sexta-feira, 10 de setembro de 2010

O eterno hoje.

“Assim também Cristo não se glorificou a si mesmo, para se fazer sumo sacerdote, mas aquele que lhe disse: Tu és meu Filho, Hoje te gerei.” (Hebreus 5.5)

“Como poderiam ter passado inumeráveis séculos, se Vós, que sois o Autor e o Criador de todos os séculos, ainda não os tínheis criado? Que tempo poderia existir se não fosse estabelecido por Vós? E como poderia esse tempo decorrer, se nunca tivesse existido?

Sendo pois, Vós, o obreiro de todos os tempos – se é que existiu algum tempo antes da criação do céu e da terra – por que razão se diz que Vos abstínheis de toda a obra? Efetivamente fostes Vós que criastes esse mesmo tempo, nem ele podia decorrer antes de o criardes! Porém, se antes da criação do céu e da terra não havia tempo, para que perguntar o que fazíeis então? Não podia haver então, onde não havia tempo. Não é no tempo que Vós precedeis o tempo, pois, de outro modo, não serieis anterior a todos os tempos.

Precedeis, porem, todo o passado, alteando-Vos sobre ele com a Vossa eternidade sempre presente. Dominais todo o futuro porque esta ainda por vir. Quando ele chegar, já será pretérito. Vós, pelo contrario, permaneceis sempre o mesmo e os Vossos anos não morrem.

Os Vossos anos não vão e nem vem. Porém os nossos vão e vem, para que todos venham. Todos os Vossos anos estão conjuntamente parados, porque estão fixos, nem os anos que chegam expulsam os que vão, porque estes não passam. Quanto aos nossos anos, só poderão existir todos, quando todos não existirem. Os vossos anos são como um só dia, e o Vosso dia não se repete de modo que possa chamar-se quotidiano, mas e um perpétuo hoje, porque este Vosso hoje não se afasta do amanha, nem sucede o ontem. O vosso hoje e a eternidade. Por isso gerastes coeterno Vosso Filho a quem dissestes: ‘Eu hoje te gerei’.

Criastes todos os tempos e existis antes de todos os tempos. Não é concebível um tempo em que se possa dizer que não havia tempo.”. (Santo Agostinho)

Nenhum comentário:

Postar um comentário