Num dia do mês de janeiro de 1544, muitas pessoas se reuniram em torno de uma jovem de dezoito anos, na sacristia da igreja paroquial de Wittenberg.
A jovem se encontrava sob o domínio do maligno e Lutero quis ajudá-la. Todos rezavam, porém o demônio não saía do corpo da infeliz.
Irritado, Lutero aplicou um vigoroso pontapé na moça e fugiu em direção à porta da sacristia, temendo a reação do diabo, a vingança do seu espírito nojento. De fato a jovem avançou, a fim de lhe infligir um castigo.
Lutero, naquela afobação, tentou abrir a porta, mas não conseguiu, a chave não se movia. Nervoso, agoniado, com o rabudo a uivar atrás de si, ele corria de um lado para o outro.
Pelas janelas também não podia escapulir, pois eram gradeadas. Então alguém passou um machado por sua vidraça quebrada e assim ocorreu a libertação do exorcista, graças ao arrombamento da porta.
Mais tarde, o suave diácono Forschell ouviu esta notícia: o pontapé de Lutero na jovem havia enxotado o diabo...
"Lutero e a Igreja do Diabo", de Fernando Jorge, p. 184, 185.
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