quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Ressurreição de Jesus - Tormento fatal - Parte 2



"E, havendo-o crucificado, repartiram as suas vestes, lançando sortes, para que se cumprisse o que foi dito pelo profeta: Repartiram entre si as minhas vestes, e sobre a minha túnica lançaram sortes. E, assentados, o guardavam ali. E, por cima da sua cabeça, puseram escrita a sua acusação: ESTE É JESUS, O REI DOS JUDEUS. E foram crucificados com ele dois salteadores, um, à direita, e outro, à esquerda. E os que passavam blasfemavam dele, meneando a cabeça e dizendo: Tu, que destróis o templo e, em três dias, o reedificas, salva-te a ti mesmo; se és o Filho de Deus, desce da cruz.

E da mesma maneira também os príncipes dos sacerdotes, com os escribas, e anciãos, e fariseus, escarnecendo, diziam: Salvou os outros e a si mesmo não pode salvar-se. Se é o Rei de Israel, desça, agora, da cruz, e creremos nele; confiou em Deus; livre-o agora, se o ama; por­que disse: Sou Filho de Deus. E o mesmo lhe lançaram também em rosto os salteadores que com ele estavam crucificados.

E, desde a hora sexta, houve trevas sobre toda a terra, até à hora nona. E, perto da hora nona, exclamou Jesus em alta voz, dizendo: Eli, Eli, lema sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?

E alguns dos que ali estavam, ouvindo isso, diziam: Este chama por Elias.

E logo um deles, correndo, tomou uma esponja, e embebeu-a em vinagre, e, pondo-a numa cana, dava-lhe de beber. Os outros, porém, diziam: Deixa, vejamos se Elias vem livrá-lo.

E Jesus, clamando outra vez com grande voz, entregou o espírito."

—~ Mateus 27.35-50

O sofrimento fatal de Jesus Cristo conforme narrativa do Novo Testa­mento é um dos fatos mais bem estabelecidos da história antiga. Mesmo em nossos dias, em que primam por esclarecimento científico, há con­senso virtual entre os estudiosos do Novo Testamento, tanto conserva­dores quanto liberais, de que Jesus morreu na cruz, que Ele foi enterra­do no túmulo de José de Arimatéia e que sua morte levou os discípulos ao desespero.1

Os Fatos Médicos

As melhores mentes médicas dos tempos antigos e hodiernos com­provam sem sombra de dúvida que o trauma físico de Cristo foi fatal.2 Seu tormento começou no jardim do Getsêmani depois da última ceia emocional. Lá, Jesus experimentou uma condição médica conhecida por hematidrose. Os minúsculos vasos capilares de suas glândulas soporíferas se romperam, misturando suor com sangue. Em conse­qüência disso, a pele de Cristo ficou extremamente frágil.

Na mesma noite, Jesus foi traído por Judas, negado por Pedro e preso pelo guarda do templo. Diante de Caifás, o sumo sacerdote, Ele foi escar­necido, ferido e surrado. Na manhã seguinte, Jesus, espancado, machucado e sangrando, foi conduzido ao Pretório. Lá, Jesus foi despido e sujeito à brutalidade do açoite romano. Um chicote repleto de ossos afiados como navalha e bolas de chumbo reduziram seu corpo a tiras tiritantes de carne sangrenta. Quando Cristo afundava na poça do próprio sangue, os solda­dos jogaram um manto escarlate nos seus ombros, empurraram um cetro em suas mãos e apertaram espinhos afiados em seu escalpo.

