sexta-feira, 20 de julho de 2012

A origem do Alcorão - Conclusão

Para quem ainda não leu, veja o importante texto sobre as duas faces do Islã clicando aqui.

Os artigos anteriores sobre o assunto podem ser vistos aqui: Primeira parte / Segunda parte / Terceira parte / Quarta parte / Quinta parte / Sexta Parte / Sétima Parte



Além de não existir evidência da origem divina do Alcorão, há fortes indicações de que sua origem não é divina.

Falibilidade. Deus não pode cometer erros ou mudar de idéia. Porém, como visto, o Alcorão reflete tal falibilidade em várias ocasiões. (Comentário do Blog: Isso principalmente dentro do próprio conceito do Islã sobre a inspiração, em que as palavras seriam ditadas)

Fontes puramente humanas. Conforme descobertas de estudiosos reconhecidos pelo islamismo, o conteúdo do Alcorão pode ser rastreado em sua origem até obras judaicas ou cristãs (geralmente dos apócrifos judaicos ou cristãos) ou fontes pagas. Arthur Jeffry, no livro técnico e erudito The foreign vocabulary of the Qu’ran [O vocabulário estrangeiro do Alcorão], demonstra com habilidade que "não só grande parte do vocabulário religioso, mas também a maior parte do vocabulário cultural do Alcorão não são de origem árabe" (Jeffry, p. 2). Algumas das fontes de vocabulário são as línguas etíope, persa, grega, siríaca, hebraica e copta (ibid., 2-32).

St. Clair-Tisdall, em The sources of lslam [As fontes do Islã], também revela que certas histórias alcorânicas sobre o AT dependem do Talmude. A influência do Talmude pode ser vista nas histórias alcorânicas de Caim e Abel, Abraão e os ídolos, e a Rainha de Sabá. A influência direta dos apócrifos cristãos pode ser vista na história dos sete adormecidos e nos milagres da infância de Jesus, e doutrinas zoroastristas aparecem em descrições das huris (virgens) no paraíso e no sirat (a ponte entre o inferno e o paraíso; Tisdall, p. 49-59, 74-91). Práticas como a de visitar a Caaba, os vários detalhes da peregrinação à Meca, incluindo visitas aos montes Safa e Marwa, e o lançamento de pedras contra uma coluna que simboliza Satanás, eram práticas pré-islâmicas da Arábia paga (Dashti, p. 55,93-4,164).

O brilhantismo de Maomé. Como mencionado acima, Maomé pode não ter sido analfabeto, e mesmo que não tivesse treinamento formal, foi uma pessoa inteligente e talentosa. Não há razão que impeça que uma mente criativa seja a fonte dos ensinamentos do Alcorão que não têm antecedentes humanos conhecidos.

O biógrafo de Maomé, Haykal, identifica uma possível fonte das "revelações" de Maomé na sua descrição da imaginação fértil dos árabes: "Vivendo como ele sob o vazio do céu e movendo-se constantemente à procura de pasto ou comércio, e sendo constantemente forçado a excessos, exageros, e até mentiras que a vida do comércio geralmente implica, o árabe é dado ao exercício da sua imaginação e a cultiva sempre para o bem ou para o mal, para paz ou para guerra" (ibid., p. 319).

Possíveis fontes satânicas do Alcorão. Também é possível que Maomé tenha recebido suas revelações de um espírito maligno. Ele mesmo a princípio acreditava que suas "revelações" vinham de um demônio, mas foi encorajado por sua esposa Khadija e pela prima dela, Waraqah, a acreditar que a revelação vinha de Deus. Isso é contado em mais detalhes no artigo MAOMÉ, SUPOSTO CHAMADO DIVINO DE (na Enciclopédia Apologética). Seja pelo próprio brilhantismo, por outras fontes humanas ou por espíritos malignos finitos, não há nada no Alcorão que não possa ser explicado sem a revelação divina.

Conclusão.

Apesar das evidências acima contra qualquer origem divina do Alcorão, é interessante que autores muçulmanos tenham se negado a abordar a questão das origens humanas do Alcorão, mas simplesmente repitam afirmações dogmáticas sobre sua fonte divina. Na verdade, raramente encontra-se reconhecimento de problemas, muito menos uma apologia, entre os estudiosos muçulmanos.

Fontes


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A. DASHTI, Twenty-three years: a study of the prophetic career ofMohammad.
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W. M. WATT, Muhammad: prophet and statesman.
A. N. WHITEHEAD, Science in the modern world.


Comentários do Blog:


Os muçulmanos possuem um conceito de inspiração bem diferente do que os cristãos ao longo do século possuíam. No entanto tentam argumentar contra a Bíblia usando o mesmo conceito que eles dão ao Alcorão, o que é errado. Se querem criticar a inspiração da Bíblia, critiquem o que os cristãos primitivos acreditavam dela, não o conceito islâmico de inspiração para o Alcorão ou um fantoche criado por vocês.


Esse artigo não leva em consideração o que os cristãos acreditam da Bíblia, apenas mostra que as evidências são contrárias ao que os muçulmanos pretendem afirmar do Alcorão, e, principalmente, as "evidências" que apresentam não são evidências de fato.


Em breve pretendo publicar alguns outros artigos em resposta a certas alegações islâmicas.


No mais, é bom lembrar que esses textos são apenas introdutórios. Há muito o que se comentar sobre o assunto.

Um comentário:

  1. Très bien, mon ami!

    Honestamente a questão da origem da revelação, deveria ser o ponto fulcral de estudo entre os apologistas islâmicos, tenho muita dificuldade para entender como eles lidam com isso e sobretudo com a desastrosa falibilidade de "Alah".

    On se voit.

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