da lei sejam queimadas a serem entregues a mulheres!', e: 'Felizes os que têm filhos, mas infelizes os que têm filhas!'"24 Antes da vinda de Cristo, as mulheres eram tão denegridas pela sociedade que "uma das orações judaicas datada daqueles dias declara: 'Eu te agradeço, por que não sou mulher'".25

Se Jesus tivesse sido um típico sábio judeu, ele não teria incentivado que as mulheres fossem suas discípulas. Ainda que as mulheres servis­sem como empregadas e mães na sociedade judaica, nunca lhes era permitido seguir um mestre judeu como discípulas. Até os filósofos gregos daqueles tempos eram reticentes em contar as mulheres como discípulas. Como Craig Keener observa em The IVP Bible Background Commentary (Comentário do Background Bíblico do IVP), o fato de "mulheres viajarem com o grupo seria visto como escandaloso. A co-educação adulta era desconhecida, e o fato de estas mulheres estarem aprendendo os ensinos de Jesus tão de perto quanto seus discípulos seguramente incomodaria alguns estranhos também".26 De acordo com o Nelson's New Illustrated Bible Dictionary (Novo Dicionário Bíblico Ilustrado de Nelson), o exemplo e ensino de Cristo radicalmente desa­fiaram as normas culturais:

Ele convidou mulheres para acompanhar a Ele e aos discípulos nas viagens (Lc 8.1-3). Ele falou com a mulher samaritana junto ao poço de Jacó e a conduziu a uma experiência de conversão (Jo 4). Jesus não achou estranho que Maria se assentasse aos seus pés, assumindo o papel de discípula; na realidade, Ele sugeriu a Marta que ela tam­bém deveria fazer o mesmo (Lc 10.38-42). Embora os judeus segre-gassem as mulheres no templo e nas sinagogas, a igreja primitiva não separou a congregação por sexo (At 12.1-17; 1 Co 11.2-16). O apóstolo Paulo escreveu: "Nisto não há judeu nem grego; não há servo nem livre; não há macho nem fêmea; porque todos vós sois um em Cristo Jesus" (Gl 3.28).27

A Primeira Resposta

Como enfatiza Craig em Jesus Under Fire (Jesus Criticado), a mais antiga resposta judaica à ressurreição de Jesus Cristo pressupõe o sepulcro vazio. Em vez de negar que o sepulcro estava vazio, os antagonistas de Cristo acusaram os discípulos de roubar o corpo. A resposta à proclamação "Ele ressuscitou — Ele realmente ressuscitou" não foi "O corpo dEle ainda está no sepulcro", ou "Ele foi jogado numa sepultura rasa e comido por cães". Ao invés disso, eles responderam: "Vieram de noite os seus discípulos e [...] o furtaram" (Mt 28.13).28 Nos séculos que se seguiram à ressurreição, o fato do sepulcro vazio foi promovido pelos amigos e inimigos de Jesus.

A polêmica medieval judaica Toledot Teshu afirma não só que Jesus sofreu tormento fatal, mas também canta o coro comum: "Vieram de noite os seus discípulos e [...] o furtaram". Nesta versão do século V da hipótese do complô da páscoa, um jardineiro chamado Judá descobre o plano trapaceiro dos discípulos de roubar o corpo de Jesus. Batendo neles até deixá-los desacordados, ele rouba Jesus do sepulcro de José e se livra dEle em uma sepultura recentemente aberta. Depois ele conta aos inimigos de Cristo o que fez e lhes oferece o corpo do Salvador por trinta moedas de prata. Os líderes judeus compram o cadáver e subse­qüentemente o arrastam pelas ruas da cidade em evidência de que Cristo não ressuscitou dos mortos como Ele disse que faria.29

Ainda que esta história fantástica não tenha mérito histórico, ressalta a mais antiga evidência existente — o sepulcro vazio! Em suma, o cris­tianismo primitivo não teria subsistido se tivesse havido um sepulcro identificável contendo o cadáver de Cristo. Os inimigos de Cristo pode­riam ter dado um fim à charada mostrando o corpo, como foi descrito em Toledot Yeshu. Até o fundador do Seminário Jesus, John Dominic Crossan, seria forçado pelos fatos a admitir que ninguém pode afirmar a historicidade do sepultamento de Cristo ao mesmo tempo em que nega a historicidade do sepulcro vazio.30

Tendo demonstrado que o sepulcro vazio é uma realidade inexpug­nável, nos dedicaremos agora ao terceiro pilar inabalável que sustenta a ressurreição, qual seja, as aparições de Cristo.