Depois de o escarnecerem, tiraram o cetro de sua mão e repetida­mente o golpearam na cabeça. Agora Jesus estava em condição crítica. Uma pesada viga de madeira foi posta em cima do corpo sangrento de Cristo, e Ele foi levado para um lugar chamado Gólgota. Lá, o Senhor experimentou a suprema tortura física na forma da cruz. O sistema romano de crucificação fora bem regulado para produzir o máximo de dor. Na realidade, a palavra excruciante (literalmente "fora da cruz") teve que ser inventada para codificar plenamente seu horror.3

"No Lugar da Caveira", os soldados romanos pregaram cravos gros­sos de quase dezoito centímetros pelas mãos4 e pés de Cristo. Ondas de dor pulsaram pelo corpo de Cristo à medida que os cravos dilaceravam os nervos. Respirar se tornou um empreendimento agonizante quando Cristo empurrou seu corpo torturado para cima, para sorver pequenos tragos de ar. Nas horas que se seguiram, Ele experimentou ciclos de câimbras extremamente violentas, sufocação intermitente e dor excruciante quando suas costas dilaceradas se moviam para cima e para baixo na madeira áspera da cruz.

Quando o frio da morte se insinuou furtivamente pelo corpo, Jesus clamou: "Eli, Eli, lema sabactâni, isto é, Deus meu, Deus meu, por que me desamparaste?" (Mt 27.46). E nesse grito angustiado estava encapsulada a maior agonia de todas. Pois na cruz, Cristo suportou o pecado e o sofrimento de toda a humanidade. E então, com sua paixão completa, Jesus entregou o espírito.

Pouco depois disso, um legionário romano lançou sua lança no quinto espaço entre as costelas, em direção ascendente, atravessando o pericárdio e o coração de Cristo. Da ferida jorrou sangue e água, demonstrando conclusivamente que Jesus sofrerá tormento fatal.

Levando-se em conta todas as evidências, acreditar que Jesus mera­mente desmaiou retesa a credulidade além do ponto de ruptura. Signi­fica que Cristo sobreviveu a seis julgamentos, falta de sono, o açoite, ser pregado a uma cruz e uma ferida de lança no peito.

Apoiar alguma das versões mais improváveis da teoria do desmaio requereria mais fé. Exigiria crer que Jesus sobreviveu três dias sem aten­ção médica, rodou sem ajuda uma pedra tumular enormemente pesada, venceu uma guarda armada, andou com pés perfurados e persuadiu os discípulos a comunicar o mito de que Ele conquistara a morte, enquanto passou o resto de sua vida patética na obscuridade.

O Veredicto Médico

O Dr. Alexander Metherell, médico proeminente que investigou a fundo os fatos históricos e médicos relativos à morte de Jesus Cristo, inseriu uma estaca fatal no coração da teoria do desmaio. Em entrevista ao jornalista Lee Strobel, o Dr. Metherell mostrou que uma pessoa que sofrerá o tipo de tortura excruciante narrada nos evangelhos "nunca teria inspirado os discípulos a sair e proclamar que Ele é o Senhor da vida que vencera a sepultura". Metherell também disse que "depois de sofrer aquele abuso horrível, com toda a catastrófica perda de sangue e trauma, Ele teria parecido tão deplorável que os discípulos nunca o teriam saudado como conquistador vitorioso da morte; eles teriam tido pena dEle e tentado reavivá-lo". Assim, como ele concluiu: "É irracional pensar que se Ele tivesse aparecido a eles naquele estado terrível, seus seguidores teriam se sentido instigados a começar um movimento mun-dlal baseado na esperança de que um dia eles também teriam um corpo e ressurreição como o dEle".5 A conclusão inevitável é que a teoria do desmaio é um salto de fé em um abismo de credulidade.



