quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Missa Tridentina - Glória in Excelsis

Este é um hino muito antigo (Segundo século), e está em todos os missais do oriente, ou seja, faz parte da liturgia oriental de forma universal (principal evidência para apostolicidade, além da antiguidade).

A principio é dirigido a Deus, a natureza divina, o princípio criador ( o "quê"), sem distinguir ainda a personalidade (o "quem"), o louvando, bendizendo e glorificando, pois o louvor pertence a Ele.

Ele é Bendito e glorificado na criação e redenção e por nos ter criado e redimido.

Por isso LAUDAMUS TE, BENEDICIMUS TE e GLORIFICAMUS TE, meu Senhor!

Gratias agimus tibi propter magnam gloriam tuam. Damos graças por causa de sua grande glória. E qual é sua grande glória? A Encarnação, ou seja, Jesus Cristo se fazendo carne para os propósitos divinos é sua grande Glória. Por isso damos graças, pois foi por nós que o Logos se fez carne, que Deus adicionou a humanidade ao seu Logos.

A Igreja então continua a glorificar, e passa a ser mais específica.

Primeiro é dado glória ao Pai: Domine Deus Rex Caelestis, Deus Pater Omnipotens. O Senhor é Deus.

Depois é dada glória ao Senhor Jesus, Filho Unigênito, e acrescenta mais ainda, além de ser "único gerado": Domine Deus, Agnus Dei, Fillius Patris. Senhor Deus, Cordeiro de Deus e Filho do Pai, ou seja, não é apenas um "filho de Deus", mas do Pai.

Aqui é mais clara a diferenciação de Pessoa. Pai e Filho do Pai. Por ser Filho, Filho Único Gerado do Pai, possui a mesma natureza, portanto não há erro em chamá-lo de Domine Deus - Senhor Deus. Se o Pai é por Natureza (quê) Senhor, o Filho também o é.

Depois se pede misericórdia ao Esposo, o Verbo, que tira o pecado do mundo, além de pedir para que receba nossas preces. Declara que Ele está a direita do Pai, e afirma que só Ele é Santo, Senhor e Altíssimo. Ele quem? Jesu Christe.

São afirmações sobre sua natureza co-eterna com o Pai.

Mas Tu solus Sanctus, Tu solus Dominus, Tu solus Altissimus, Jesus, cum Sancto Spiritu in glória Dei Patris. Assim, a Terceira pessoa da Trindade é mencionada. O Pai, Filho e Espírito Santo são igualmente o único (quê) Santo, Senhor, Altíssimo.

Essa é mais uma das várias evidências pré-nicenas da Divindade do Logos, e pré-constantinopolitana da Divindade e personalidade do Espírito Santo.

Esse hino, assim como vários trechos neotestamentários e outros textos primitivos não têm por objetivo explicar. São apenas expressões da fé revelada e repassada pela tradição apostólica de maneira universal (como as músicas e poemas são expressões), que posteriormente seriam explicadas, ligadas e reafirmadas num concílio.

O número de evidências pré-nicenas de várias localidades diferentes demonstram que essa era a fé universal, e as explicações dos concílios apenas reafirmaram essa fé, além de combaterem as inovações que contradiziam tudo que a Igreja sempre acreditou.

Ela sempre acreditou que Jesus era tanto Deus, como Cordeiro, Profeta, etc... O que se faz após isso é mostrar como as verdades de fé não são impossíveis de serem compreendidas ou explicadas até o limite em que verdades Divinas possam ser explicadas pela limitada razão humana.

ps.: Quando se fala da Natureza divina, se fala do quê Deus é. Quando se trata da personalidade, a referência é a quem possui esse quê. Então há separação entre quê e quem, impossibilitando qualquer contradição lógica. Não há um [quê] e três [quês] ao mesmo tempo, nem um [quem] e três [quem] ao mesmo tempo. E sim um [quê] e três [quem], assim como num triângulo (quê) há três pontas ("quem", como analogia). Exigir que entendamos completamente isso? Não conseguimos compreender completamente o mundo material e temporal, portanto é pura soberba e vontade de criticar exigir que se entenda completamente o que é Eterno e além da matéria. Este blog possui alguns textos sobre o assunto, mas por agora basta citar um que trato de algumas afirmações de muçulmanos.

4 comentários:

  1. Gostei daqui.. estou seguindo!!
    a paz de Jesus e o amor de Maria =D
    *
    http://namorocomjesus.blogspot.com/

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  2. Obrigado pelo comentário Paulinha!

    Um grande abraço!

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  3. Olá, meu caro irmão Jonadabe.

    Faz muito pouco tempo que em mim despertou o desejo de conhecer um pouco a missa Tridentina. Estava pensando em procurar algo a mais a respeito dela e me deparo com esses valiosos textos em seu blog. Só posso agradecer, lhe dar os parabéns e pedir para você continuar com eles.

    Percebo que você reside em Feira de Santana, eu moro em Vitória da Conquista. Se possível, espero um dia lhe conhecer pessoalmente.

    Que Nossa Senhora, a onipotência suplicante e a maior de todas as criaturas, interceda por você e pelos seus.

    Grande abraço!

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  4. Obrigado pelo seu comentário, que me deixou muito feliz, e me incentivou a escrever mais sobre o assunto.

    Tem um local aqui na Bahia, o único, pelo que sei (em há planos para que sejam realizadas em Salvador), onde é celebrada a Missa Tridentina.

    Tem um pessoal de Serrinha que vem uma vez por mês. Eu poderia ver para você marcar e vir com eles, caso queira.

    Vindo na Missa, e conversando com os padres de lá, você vai se encantar mais ainda, como eu me encantei e me encanto toda vez que vou.

    Se puder, me passe seu e-mail ou outro meio de contato para tratarmos melhor sobre o assunto (orkut, facebook, msn, etc...).

    Que Nossa Doce Mãe, interceda para que isso dê certo o mais rápido possível.

    Um grande abraço!

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