Notas

1. Wilkins e Moreland, fesus Under Fire, p. 2.

2. Robert W. Funk, Honest tofesus (São Francisco: HarperSanFrancisco, 1996), p. 305.

3. Entrevista de Mary Rourke, "Cross Examination", Los Angeles Times, 24 de feve­reiro de 1994, El, E5, conforme citado em Wilkins e Moreland, fesus UnderFire, p. 2.

4. Richard N. Ostling, "Jesus Christ, Plain and Simple", Time, 10 de janeiro de 1994, do site do Time em http://cgi.pathfinder.com/time/magazine/archive/1994/940110/940110.religion.html. Cf. Wilkins e Moreland, fesus Under Fire, p. 2.

5. "Facts About the Jesus Seminar and Founder Robert W. Funk", site Answers in Action em www.answers.org/Apologetics/jesuseminar.html (consultado em 17 de dezembro de 1999).

6. Ostling, "Jesus Christ, Plain and Simple"; cf. Wilkins e Moreland, fesus Under Fire, p. 142.

7. Strobel, The Case for Christ, p. 114; cf. Gregory A. ¥>oyà,'Cynic Sage or Son of God? (Wheaton: BridgePoint, 1995), pp. 59-62. Bob e Gretchen Passantino expli­cam que a metodologia usada pelo Seminário para determinar o que é e não é "autêntico" inclui as seguintes pressuposições injustificadas: uma citação direta deve ser curta e "perplexa"; um pensamento tem de ir contra o caráter religioso daqueles dias; uma ação deve estar no estilo dos "sábios" contemporâneos da­queles dias; as parábolas não devem ter aplicações explícitas; uma palavra ou passagem não deve conter citações do Antigo Testamento; uma passagem não deve conter conexões contextuais; toda profecia é julgada imediatamente inváli­da; e todo milagre é julgado imediatamente inválido ("Facts About the Jesus Seminar", site Answers in Action em www.answers.org/Apologetics/ jesuseminar.html).

8. Boyd, Cynic Sage or Son ofGod?, p. 62.

9. Robert W. Funk, Roy W Hoover e The Jesus Seminar, TheFive Gospels (Nova York: Macmillan Publishing Company, 1993), p. X.

10. Gospel of Thomas, p. 114, em Funk, Hoover and The Jesus Seminar, The Five Gospels, p. 532.

11. James R. White, "The Jesus Seminar and the Gospel of Thomas: Courting the Media at the Cost of Truth", Christian Research fournal (Inverno de 1998): p. 51, disponível no site www.equip.org do CRI.

12. Vide Gospel of Thomas, p. 114, citado acima. O Dr. Gregory Boyd também
escreve: "É difícil fugir à conclusão de que o discurso sobre 'o reino de Deus' ou
'o reino do Pai' no GosThom [Evangelho de Tome] seja atribuível a uma
reelaboração com tendência gnóstica do material canônico. Em GosThom, con­
sidera-se que esta frase indica 'o conhecimento religioso secreto atual de um

. mundo divino'. Conseqüentemente, por exemplo, o Jesus do GosThom diz: 'O Reino está dentro de vocês e está fora de vocês. Quando vocês se conhecerem, então vocês serão conhecidos, e perceberão que são os filhos do Pai vivo. Mas se vocês não se conhecerem, vocês habitarão na pobreza e são vocês que são essa pobreza' (GosThom, p. 3)" (Boyd, Cynic Sage or Son ofGod?, p. 135).

13. O Seminário Jesus é influenciado pela visão de que o evangelho de Tome não
depende dos evangelhos canônicos (Mateus, Marcos, Lucas e João) e, na realida­
de, é de data anterior a Mateus e Lucas no século I. Porém, o Dr. Gregory Boyd
escreve: "Numerosos estudiosos [...] argumentam que tal posição é insustentável.
Por exemplo, desde o estudo de março de 1964 feito por Wolfgang Schrage,
grande parte da erudição alemã se convenceu de que Tome é amplamente de­
pendente dos evangelhos canônicos, ou pelo menos de tradições que se origi­
nam dos evangelhos canônicos. Muitos estudiosos internacionais, representando
larga variedade de persuasões metodológicas e interesses teológicos, chegaram a
conclusões semelhantes: Tome não representa muito no tocante às tradições
independentes e seguras da igreja primitiva. A declaração sumária de Klyne
Snodgrass ajuda a matizar esta opinião geral.

"A dependência de Tome dos evangelhos canônicos não é [...] uma dependência literária direta. É uma dependência indireta, provavelmente a pouca distância e aparentemente mediada por tradição oral que modelara e harmonizara os evan­gelhos. O autor de Tome também continuou a redação das declarações. Não há duvida de que também há tradição independente em Tome, mas a maior parte do material tem sua origem nos evangelhos canônicos.