As Principais Falhas na Teoria do Desmaio

O filósofo e historiador do Novo Testamento, Dr. Gary Habermas, repudia as teorias do desmaio por três razões principais. Primeiramente, como narrado pelo apóstolo João, quando os soldados determinaram que Jesus estava morto, um deles "lhe furou o lado com uma lança, e logo saiu sangue e água" (Jo 19-34). Como homem do século I, seria improvável que João conhecesse o que a ciência do século XX só recen­temente descobriu, ou seja, que sangue e água fluíram do lado de Jesus devido ao fato de que o coração é rodeado por uma bolsa de água chamada pericárdio. A água veio do pericárdio perfurado de Cristo; o sangue veio do seu coração perfurado. Diz Habermas: "Mesmo que Jesus estivesse vivo antes de ser lancetado, a lança quase certamente o teria matado. Portanto, este tórax ferido também refuta a teoria do desmaio".6

Como demonstrado pelo estudioso liberal do século XIX, David Strauss, mesmo que Jesus tivesse sobrevivido à crucificação, Ele nunca poderia ter rodado uma volumosa pedra tumular para cima do seu rego — especialmente em sua condição debilitada e sem tanto quanto uma extremidade contra a qual empurrar de dentro do túmulo. Se ele tivesse realizado este feito milagroso, teria de andar mancando com os pés perfurados, encontrar o esconderijo dos discípulos e depois convencê-los de que Ele conquistara a morte e a sepultura. Strauss destaca que, longe de fantasiar que este arremedo sangrento de homem era seu Salvador, os discípulos teriam corrido e ido buscar um médico.7 O Dr. Habermas observa que Albert Schweitzer mencionou que a crítica de Strauss é "o 'golpe mortal' em tais abordagens racionalistas. Depois que as opiniões de Strauss entraram em circulação, as liberais 'vidas de Jesus' normalmente evitaram a teoria do desmaio. No início do século XX, outros estudiosos críticos proclamaram esta teoria afirmando que não era nada além que curiosidade histórica do passado. Mesmo os críticos já não a consideram ser uma hipótese viável".8

Como demonstrado por pesquisa médica do século XX, a crucifica­ção é essencialmente morte por sufocamento. Quando o corpo pende para baixo, os músculos intercostais e peitorais que cercam os pulmões detêm o processo normal da respiração. Mesmo que Jesus tivesse recebido uma droga para pô-lo em transe semelhante à morte, ele não teria podido sobreviver à morte por sufocamento. Como Habermas declara: "Não se pode fingir a incapacidade de tomar fôlego por qual­quer quantidade de tempo".9

O falecido estudioso liberal de Cambridge, John A. T. Robinson, sugeriu que a teoria do desmaio tem falhas tão fatais que "se o público não se interessasse tanto por praticamente qualquer pessoa que escreve sobre o cristianismo, isto 'seria indigno de atenção'".10 Uma coisa é desiludir a teoria do desmaio, outra é defender a verdade bíblica. Os críticos estão prontos em mostrar que as narrativas bíblicas da ressurrei­ção são evidentemente falíveis. Segundo advogam, a Bíblia é uma cópia de uma cópia de uma cópia, com novos erros introduzidos durante cada fase do processo.11 Nada está mais longe da verdade. Ainda que não tenhamos os autógrafos do Novo Testamento que narram o tor­mento fatal e a ressurreição de Jesus Cristo, podemos ter absoluta certeza de que as cópias que temos são representações fiéis desses escritos originais.

As Evidências do Manuscrito

Para começar, observe que o Novo Testamento tem apoio de ma­nuscrito mais forte que qualquer outra obra da literatura clássica — inclusive Homero, Platão, Aristóteles, César e Tácito. Há atualmente mais. de cinco mil cópias de manuscritos gregos existentes12 e tantos quanto mais de vinte mil traduções em línguas como o latim, copta e siríaco. Um fragmento de manuscrito pode ser datado tão antigamente quanto 120 d.C. Inacreditavelmente, hoje há razão para acreditar que os fragmentos de manuscritos mais antigos podem ser datados até meados do século I.13 Isto é maravilhoso, quando consideramos que hoje existem só sete manuscritos de Platão — e há uma espaço de tempo de mil e trezentos anos separando a mais antiga destas cópias do escrito original! Igualmente espantoso é o fato de que o Novo Testamento está virtualmente inalterado, como é bem aceito por estu­diosos que comparam os manuscritos escritos mais antigos com os manuscritos escritos séculos depois.

