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As consequências culturais e psicológicas de longo prazo causadas pela Reforma na Europa e Inglaterra não são nosso tópico aqui, mas vale a pena lembrar que elas foram tão devastadoras que até alguns protestantes modernos lamentaram a atitude de seus antepassados. Walsh, em The Thirteenth, Greatest of Centuries, cita um dramaturgo alemão discutindo a ruptura cultural causada pela Reforma:
Eu, como protestante, muitas vezes lamentei o fato de termos adquirido nossa liberdade de consciência, nossa liberdade individual, a custos tão altos. A fim de dar espaço a uma vil e pequena planta de vida pessoal, destruímos todo um jardim ornamental e derrubamos uma floresta virgem de ideias estéticas. Jogamos fora o jardim de nossas almas o solo fértil que vinha sendo cultivado por milhares de anos, e então passamos a arar sobre terrá estéril.A referência à "vida pessoal" aqui apresenta outra característica da Reforma e a razão por que teve êxito: é o subjetivismo essencial do protestantismo, exemplificado no seu princípio de julgamento privado. Cameron observa que os reformistas triunfaram em "sujeitar a doutrina ao debate público; as pessoas eram, de fato, convidadas a escolher as ideias religiosas que as agradavam". Eis o nosso subjetivismo moderno: apoio a minha religião não porque reconheço que é a única fundada por Cristo, mas porque me agrada.
Essa mudança brusca de perspectiva espiritual teve um preço. O pastor protestante David Hartman, no The New Oxford Review, de 28 de setembro de 1989, escreve:
Até mesmo para um pastor protestante como eu é difícil levantar a hipótese objetiva de que o estado dos afazeres humanos no seu todo tenha sido melhorado pela Reforma. 'Uma das maiores tragédias da História', observa o historiador Paul Johnson, 'e a tragédia central do cristianismo - foi a ruptura da harmoniosa ordenação de mundo que havia se desenvolvido na Idade Média sobre uma base cristã'.Felizmente, do outro lado da revolta protestante viria a verdadeira reforma, inadequadamente conhecida por "Contra-Reforma". Pierre Janelle observa que a Contra-Reforma "dificilmente poderia ter triunfado, caso a cristandade estivesse realmente corrompida na sua alma; mas não estava (...) A Europa cristã era rica em fé, caridade e devoção" - e daria à luz outra grande era da Igreja.
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