"Claro que tais conclusões têm relação direta com a data de Tome e as tradições que contém. Assim que se reconheça que Tome seja significativamente depen­dente dos evangelhos canônicos, a recente tentativa pós-Bultmanniana para uma data antiga (50-70 d.C.) mediante seu conteúdo já não é possível. Na realidade, a maioria dos estudiosos fez o trabalho pioneiro de datar GosThom ao redor de 140 d.C. Entre outras considerações, não temos atestação independente da exis­tência desta obra até o início do século III quando é citado por Hipólito e Orígenes — um silêncio inesperado se é, de fato, uma obra do século I. O que é mais, o GosThom reflete distinta tendência gnóstica que torna o século II data mais factível" (Boyd, Cynic Sage or Son ofGod?, p. 134).

14. Wilkins e Moreland, Jesus Under Fire, p. 142.

15. John A. T. Robinson, The Human Face ofGod (Filadélfia: Westminster, 1973), p. 131, conforme citado em Copan, Will the Real Jesus Please Stand UpF, p. 27. E como o estudioso D. H. Van Daalen comentou: "É extremamente difícil contestar o sepulcro vazio com base histórica; os que o negam fazem-no baseado em suposições teológicas ou filosóficas" (William Lane Craig, "Contemporary Scholarship and the Historical Evidence for the Resurrection of Jesus Christ", Truth 1 (1985): pp. 89-95, do site http://www.leaderu.com/truth/ltruth22.html da Leadership University; vide D. H. Van Daalen, The Real Resurrection (Londres: Collins, 1970), p. 41, citado em Wilkins e Moreland, Jesus Under Fire, p. 152).

16. Wilkins e Moreland, Jesus Under Fire, p. 148.

17. Ibid., p. 149.

18. Ibid., pp. 148, 152.

19. Ibid., pp. 147, 148; vide também Craig, "Contemporary Scholarship and the Historical Evidence". Para inteirar-se de argumentos que estabelecem datas mais antigas para a escrita de Marcos, vide ]ohn Wehham, Redating Matthew, Mark& Luke (Downers Grove: Illinois: InterVarsity Press, 1992), caps. 6-8; Boyd, Cynic Sage or Son ofGod?, cap. 11.

20. Wilkins e Moreland, Jesus Under Fire, p. 147. Em entrevista com o jornalista investigativo Lee Strobel, Craig comenta que a confissão usada por Paulo é inacreditavelmente antiga e, portanto, confiável. Craig também mostra que, "essencialmente, é uma fórmula de quatro linhas. A primeira linha se refere à crucificação, a segunda ao sepultamento, a terceira à ressurreição e a quarta às aparições de Jesus. [...] Este credo é na verdade um resumo que corresponde linha por linha com o que os evangelhos ensinam. Quando nos voltamos aos evangelhos, descobrimos atestação múltipla, independente desta história do se­pultamento, e José de Arimatéia é especificamente nomeado em todas as quatro narrativas. A história do sepultamento em Marcos é tão extremamente antiga que não é possível ter estado sujeita à adulteração lendária" (Strobel, The Case Jor Christ, p. 209). Vide cap. 4, subtítulo "O Mais Antigo Credo Cristão", para inteirar-se de uma discussão do credo pré-paulino em 1 Coríntios 15.3-7; vide Habermas, The Historical Jesus, cap. 7.

21. Strobel, The Case for Christ, p. 217.

22. Ibid., p. 218.

23. William Lane Craig, Reasonable Faith (Wheaton: Crossway Books, 1994), p. 276.

24. Ibid.

25. Ronald F. Youngblood, editor geral, Nelson'sNewIllustratedBibleDictionary (Nashville: Thomas Nelson Publishers, 1995), p. 1.318. É em parte por causa das atitudes judai­cas do século I referentes a mulheres que estudiosos liberais dataram os evangelhos tão tarde quanto o século II, acreditando que as narrativas dos evangelhos acerca do testemunho das mulheres deveriam ter sido inventadas. Se o testemunho das mulhe­res não tivesse sido tão esmagadoramente persuasivo, teria sido rejeitado.

26. Craig S. Keener, The IVPBible Background Commentary: New Testament (Downers Grove, Illinois: InterVarsity Press, 1993), p. 210. Vide Lucas 8.1-3-

27. Youngblood, Nelson 's New Illustrated Bible Dictionary, p. 1.318.

28. Parágrafo adaptado de Wilkins e Moreland, Jesus Under Fire, p. 152.
29- Parágrafo adaptado de Habermas, The Historical Jesus, pp. 205, 206.

30. Parágrafo adaptado de Wilkins e Moreland, Jesus Under Fire, pp. 146, 147.



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