A fidedignidade da Bíblia também é confirmada pelas credenciais de testemunhas oculares dos autores. Por exemplo, Lucas diz que juntou testemunho de testemunhas oculares e fez "acurada investigação de tudo" (Lc 1.3; ARA). João escreve: "O que era desde o princípio, ao que vimos com os nossos olhos, o que temos contemplado, e as nossas mãos tocaram da Palavra da vida" (1 Jo 1.1). Pedro lembrou seus leitores que os discípulos "[não seguiram] fábulas engenhosamente inventadas, mas [foram] testemunhas oculares da [...] majestade [de Jesus]" (2 Pe 1.16; ARA).

Historiadores seculares — inclusive Josefo (antes de 100 d.C), Tácito (c. 120 d.C), Suetônio (110 d.C) e o governador romano Plínio, o Moço (110 d.C.) — confirmam os muitos acontecimentos, pessoas, lugares e costumes descritos no Novo Testamento. Os líderes da igreja primitiva, como Irineu, Tertuliano, Júlio Africano e Clemente de Roma — todos escreveram antes de 250 d.C. — também lançam luz na precisão histórica do Novo Testamento. Até historiadores céticos concordam que o Novo Testamento é um documento histórico notavelmente preciso.

As Volumosas Evidências Arqueológicas

Como ocorre com as evidências do manuscrito, a arqueologia é tes­temunha poderosa da precisão dos documentos do Novo Testamento. Inúmeras vezes, abrangente trabalho científico de campo arqueológico e cuidadosa interpretação bíblica confirmam a fidedignidade da Bíblia. É notável quando os estudiosos seculares têm de revisar sua crítica bíblica levando em conta a sólida evidência arqueológica.

Um dos mais famosos exemplos do Novo Testamento diz respeito aos livros de Lucas e Atos. O cético bíblico sir William Ramsay foi trei­nado como arqueólogo e, depois, tencionou contestar a fidedignidade histórica desta porção do Novo Testamento. Mas através de suas dili­gentes viagens arqueológicas mediterrâneas, ele se converteu quando, uma a uma, as alusões históricas de Lucas se mostraram precisas.14

Os arqueólogos descobriram recentemente uma mina de ouro de pepi-tas arqueológicas que fornecem contragolpe poderoso às objeções levanta­das por estudiosos contra a narrativa bíblica da crucificação e sepultamento de Cristo. Na edição de 25 de outubro de 1999, do U.S. News and World Report, Jeffrey Sheler ressalta a significação da recente descoberta dos res­tos mortais de um homem crucificado durante o século I. Esta descoberta levanta a questão da erudição dos liberais que afirmam que Jesus foi amar­rado, em vez de ser pregado à cruz e que seu cadáver foi lançado em sepultura rasa e comido por cães selvagens, e não colocado em um sepul-cro. O texto a seguir é a narrativa de Sheler deste achado arqueológico:

Os exploradores encontraram os restos mortais do esqueleto de um homem crucificado em uma gruta fúnebre em Giva'at ha-Mitvar, perto da estrada de Nablus, fora de Jerusalém. Trata-se de descoberta mo-mentosa: Ainda que os romanos fossem conhecidos por terem crucifi­cado milhares de supostos traidores, rebeldes, ladrões e desertores nos dois séculos que cercam a virada da era, nunca antes os restos mortais de uma vítima de crucificação foram recuperados. Uma análise inicial dos restos mortais revelou que sua condição confirmava dramatica­mente a descrição da Bíblia do método romano de execução.

Os ossos estavam preservados em uma caixa fúnebre de pedra cha­mada ossuário, e pareciam ser de um homem de aproximadamente 1,65 metro de altura e de 24 a 28 anos de idade. Seus braços abertos foram pregados à barra transversal, de maneira semelhante à mostrada em pinturas da crucificação. Os joelhos foram dobrados para cima e virados lateralmente, e um único e grande cravo de ferro fora pregado em ambos os tornozelos. O cravo — ainda alojado no osso do calca­nhar de um pé, embora os executores tivessem retirado o corpo da cruz depois da morte — foi encontrado torto, talvez por ter dado em um nó da madeira. Os ossos da canela pareciam ter sido quebrados, confirmando o que o evangelho de João sugere que era prática comum na crucificação romana.15

Recentes achados arqueológicos também confirmam detalhes bíbli­cos que cercam o julgamento que levou ao tormento fatal de Jesus Cristo — inclusive Pôncio Pilatos, que ordenou a crucificação de Cristo como também o lugar onde Caifás foi sepultado, o sumo sacerdote que presidiu os julgamentos religiosos de Cristo. Como observado por Sheler, em 1990, uma câmara sepulcral que data do século I foi descoberta a pouco mais de três quilômetros ao sul do monte do Templo. "Dentro da câmara, os arqueólogos acharam doze ossuários de pedra calcária. Uma continha os ossos de um homem de sessenta anos e trazia a inscrição Yehosef bar Qayafa — José, filho de Caifás'." Os peritos acreditam que estes restos mortais sejam provavelmente de Caifás, o sumo sacerdote de Jerusalém que, de acordo com os evangelhos, ordenou a prisão de Jesus, o interrogou e o entregou a Pôncio Pilatos para ser executado.16

Concernente a Pôncio Pilatos, Sheler observa que escavações feitas nas ruínas litorâneas da Cesaréia Marítima — a antiga sede do governo romano na Judéia — revelaram uma inscrição do século I que confir­mou que Pilatos era o regente romano na época da crucificação de Cristo. Os arqueólogos que trabalhavam no teatro herodiano encon­traram uma placa inscrita com palavras em latim: Tiberieum... ÍPonJtius Pilatus... [praejjectus Judafeaje. "De acordo com peritos, a inscrição completa seria: 'Pôncio Pilatos, Prefeito da Judéia, dedicou ao povo de Cesaréia um templo em honra de Tibério'. A descoberta da deno­minada Pedra de Pilatos foi amplamente aclamada como confirmação significativa da história bíblica, porque, em suma, confirma que o homem que os evangelhos descrevem que era governador romano da Judéia tinha precisamente as responsabilidades e autoridade que os escritores dos evangelhos lhe designam."17 Verdadeiramente, com cada virada da pá dos arqueólogos, continuamos vendo evidências da probidade das Escrituras.18



As Profecias Messiânicas

A Bíblia registra predições de acontecimentos que não poderiam ser conhecidos nem preditos por casualidade ou bom senso. Surpreenden­temente, a natureza preditiva de muitas passagens da Bíblia era outrora argumento popular entre os liberais contra a fidedignidade da Bíblia. Os críticos argumentavam que várias passagens foram escritas depois dos textos bíblicos indicados, porque eles recontavam acontecimentos que às vezes aconteceram centenas de anos depois de terem sido supostamente escritos. Concluíram que, subseqüente aos aconteci­mentos, os editores literários voltavam e "consertavam" os textos origi­nais não preditivos. •

Mas trata-se de erro simples. Pesquisa cuidadosa confirma a preci­são preditiva das Escrituras. Considerando que Cristo é o tema culmi­nante do Antigo Testamento e a Palavra Viva do Novo Testamento, não nos deveria ser surpresa que profecias relativas a Ele excedessem em número a todas as outras. Muitas destas profecias teriam sido impossí­veis de Jesus deliberadamente conspirar para cumprir — tais como sua descendência de Abraão, Isaque e Jacó (vide Gnl2.3; 17.19; Mt 1.1,2; At 3.25); seu nascimento em Belém (vide Mq 5.2; Mt 2.1,6); sua crucifica-ção com criminosos (vide Is 53.12; Mt 27.38; cf. Lc 22.37); a perfuração de suas mãos e pés na cruz (vide SI 22.16; Jo 20.25); o ato de os solda­dos lançarem sorte sobre suas roupas (vide SI 22.18; Mt 27.35); a perfu­ração do seu lado (Zc 12.10; Jo 19.34); o fato de seus ossos não serem quebrados na sua morte (vide Si 34.20; Jo 19.33-37); e seu sepultamento entre os ricos (vide Is 53-9; Mt 27.57-60).

É estatisticamente irracional que qualquer uma ou todas as profecias específicas e detalhadas na Bíblia pudessem ter sido cumpridas por acaso, bom palpite ou fraude deliberada. Quando consideramos algu­mas das profecias improváveis citadas acima, parece incrível que céti-cos — sabendo da autenticidade e historicidade dos textos — rejeitem o veredicto estatístico: A Bíblia é a Palavra de Deus, e as narrativas dos evangelhos acerca do tormento fatal de Cristo são fatos imutáveis da historia antiga.19

Tendo estabelecido a fidedignidade bíblica do tormento fatal de Cristo, voltemos nossa atenção ao segundo pilar inabalável que forma a base da ressurreição: o sepulcro vazio.







Notas

1. Vide Habermas, The Historicalfesus, pp. 143-170 (vide esp. p. 158); Paul Copan, editor, Will the Realfesus Please Stand UpPA Debate between William Lane Craig andJôhnDominic Crossan (Grand Rapids: Baker Book House, 1998), pp. 26, 27.

2. Exceto quando mencionado, todos os dados e descrições médicos a seguir rela­tivos ao sofrimento de Cristo foram adaptados de C. Truman Davis, "The Crucifixion of Jesus: The Passion of Christ from a Medicai Point of View", Arizona Medicine (Março de 1965): pp. 183-187; e de William D. Edwards, Wesley J. Gabei e Floyd E. Hosmer, "On the Physical Death of Jesus Christ", The fournal of the American Medicai Association (21 de março de 1986): pp. 1.455-1.463.

3. Strobel, The Case for Christ, pp. 197, 198.

4. Mais especificamente, os cravos foram pregados nos pulsos de Cristo, os quais segundo o entendimento judaico faziam parte das mãos.

5. Strobel, The Case for Christ, p. 202.

6. Habermas, The Historicalfesus, p. 74. Vide Davis, "The Crucifixion of Jesus: The Passion of Christ from a Medicai Point of View", pp. 183-187; e Edwards, Gabei e Hosmer, "On the Physical Death of Jesus Christ", pp. 1.455-1.463.

7. Habermas, The Historicalfesus, pp. 72, 73.

8. Ibid, p. 73.

9. Ibid, pp. 73, 74.

10. Ibid, p. 71.

11. Resposta útil aos que pensam que a Bíblia foi adulterada com o passar do tempo acha-se na seguinte ilustração: Suponha que você escreveu uma composição literária e pediu a cinco amigos que cada um fizesse uma cópia manuscrita do seu trabalho. Imagine que cada um deles pediu para outro cinco amigos que fizessem o mesmo. As primeiras cinco pessoas a copiar a obra cometeriam erros, e os que os copiam acrescentariam mais erros. Pela "quinta geração" você teria aproximadamente quatro mil manuscritos com erros. Soa bastante horrível, não é? Mas pense comigo por um momento. Seus cinco amigos poderiam ter cometido erros, mas todos eles não teriam cometido os mesmos erros. Se você comparasse as cópias, descobriria que um grupo continha o mesmo erro, ao passo que os outros quatro não. Claro que isso facilitaria reconhecer as cópias do original. Não apenas isso, mas a maioria dos erros seria óbvia — como palavras soletradas erroneamen­te ou palavras acidentalmente omitidas. Mesmo que você perdesse o original, contanto que tivesse acesso às cópias, seria questão bastante simples reproduzir a composição original. É essencialmente a situação com o Novo Testamento. Temos milhares de cópias as quais foram classificadas por estudiosos em grupos e, assim, podemos determinar com muita precisão o que os autógrafos realmente disseram. Ainda que se argumente que haja diferenças no estilo e ortografia entre os vários manuscritos, não se pode afirmar que haja diferenças em substância.

O Novo Testamento foi escrito originalmente em grego. Quase todos estes ma­nuscritos e fragmentos gregos existentes são de data anterior à invenção da imprensa, e uns oitocentos manuscritos são anteriores a 1000 d.C. Lee Strobel, entrevistando o Dr. Bruce Metzger, do Seminário Teológico de Princeton, escreve: "Ainda que os manuscritos em papiro representam as cópias mais antigas do Novo Testamento, também há cópias antigas escritas em pergaminho que foram feitas de peles de gado, ovelhas, cabras e antílopes."

'"Temos o que chamamos manuscritos unciais, que são escritos em letras gregas maiúsculas', explicou Metzger. 'Hoje temos 306 destes manuscritos, vários datan­do até do século III. Os mais importantes são o Códice Sinaítico, que é o único manuscrito completo do Novo Testamento em letras unciais, e o Códice Vaticano, que não é muito completo. Ambos datam de cerca de 350 d.C." '"Um novo estilo de escrita, de natureza mais cursiva, surgiu aproximadamente em 800 d.C. Chama-se minúscula, e temos 2.856 destes manuscritos. Também há lecionários que contêm escrituras do Novo Testamento na seqüência que seria lida nas igrejas primitivas em ocasiões apropriadas no decorrer do ano. Foram catalogados um total de 2.403 destes lecionários. Isso eleva o número total de manuscritos gregos a 5.664'" (Strobel, The Case for Christ, pp. 62, 63). De acordo com Michael Welte do Institut Für Neutestamentliche Textforschung, o número total mais recente de manuscritos gregos do Novo Testamento é de 5.686 (cópia de carta pessoal recebida em 31 de agosto de 1998).

Esses são então os tipos de manuscritos: Lecionários, unciais, minúsculos e papiros. 13- Vide Carsten Peter Thiede e Mathew d'Ancona, Eyewitness tofesus (Nova York: Doubleday, 1996), pp. 29-31, cap. 5; Philip Wesley Comfort, editor, The Origin of the Bible (Wheaton: Tyndale House Publishers, 1992), pp. 179-207.

14. Vide William M. Ramsay, The Bearing of Recent Discovery on the Trustworthiness of the New Testament, edição reimpressa (Grand Rapids: Baker Book House, 1953); St. Paul the Travellerand TheRoman Citizen (Grand Rapids: Baker Book House, 1962).

15. Jeffrey L. Sheler, "Is the Bible True?" U.S. News and World Report, 25 de outubro de 1999, p. 58; reimpresso de Jeffrey L. Sheler, Is the Bible True? (São Francisco: HarperSanFrancisco, 1999).

16. Sheler, "Is the Bible True?", pp. 58, 59.

17. Ibid., p. 59. Sheler discute outros insights arqueológicos e históricos de anos recentes, inclusive a inscrição Casa de Davi encontrada em Dã que confirma a historicidade do rei Davi (pp. 54-58).

18. Ainda que a arqueologia, em princípio, não possa provar a Bíblia, oferece apoio geral para a historicidade bíblica {vide, e.g., Alfred J. Hoerth, Archaeology and the Old Testament [Grand Rapids: Baker Book House, 1998]).

19. A Bíblia foi escrita ao longo de um período de mil e seiscentos anos por quarenta autores em três idiomas (hebraico, aramaico e grego) acerca de centenas de assun­tos. E contudo, há um tema consistente e não contraditório que passa por todos eles: a redenção de Deus da humanidade. Evidentemente, a probabilidade estatís­tica concernente a profecia bíblica é indicador poderoso da probidade da Bíblia.



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